O Benfica chegou ao 38.º título da sua história na I Liga com um caminho seguro, em que liderou, primeiro acompanhado e, depois, isolado, desde o início a edição 2022/23 do campeonato.
Sob novo comando, do treinador alemão Roger Schmidt, e com contratações que se revelaram verdadeiros reforços, as ‘águias’ transformaram este campeonato numa conquista condizente com a sua história, sem nunca estarem verdadeiramente em risco.
Dos 17 adversários, apenas cinco conseguiram tirar pontos ao novo campeão, que registou dois empates, com Vitória de Guimarães e Sporting, e três derrotas, com FC Porto, Sporting de Braga e, surpreendentemente, Desportivo de Chaves.
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O primeiro ‘revés’ aconteceu após um arranque com sete vitórias, quase dois meses após o início da Liga, já em outubro, num ‘nulo’ em Guimarães, com a equipa a ter à oitava jornada, mesmo assim, mais três pontos do que os seus perseguidores.
Uma clivagem que se acentuou nas rondas seguintes, especialmente com a vitória no Dragão (1-0), à 10.ª ronda, e com a perda de pontos do FC Porto na jornada imediatamente a seguir, a 11.ª, em casa do Santa Clara (1-1).
Os ‘encarnados’ chegaram à interrupção para o Mundial2022, no Qatar (20 de novembro a 18 de dezembro), com grande folga, após uma sequência de 12 vitórias e um empate, somando, à ronda 13, mais oito pontos do que o FC Porto e nove face ao Sporting de Braga.
A paragem, de mais de um mês, não foi benéfica para as ‘águias’, que, no regresso, já no final do dezembro, sofreram com estrondo a primeira derrota, em casa do Sporting de Braga (3-0), num jogo em que se viram a perder logo aos dois minutos.
O desaire tirou conforto na liderança, de oito para cinco pontos, mas não teve efeito mais negativo porque na ronda seguinte foi o FC Porto a ser, novamente, travado (0-0) na visita ao Casa Pia, passando os bracarenses para segundos, a seis pontos.
Até esta fase, foram pontuais as oscilações nas diferenças do líder para os restantes, com o Benfica, que ainda empatou na receção ao Sporting (2-2, à 16.ª jornada), a fechar a primeira volta com o Braga a quatro pontos e o FC Porto a cinco.
Na segunda metade do campeonato, a equipa voltou a ter uma entrada em crescendo e, embora menos exuberante nas exibições, até teve a melhor série de resultados na prova, com 10 vitórias consecutivas (17.ª à 26.ª jornadas).
Mesmo a perda do campeão mundial argentino Enzo Fernández – transferido para o Chelsea por 121 milhões de euros -, não foi tão impactante como se poderia pensar, com a equipa a reinventar-se com Chiquinho, e, mais tarde, já sobre o final do campeonato, com o jovem João Neves.
Esse percurso na segunda volta permitiu ao Benfica acabar a 26.ª ronda com a vantagem de 10 pontos e o campeonato só não ficou resolvido na seguinte porque o FC Porto resgatou a esperança com uma vitória no clássico da Luz (2-1).
Para os ‘dragões’ o jogo significou a possibilidade de continuar a sonhar e foi isso que a equipa de Sérgio Conceição fez, então longe ainda de imaginar que a mesma cairia para quatro na jornada seguinte, quando o Benfica perdeu em Chaves (1-0).
Uma diferença que manteve, ainda assim, o Benfica a depender de si próprio, com triunfos diante Estoril Praia (1-0), Gil Vicente (2-0), Sporting de Braga (1-0) e Portimonense (5-1), e um empate em casa do Sporting (2-2).
O 38.º título acaba por chegar mesmo no fim, na 34.ª e última jornada, com o Benfica a vencer no Estádio da Luz o Santa Clara, e o FC Porto, à mesma hora, o Vitória de Guimarães, ambos por 3-0, mantendo as 'águias' uma vantagem de dois pontos na frente.
O Benfica 'coroa' este título com o melhor ataque da prova, com 82 golos, e também a defesa menos batida, com 20 sofridos.
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