O treinador Rúben Amorim precisou de pouco mais de um ano ao mais alto nível como treinador para fazer do Sporting campeão nacional de futebol, o que os seus 15 antecessores no cargo, muitos deles ilustres, tinham falhado.

Depois da saída do romeno Laszlo Bölöni, o anterior campeão em Alvalade, em 2001/02, ‘desfilaram’ por Alvalade Jorge Jesus, Jesualdo Ferreira, Paulo Bento, Fernando Santos, José Peseiro, Carlos Carvalhal, Leonardo Jardim, Marco Silva, Domingos Paciência ou Ricardo Sá Pinto, mas nenhum chegou ao título.

Dezanove anos depois, foi Rúben Amorim, campeão por três vezes como jogador do rival Benfica, que, aos 36 anos, apenas na segunda época na I Liga, e primeira completa, logrou acabar com a longo seca de cetros nacionais dos ‘leões’.

Contratado a época passada por 10 milhões de euros – preço que posteriormente aumentou – ao Sporting de Braga, numa decisão do presidente Frederico Varandas que causou polémica, Rúben Amorim foi apenas quarto classificado na estreia.

Após oito triunfos e um empate pelos ‘arsenalistas’, entre as rondas 15 e 23, subindo a equipa do oitavo para o terceiro lugar, depois de suceder a Sá Pinto, somou seis vitórias, três igualdades e dois desaires pelos ‘leões’, em 11 jogos.

Rúben Amorim, que recebeu a equipa de Jorge Silas, conseguiu subir do quarto para o terceiro lugar, que acabou por perder na última ronda, culpa de um desaire por 2-1 com o Benfica, na Luz.

A época 2019/20 não acabou bem, com o técnico a ficar também ligado ao recorde de derrotas do Sporting numa época (17), e a 2020/21 também não teve um início fácil, com a eliminação no ‘play-off’ de acesso à Liga Europa.

Sem a carga dos jogos europeus – as seis jornadas da fase de grupos decorrem num espaço de oito semanas, com jogos de seleções pelo meio -, sem a pressão do público e com os adversários a falhar, o Sporting já era líder à sexta jornada.

Com o ‘3-4-3’ de Amorim a funcionar em pleno, com Coates a liderar a defesa e Pedro Gonçalves a somar golos no ataque, o Sporting não só manteve a liderança, como a foi reforçando, sempre com o técnico a manter o discurso do “jogo a jogo”.

A vantagem chegou a 10 pontos, e foi bem defendida no Dragão (0-0), não se perdendo na totalidade, depois, com uma quebra, e alguma tremedeira, com seis pontos perdidos em quatro jogos, antes do triunfo decisivo em Braga (1-0), com alma.

Amorim só não conseguiu acabar invicto, juntar-se na história a Jimmy Hagan (Benfica, em 1972/73), André Villas-Boas (FC Porto, em 2010/11) e Vítor Pereira (FC Porto, em 2012/13), os únicos campeões sem derrotas do futebol luso, embora em 30 rondas.

No total, o Sporting somou 26 vitórias, sete empates e uma derrota, com 65 golos marcados e 20 sofridos, e o técnico contrariou a história recente dos ‘leões’, feita de desilusão atrás de desilusão na principal prova lusa.

Depois do título de 2001/02, ao ‘colo’ dos 42 golos de Mário Jardel, Bölöni não foi feliz na segunda época (terceiro) e cedeu o lugar a Fernando Santos, que não conseguiu repetir em Alvalade, em 2003/04 (terceiro), o cetro conquistado nos ‘dragões’ em 1998/99, que lhe valeu o epíteto de ‘engenheiro do penta’.

Seguiu-se José Peseiro, que esteve muito perto de ser feliz em 2004/05 e ainda deve ter ‘pesadelos’ com a cabeça do benfiquista Luisão, que afastou os ‘leões’ do título na 33.º e penúltima ronda, quando este já parecia tão perto.

O atual selecionador da Venezuela ainda voltou em 2005/06, mas acabou substituído por Paulo Bento, que fechou essa época e as duas seguintes no segundo lugar do campeonato, sempre atrás do FC Porto. Em 2006/07, lutou até à última ronda.

Em 2009/10, o selecionador sul-coreano voltou a começar a época, mas não a acabou, rendido por Carlos Carvalhal, agora no Sporting de Braga, que acabou a I Liga em quarto. E saiu.

O sucessor, em 2010/11, foi Paulo Sérgio, atual técnico do Portimonense, que só se aguentou meia época, cedendo o lugar a José Couceiro, na altura diretor geral da SAD ‘leonina’, para este terminar no último lugar do pódio.

Foi a vez, então, de Domingos Paciência, vice-campeão com o Sporting de Braga em 2009/10, que só durou meia época, rendido pelo ‘filho da casa’ Ricardo Sá Pinto, que fechou o campeonato de 2011/12 em quarto, mas continuou.

Sá Pinto só durou, porém, quatro jornadas em 2012/13, seguindo-se o belga Frankie Vercauteren e, ainda na primeira volta, Jesualdo Ferreira, tricampeão pelo FC Porto (2006/09), que ficou ligado ao ‘horribilis’ sétimo lugar dos ‘leões’.

Para 2013/14, o técnico escolhido foi Leonardo Jardim, que foi segundo e rumou ao Mónaco, sendo substituído por Marco Silva, o treinador que encantara no Estoril Praia (quinto em 2012/13 e quarto em 2013/14) e foi terceiro pelos ‘leões’ em 2014/15.

Após seis anos de Benfica, e 10 títulos, três deles na I Liga, Jorge Jesus foi a ‘bomba’ de Bruno Carvalho para 2015/16, época em que o Sporting somou 86 pontos, o seu recorde na prova, mas não pôde com os 88 do Benfica, de Rui Vitória.

Nas duas épocas seguintes, Jesus ficou longe do título, no terceiro posto, e, na sequência do ataque dos adeptos ‘leoninos’ à Academia de Alchochete, deixou o clube.

Numa altura de crise intensa, e depois de Bruno de Carvalho - que tinha contratado Sinisa Mihajlovic – ser afastado, voltou Peseiro, mas por pouco tempo, já que o entretanto empossado presidente Frederico Varandas apostou em Marcel Keizer.

O holandês fechou a I Liga 2018/19 no terceiro lugar e iniciou a época passada, mas só durou quatro rondas, seguindo-se Jorge Silas, que se aguentou até à 23.ª jornada, cedendo, então, o lugar a Rúben Amorim. E o resto é história.

- Os treinadores do Sporting nas últimas 19 épocas:

2020/21 - Rúben Amorim

2019/20 -  Marcel Keizer (Hol), Leonel Pontes, Jorge Silas e Rúben Amorim

2018/19 - José Peseiro, Tiago Fernandes e Marcel Keizer (Hol)

2017/18 - Jorge Jesus

2016/17 - Jorge Jesus

2015/16 - Jorge Jesus

2014/15 - Marco Silva

2013/14 - Leonardo Jardim

2012/13 - Ricardo Sá Pinto, Oceano Cruz, Frankie Vercauteren (Bel) e Jesualdo Ferreira

2011/12 - Domingos Paciência e Ricardo Sá Pinto

2010/11 - Paulo Sérgio, Alberto Cabral e José Couceiro

2009/10 - Paulo Bento, Leonel Pontes e Carlos Carvalhal

2008/09 - Paulo Bento

2007/08 - Paulo Bento

2006/07 - Paulo Bento

2005/06 - José Peseiro e Paulo Bento

2004/05 - José Peseiro

2003/04 - Fernando Santos

2002/03 - Laszlo Bölöni (Rom)

Seja o melhor treinador de bancada!

Subscreva a newsletter do SAPO Desporto.

Vão vir "charters" de notificações.

Ative as notificações do SAPO Desporto.

Não fique fora de jogo!

Siga o SAPO Desporto nas redes sociais. Use a #SAPOdesporto nas suas publicações.