Uma sensacional recuperação protagonizada pelo treinador Bruno Lage levou o Benfica à conquista da I Liga portuguesa de futebol, num sucesso que permitiu ao antecessor Rui Vitória chegar ao ‘tri’.
Apesar de ter sido despedido, quando seguia no quarto lugar, a sete pontos do FC Porto, dois do Sporting e um do Sporting de Braga, Rui Vitória entra diretamente para o segundo lugar do ‘ranking’ dos treinadores com mais campeonatos lusos.
O agora treinador do Al Nassr, que na quinta-feira também se sagrou campeão na Arábia Saudita, juntou-se a 11 técnicos, que só perdem para o brasileiro Otto Glória, seis vezes campeão.
Rui Vitória, que somou 10 vitórias, dois empates e três derrotas, junta-se a ‘mitos’ como os húngaros Lipo Herczka, Josef Szabo, Janos Biri e Bela Guttman, os ingleses Randolp Galloway e Jimmy Hagan, o chileno Fernando Riera e o sueco Sven-Goran Eriksson.
Na lista de tricampeões, também já constavam três portugueses, Artur Jorge e Jesualdo Ferreira, que ganharam pelo FC Porto, e Jorge Jesus, que ganhou três pelo Benfica.
Sucessor de Jesus, Rui Vitória, de 49 anos, tinha arrebatado, a tempo inteiro, os cetros de 2015/16 e 2016/17 e foi ainda vice-campeão em 2017/18, falhando o ‘penta’.
Na presente temporada, o técnico natural de Alverca não resistiu ao desaire em Portimão, à 15.ª jornada, e cedeu o seu lugar a Bruno Lage, que começou a época como treinador da equipa B dos ‘encarnados’.
Em 03 de janeiro, Bruno Miguel Silva Nascimento, nascido em Setúbal a 12 de maio de 1976, assumiu “provisoriamente” o comando da equipa do Benfica e, três dias depois, estreou-se com um triunfo caseiro por 4-2 face ao Rio Ave.
Em encontro da ronda 16 da I Liga, os vila-condenses chegaram aos 20 minutos a vencer por 2-0 na Luz, mas Seferovic e João Félix empataram o jogo ainda antes do intervalo e ambos voltaram a faturar na segunda parte.
Nesse jogo, Lage trocou o ‘4-3-3’ de Rui Vitória por um ‘4-4-2’ e nunca mais o largou, sendo que, no campeonato, o Benfica foi andando de vitória em vitória.
Depois do Rio Ave, seguiram-se triunfos fora com Santa Clara (2-0) e, com grande dificuldade, em Vitória de Guimarães (1-0), um 5-1 caseiro ao Boavista e uma vitória bem mais clara do que o 4-2 final indica no reduto do Sporting.
À 21.ª ronda, o campeonato foi ‘sacudido’ por um mais do que inusual 10-0 ao Nacional, a 10 de fevereiro, ao que se seguiu um 3-0 na casa do Desportivo das Aves.
Desta forma, o Benfica chegou à 23.ª jornada a depender de si para subir à liderança: chegou ao Dragão a um ponto do FC Porto, esteve a perder, mas virou para 2-1, com tentos de João Félix e Rafa.
A ronda seguinte trouxe o primeiro, e único dissabor, em forma de um empate caseiro com o Belenenses, num jogo em que o Benfica chegou a 2-0 e depois ofereceu dois golos.
Os ‘encarnados’ cederam dois pontos, mas não a liderança, e a resposta chegou em forma de mais vitórias: 4-0 na casa do Moreirense, então em grande momento, 1-0 sofrido na receção ao Tondela e 4-1, com reviravolta, no reduto do Feirense.
Com um ataque imparável e insaciável, o Benfica continuou a somar triunfos, batendo em casa o Vitória de Setúbal por 4-2, e o Marítimo por 6-0, para, depois, lograr uma vitória ‘chave’ em Braga por 4-1, em mais um jogo que começou a perder.
O 5-1 ao Portimonense não foi fácil, após novo 0-1, e, em Vila do Conde, Lage conseguiu o pleno fora face ao Rio Ave (3-2), para rematar o título na Luz, perante o Santa Clara (4-1), num jogo em que foi ultrapassada a barreira dos 100 golos.
Comentários