O Benfica voltou a 'marcar passo' no arranque da segunda volta da I Liga, ao ficar-se pelo empate a um golo na receção ao Moreirense. Num jogo em que dominaram praticamente do princípio ao fim, os encarnados mostraram ineficácia na finalização, viram-se a perder fruto de um autogolo infeliz de Gilberto e o melhor que conseguiram foi, depois, chegar ao empate por Darwin.
Apesar das várias ocasiões de golo que foi criando ao longo do jogo, com Rafa e Grimaldo a acertarem mesmo nos ferros da baliza do Moreirense, o Benfica acabou mesmo por perder dois pontos, podendo ver FC Porto e Sporting distanciarem-se ainda mais no topo da tabela.
Jogo (quase) de sentido único nos minutos iniciais, mas sem lances de perigo
Como Everton Cebolinha a contas com uma infeção com COVID-19, Nélson Veríssimo, para este que foi o o seu terceiro jogo ao leme das águias desde a saída de Jorge Jesus, apostou no jovem Paulo Bernardo para o 'onze' inicial, mas deixou outro Jovem - Gonçalo Ramos, que tinha sido titular os dois anteriores encontros - no banco, lançando como dupla de ataque Darwin Nuñez e Haris Seferovic.
Os primeiros minutos foram, como seria de esperar, de domínio encarnado, remetendo o Moreirense ao seu meio campo nos dez minutos iniciais, ainda que sem criar perigo. E, aos poucos, os visitantes assentaram o seu jogo e foram até os primeiros a ameaçar verdadeiramente, num arrojado remate de primeira de Camará que ainda assustou Odysseas Vlachodimos.
Por um breve período de tempo, após esse lance, o Moreirense até conseguiu dividir o jogo, mas depressa o Benfica voltou a tomar as rédeas.
Trave nega o primeiro a Rafa e intervalo chega sem golos
Ainda assim, as águias continuavam sem conseguir criar perigo. Até que, em cima do minuto 20, o golo esteve enfim à vista para o Benfica. Rafa Silva recebeu na grande área, descaído para a esquerda, ajeitou para o pé direito e atirou em arco, colocadíssimo, mas viu a bola embater na trave.
Tremeu a trave da baliza do Moreirense, mas não tremeram os cónegos, que logo a seguir também tentaram a sua sorte, num disparo forte de Walterson que, contudo, Vlachodimos agarrou com segurança.
Depois destes momentos de alguma agitação, o encontro retomou a mesma toada, com domínio do Benfica, com os lances de perigo a surgirem amiúde: Seferovic, na sequência de um pontapé de canto, João Mário, num remate de ressaca, e , num desvio após mais um canto, atiraram ligeiramente ao lado. Mas, apesar de a pressão se ter intensificado à medida que o intervalo se foi aproximando, a primeira parte terminou mesmo sem golos.
Mais do mesmo a abrir a segunda parte
O Benfica entrou com tudo nos segundos 45 minutos e ficou à beira de marcar logo a abrir. O jovem Paulo Bernardo fez tudo bem, deixou para trás dois adversários e, na cara do guarda-redes do Moreirense atirou desenquadrado. Apesar dos lances de perigo, o Benfica continuava sem conseguir acertar qualquer remate no alvo.
Esse primeiro remate na direção do alvo surgiu, enfim, aos 50 minutos, por Grimaldo, mas Kewin Silva, guarda-redes do Moreirene, fez sem grande dificuldade a sua primeira defesa no jogo. Os lances de perigo, porém, iam-se agora sucedendo com maior frequência e pouco depois, no seguimento de um pontapé de canto, cabeceou milímetros ao lado, chegando mesmo a gritar-se 'golo' na Luz. Minutos mais tarde foi Seferovic a atirar ao lado.
Pelo meio, porém, um susto, com o Moreirense, num raro lance de ataque, a criar muito perigo, mas o passe de Wanderson, solto na área, não encontrou ninguém para tocar para a baliza.
Nélson Veríssimo mexe e os golos - um para cada lado - aparecem
Os golos não apareciam e Nélson Veríssimo mexeu, trocando um dos avançados (Seferovic) por Diogo Gonçalves, com Rafa a passar a jogar como segundo ponta de lança.
Só que quem marcou foi o Moreirense, num lance caricato. Contra-ataque rápido, meio atabalhoado, até, com a bola a chegar a Paulinho, que cruzou para Walterson. Otamendi, contudo, na tentativa de tenta afastar a bola, fala embater em Gilberto, com o esférico a acabar no fundo da baliza encarnada. O lance ainda foi alvo de VAR, por adiantamento dos atacantes do Moreirense, antes de ser validado.
Gelaram as bancadas na Luz, mas por pouco tempo, com o Benfica a responder de pronto e a chegar ao empate apenas quatro minutos volvidos. E num golo também um pouco às três tabelas. A bola ressaltou em Fábio Pacheco após corte de Pablo, chegou a Darwin que à primeira ainda viu o guarda-redes adversário defender, mas na recarga encostou para o fundo das redes.
Benfica tenta o tudo por tudo, mas não chega à vitória
Com o empate alcançado e o golo, enfim, a aparecer, o Benfica partiu então em busca da cambalhota no marcador e do triunfo. Nélson Veríssimo voltou a mexer, tirando Gilberto e Paulo Bernardo para fazer entrar Valentino Lazaro e Yaremchuk e o perigo rondou a grande área do Moreirense por duas vezes pouco depois.
Primeiro, Grimaldo surgiu solto na grande área contrária e o seu remate ainda roçou na base do poste da baliza de Kewin Silva antes de sair e, depois, Yaremchuk atirou de primeira, por cima.
Com os minutos a passarem, contudo, a ansiedade foi crescendo e o discernimento diminuindo. O Benfica foi atacando mais com o coração do que com a cabeça e, quando a cabeça apareceu, já bem dentro do período de descontos, o cabeceamento de Otamendi saiu por cima, naquela que foi a última ocasião de golo do encontro, levando a que o empate subsistisse até ao apito final.
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