O Benfica empatou em Vila do Conde (1-1) e despede-se com um sabor 'amargo' desta edição da I Liga. A equipa encarnada colocou-se na frente depois de um tento de Kokçu, mas acabou por sofrer o golo do empate já perto do final da partida, num golo de Costinha, de grande penalidade.
Era uma noite de despedidas no estádio dos Arcos. Para Rio Ave e Benfica que terminavam as respetivas épocas, para Ukra que se despediu dos relvados, e para Rafa que nem integrou a ficha de jogo em Vila do Conde. Há despedidas com reticências, como é o caso de Di María, que também não foi opção e parece de saída do Benfica e ainda pairam no ar dúvidas em relação à continuidade de Roger Schmidt. Que serão certamente dissipadas, nos próximos dias ou semanas.
Já sem objetivos por que lutar, o Benfica estava solidamente no segundo lugar, numa época em que não conseguiu renovar o título de campeão. O Rio Ave, confortável, acima da metade da tabela, depois de uma primeira volta de 'sufoco'. O jogo acabou por ser um pouco o resumo do que foi esta época do Benfica. Os encarnados dominaram o jogo, desperdiçaram muitas oportunidades e acabaram por sofrer o empate já perto do final da partida.
O Jogo
Talvez por isso, sem pressão, mas com a vontade de acabar bem, Roger Schmidt fez uma autêntica revolução no onze. Samuel Soares entrou para a baliza, Morato assumiu uma posição na defesa, Tengstedt regressou à titularidade e o técnico alemão fez ainda estrear Rollheiser.
Também do lado do Rio Ave, Luís Freire operou várias mexidas, com destaque para as entradas de Miszta (estreia na baliza), João Graça, Vrousai, Tanlongo e Ukra.
A goleada em Arouca motivou o Benfica a querer acabar bem o campeonato, sabendo de antemão que teria um osso duro de roer pela frente. Recorde-se que o já campeão Sporting, empatou nos arcos, ainda nesta segunda volta. Só que os encarnados há quatro jogos que só sabiam vencer em Vila do Conde. Ainda assim, era certo e sabido que a equipa de Freire tem um dos melhores registos na segunda volta, só tendo perdido um dos 16 jogos disputados.
A vantagem ao intervalo, dos encarnados foi sustentada numa exibição personalizada. Capacidade de pressão da equipa do Benfica, na recuperação de bola. Controlo na zona do miolo, e com Tengstedt, na frente, a lutar de forma incessante. O jogador dinamarquês teve nos pés a primeira grande oportunidade da partida, ao minuto 6´, numa finalização após um passe de Aursnes, com Miszta a brilhar numa excelente intervenção. Minutos depois, novamente os dois protagonistas em ação, com o avançado do Benfica a finalizar e novamente o guardião do Rio Ave a brilhar.
Mas o momento do jogo deu-se mesmo no minuto 17. A despedida do rei, do homem, da personalidade. Ukra despedia-se dos relvados, ovacionado pelos colegas, companheiros e adversários, que até teve direito a guarda de honra.
O jogo regressou à normalidade e o Benfica chegou à vantagem. Passe com doçura de Aursnes, e Tengstedt fez aquilo que faz melhor. Lançado em profundidade, temporizou e deixou para a finalização de Kokçu. Pontapé fulminante do turco para o primeiro dos encarnados.
Até ao intervalo, mais uma oportunidade digna desse nome, com uma vez mais o guardião do Rio Ave a impedir a mexida no marcador. Amine comprometeu, e João Mário, com classe, num passe à baliza, quase fazia o segundo golo. Na recarga, Rollheiser atirou por cima.
Benfica não matou e expôs-se na segunda parte
O Benfica não foi avassalador no primeiro tempo, mas justificava a vantagem. No segundo tempo continuou dominador, a chamar para si o controlo do jogo. Com bola, mas pouco competente na hora da finalização.
E tanto desperdiçou o Benfica: Rollheiser deu o mote para a segunda parte. Carreras deixou dois jogadores para atrás, e deixou para o colega finalizar, mas valeu Vrousai a tirar a bola em cima da linha de golo.
Já a aparentar ritmo de final de época, o Rio Ave convidava o Benfica a tomar conta no último terço. Tengstedt lutou muito, mas não conseguiu ter eficácia para abanar as redes. Otamendi teve o 2-0 nos pés, ao minuto 75. Sozinho na área, numa finalização defeituosa após um primeiro remate de João Neves. O Benfica estava superior em todos os capítulos do jogo, mas não matava. O Rio Ave deu o mote do que seria a parte final do encontro. Boateng finalizou para o fundo da baliza, mas havia fora de jogo.
Prestianni entrava, e estreava-se com a camisola do Benfica. Mas os encarnados não conseguiram fazer o segundo e sofreram mesmo o empate. Florentino colocou a mão na bola, depois de um cabeceamento de Aderllan. Com recurso ao VAR, acabou por ser assinalada grande penalidade. Na conversão, Costinha fez o empate.
Até final, mais duas oportunidades. Prestianni teve nos pés o golo do triunfo, mas valeu novamente Miszta a desviar para canto numa excelente intervenção. Boateng, já no 'canto do cisne', também teve a chance para dar a vitória aos vilacondenses, mas valeu Aursnes a evitar.
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