O Sporting fez uma primeira volta da I Liga portuguesa de futebol quase perfeita e, com apenas seis pontos perdidos, está em excelente posição para chegar ao 19.º título.
Os comandados de Rúben Amorim, do ‘alto’ da sua invencibilidade, têm tudo para acabar com a maior ‘seca’ da história do clube, que dura desde 2001/02, quase parecendo que, se não for desta, se calhar, nunca será.
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Líderes a meio pela 19.ª vez, os ‘leões’ só têm no calendário os jogos do campeonato – enquanto o FC Porto está na Liga dos Campeões e na Taça de Portugal – e, com a ‘ajuda’ da pandemia da covid-19, nem sequer têm os adeptos a atrapalhar.
A juntar a isto, o Sporting ainda se reforçou para a segunda volta, com as incorporações de João Pereira, um regresso, Matheus Reis (ex-Rio Ave) e, sobretudo, Paulinho, contratado ao Sporting de Braga - que levou Sporar e Borja - para ser titular.
Mas, o mais importante são mesmo os seis pontos à maior sobre o adversário mais próximo, o campeão em título FC Porto, depois de uma primeira volta em que o Sporting só cedeu três empates e esteve, em algum momento, a liderar os 17 jogos.
Os ‘leões’ apenas não venceram ‘dragões’ (2-2, à quarta jornada) e Rio Ave (1-1, à 14.ª), em Alvalade, e em Famalicão (2-2, à nona), somando 14 triunfos, só cinco pela diferença mínima.
Os escassos nove golos sofridos mostram a fiabilidade do ‘3-4-3’ de Amorim, com os centrais Coates, Luís Neto e Feddal, à frente do experiente Adán e resguardados por Palhinha e João Mário, a darem consistência e largas ao pendor ofensivo dos laterais Pedro Porro e Nuno Mendes.
Na frente, a velocidade de Nuno Santos e Tiago Tomás fez quase sempre mossa nos adversários, mas não tanta como a eficácia de Pedro Gonçalves, o verdadeiro ‘joker’ da equipa, o jogador que, com os seus 14 golos, fez toda a diferença.
Embora não pertençam ao ‘onze base’, Matheus Nunes, Jovane Cabral e Sporar, com várias presenças no ‘onze’, também deram contributos muito positivos, tal como, em alguns momentos, Bruno Tabata, Gonçalo Inácio, Antunes ou Daniel Bragança.
Na estatística, o Sporting foi quase perfeito e, globalmente, em termos exibicionais, teve o mérito de se saber aguentar em todos os momentos, algumas vezes, como nos jogos principais, acompanhado da ‘estrelinha’, quiçá de campeão.
Os ‘leões’ salvaram-se da derrota face ao FC Porto com um golo aos 87 minutos, de Vietto, ganharam ao Benfica com um tento aos 90+2, de Matheus Nunes, e, pelo meio, face ao Sporting de Braga estiveram várias vezes à beira de sofrer antes de marcarem (2-0).
O penálti ‘caído do céu’ face ao Farense (1-0), que Sporar transformou nos descontos, também foi um dos momentos felizes dos ‘leões’, que, pelo contrário, perderam dois pontos em Famalicão, já reduzidos a 10, com um livre direto concedido aos 89 minutos.
Em termos globais, a liderança do Sporting é, porém, indiscutível e, verdadeiramente, só tem uma ‘mancha’: bem ou mal, Palhinha viu o quinto amarelo na prova na véspera na ronda 15 e não poderia ter jogado com o Benfica. Jogou, foi batota.
Tirando este ‘pormenor’, os ‘leões’ fizeram tudo bem, ao contrário dos seus principais adversários, que falharam em toda a linha, nomeadamente o FC Porto, o campeão em título, que perdeu um total de 12 pontos, ao ceder três empates e duas derrotas.
O ‘onze’ de Sérgio Conceição começou muito mal, com apenas 10 pontos somados nas primeiras seis rondas, e acabou a seis pontos dos ‘leões’, muito por culpa dos 17 golos sofridos, o seu pior registo à ronda 17 em mais de 40 anos, desde 1975/76 (20).
O ataque, com Taremi em destaque, funcionou melhor, sendo o mais concretizador da prova, com 39 golos, num ciclo com uma série de resultados atípicos, como o triunfo por 4-3 face ao Tondela e os desaires por 2-3 com Marítimo e em Paços de Ferreira.
Quanto ao Benfica, começou em ‘grande’, com cinco vitórias, o melhor arranque desde 1982/83, mas, à sexta jornada, sofreu um ‘humilhante’ 0-3 no Bessa e, depois, nunca mais deixou de ter dúvidas, ‘esquecendo-se’ de jogar o “triplo” ou “arrasar”.
Mesmo em muitos triunfos, com destaque para o 2-1 ao Portimonense, as exibições roçaram o penoso, em nada parecendo uma equipa de Jorge Jesus, num acumular de erros coletivos e também individuais. Também nem um penálti para ajudar.
O 1-1 no Dragão, numa atuação personalizada, foi a única boa notícia da segunda metade, mas não teve sequência, pois, de imediato, a equipa foi vítima de um surto de covid-19 e ficou ‘dizimada’. O bom senso diz que deveria ter parado.
Num ano em que investiram cerca de 100 milhões de euros, os ‘encarnados’, que só ganharam um dos últimos seis jogos, estão ‘perdidos’, a 11 pontos dos ‘leões’, cinco dos ‘dragões’ e dois do Sporting de Braga. E empatados com o Paços de Ferreira.
Os ‘arsenalistas’, de Carlos Carvalhal, entraram em falso no ano do centenário, com dois desaires, recompuseram-se com seis vitórias seguidas, mas, depois, oscilaram demasiado, com três derrotas nas quatro deslocações seguintes.
Os bracarenses ‘viram’ no pódio, mas com o Benfica a dois pontos, tal como o Paços de Ferreira, a equipa sensação, que, depois de só somar um ponto nas primeiras três rondas, apenas perdeu um – 1-2 na Luz, com um golo aos 90+4 minutos - de 14 jogos.
A formação de Pepa virou com a segunda melhor defesa (13 golos sofridos) e o quinto melhor ataque (26 marcados), não ‘podendo’ aspirar a repetir o terceiro lugar de 2012/13, mas claramente a sonhar com uma quarta presença nas taças europeias.
Os pacenses têm, porém, o Vitória de Guimarães, sexto classificado, muito perto, a quatro pontos, e com menos um jogo, num percurso marcado pela invencibilidade em reduto alheio (cinco vitórias e três empates).
Abaixo dos minhotos, segue-se um ‘fosso’ de oito pontos – que poderia ser 11 -, com todas as equipas ainda na luta pela descida, mesmo o Santa Clara (sétimo, com 22 pontos) e o Moreirense (oitavo, com 21), já que o 16.º colocado soma 14.
Entre o nono, o Nacional, e o último, o Farense, o clube que tem o jogo em atraso com o Vitória, a distância é de somente cinco pontos, sendo que, na presente temporada, o 17.º e o 18.º caem diretamente e o 16.º joga um ‘play-off’ com o terceiro da II Liga.
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