À procura de riscar o crónico rótulo de ‘aflito’ na fuga à despromoção, o emblema do concelho de Santo Tirso segurou o experiente Augusto Inácio e promoveu uma ‘revolução’ no plantel, com 17 reforços, aos quais se juntaram 19 atletas oriundos da equipa sub-23, detentora da Liga e da Taça Revelação, compensando a perda de nove titulares.
Em plena reconstrução, os avenses consentiram sete derrotas nas primeiras oito jornadas e optaram pela saída do técnico lisboeta em outubro de 2019, entregando o comando interino a Leandro Pires, que ‘saltou’ dos sub-23 para manter a tendência negativa nos três jogos anteriores à aposta em Nuno Manta Santos.
O treinador foi anunciado à passagem da 12.ª ronda, dois dias após deixar o Marítimo, o único clube que tinha perdido na Vila das Aves (3-1), onde os nortenhos obtiveram mais dois triunfos na primeira volta (1-0 ao Sporting de Braga e 3-0 ao Portimonense), sem nunca se afastarem da zona de descida, na qual se fixaram desde a quinta jornada.
Aportando cinco caras novas no mercado de inverno, o Desportivo das Aves ganhou três pontos na visita ao Marítimo (2-1), embora intercalados com desaires caseiros frente ao Boavista (0-1) e ao Rio Ave (0-4), que deram o mote para uma segunda volta penosa, traduzida na acumulação de oito pontos em 51 possíveis e um rol de problemas internos.
As limitações do plantel intensificaram-se com a contestação à SAD liderada pelo chinês Wei Zhao, responsável por sucessivos incumprimentos salariais desde o início do ano, que originaram 10 rescisões unilaterais a partir de abril, a primeira do avançado brasileiro Welinton Júnior, o melhor marcador, com 10 golos em 25 jogos.
Mesmo sem deduções pontuais, o Desportivo das Aves teve uma despedida atribulada da I Liga e ameaçou faltar às duas últimas rondas, mas os anseios da administração tropeçaram no empenho do clube presidido por António Freitas, que organizou a receção ao Benfica (0-4) e suportou diversas despesas na visita ao Portimonense (0-2).
Os nortenhos sofreram com o declínio do dianteiro Mehrdad Mohammadi (oito tentos em 28 desafios) na era pós-covid e remeteram-se ao 18.º e último posto, com 17 pontos, outros tantos abaixo da zona de salvação, e o estatuto de pior ataque e defesa (24-68 em golos).
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