O Benfica terminou a I Liga de futebol de 2021/22 com um dos piores registos dos últimos anos, numa época marcada pela saída do treinador Jorge Jesus, antes do final da primeira volta.

A rescisão com o técnico, que venceu três campeonatos (2009/10, 2013/14 e 2014/15), antes de regressar ao clube em 2020/21, não teve efeitos na equipa, que, sob o comando de Nélson Veríssimo, promovido da formação B, entrou em ‘declínio’, terminando em terceiro, com diferenças consideráveis para FC Porto (a 17 pontos) e Sporting (a 11).

Os ‘encarnados’ fecharam a época sem qualquer título – os últimos troféus foram a supertaça em 2019 e o campeonato de 2018/19 -, com a agravante de terem uma das maiores diferenças para o campeão, comparável a 2010/11 (-21 pontos) e 2007/08 (-23), ambos em 30 jornadas, ou a 2000/01 (-23, a 34 jogos).

Um enorme fosso que se começou a cavar no final da primeira volta, quando a equipa estava a quatro pontos do líder FC Porto, por quem seria eliminada em dezembro da Taça de Portugal (3-0 no Dragão), precipitando a saída de Jorge Jesus.

Uma mudança que aconteceu antes de novo jogo importante com os ‘dragões’, para o campeonato, já sob o comando de Veríssimo, em que as ‘águias’ voltaram a perder (3-1), ficando desde logo a sete pontos dos dois rivais.

Bastaram mais duas jornadas (18.ª, empate com Moreirense em casa) e a 20.ª (derrota com Gil Vicente em casa), para Veríssimo chegar aos mesmos oito pontos que Jorge Jesus tinha perdido, mas em 15 rondas, e ficar a 12 pontos do FC Porto e seis do Sporting.

Para o Benfica foi sempre a ‘descer’, num campeonato em que o arranque até tinha sido bom, com triunfos consecutivos até à sétima jornada, uma série que terminou com a derrota em casa diante do Portimonense (1-0).

Depois, ainda foi surpreendido fora pelo Estoril Praia (1-1, nona jornada) e derrotado em casa pelo rival Sporting (3-1), 13.ª), mas é o final da primeira volta e toda a segunda que se traduzem em mais 20 pontos perdidos.

No percurso, Veríssimo não conseguiu mais de duas vitórias consecutivas nos 19 jogos em que orientou a equipa na I Liga.

Nas ‘águias’ são muitas as notas negativas, com destaque para os 18 pontos perdidos na Luz – o terceiro pior registo desde 1994/95, época após a qual a Liga passou a atribuir três pontos por vitória. Desde então, desempenho tão mau em casa só tem paralelo em 2007/08 (18 pontos perdidos) e 1996/97 (com 20).

As notas positivas vão para Darwin Nuñez, que terminou a I Liga como o melhor marcador (26 golos), demonstrando ser um dos melhores ativos do plantel, no qual Rafa, apesar de lesionado nas últimas jornadas, esteve à altura, com 15 assistências, e como segundo melhor marcador da equipa (oito).

Em contraponto, Pizzi, um dos jogadores-chave das últimas épocas, saiu pela 'porta pequena' no mercado de janeiro, ao ser emprestado aos turcos do Basaksehir, depois de ser público que entrou em ‘colisão’ com Jorge Jesus.