O Boavista tem de ser mais eficaz, face ao saldo desfavorável entre golos expectáveis e marcados na I Liga de futebol, observou hoje o treinador Cristiano Bacci, na véspera da receção ao lanterna-vermelha Farense, da 13.ª jornada.

“No geral, somos a segunda equipa com maior diferença entre os golos que devíamos ter feito e os que anotámos. Em casa, somos os primeiros em Portugal a ter esta diferença. Ou seja, podíamos ter feito 5,24 golos e fizemos zero. Agora, estava mais preocupado se esses golos esperados fossem zero”, analisou o técnico italiano, em conferência de imprensa.

Os ‘axadrezados’ procuram a primeira vitória em nove meses no Estádio do Bessa, onde acumulam cinco empates e quatro derrotas no campeonato, sendo que ainda não festejaram golos em cinco encontros como anfitriões em 2024/25 e perderam os últimos três.

“Não podemos esquecer que já defrontámos em casa equipas como o Sporting de Braga [desaire por 1-0, na segunda jornada] e o Benfica [3-0, na sexta] e tivemos oportunidades para marcar contra ambos. É isso que me dá força e que me faz continuar a trabalhar e a acreditar. O mesmo acontece com os meus jogadores, que também sentem isto”, notou.

Com nove dos atuais 10 pontos somados na condição de visitante, a equipa de Cristiano Bacci continua acima da zona de despromoção direta e vem de um empate na visita ao Nacional (0-0), que quebrou uma série de oito jogos a sofrer golos em todas as provas.

“Uma casa precisa de ter bases fortes para ser construída, mas, depois, há que juntar o resto e acho que esse trabalho entre defesa e ataque é complementar. O meu objetivo é chegar ao final da I Liga e ter três equipas abaixo da nossa. Podíamos ter mais pontos em casa e há que pensar em fazer aquilo que, neste momento, estamos a conseguir fora. A mentalidade passa sempre por tentar ganhar, mas a primeira ideia é pontuar”, definiu.

Autor de várias defesas na Choupana, o guarda-redes brasileiro César recebeu o prémio de homem do jogo na última ronda, numa altura em que leva sete titularidades seguidas, tendo regressado ao Boavista em setembro, já com a época em andamento e sem ritmo competitivo, face às lesões prolongadas de João Gonçalves e do compatriota Luís Pires.

“Com certeza, não foi [um processo] fácil depois de ele ter estado muito tempo parado. Para qualquer guarda-redes, voltar a jogar é muito difícil no plano mental, mas o César é um grande profissional e boa pessoa. Mereceu a atribuição daquele prémio”, enalteceu.

Cristiano Bacci pode voltar a contar com o médio colombiano e capitão Sebastián Pérez, que cumpriu suspensão perante o Nacional, e está ciente da relevância da receção ao Farense, invicto nos últimos dois desafios para a I Liga e em igualdade pontual com o Arouca no fundo da classificação - os arouquenses têm vantagem no confronto direto.

“O Farense começou mal, mas, nos últimos jogos, só perdeu com Sporting de Braga e Benfica. Esperamos um jogo difícil contra uma equipa competente, física e agressiva. É normal que os confrontos diretos sejam importantes, mas tento passar sempre à malta uma mentalidade de tentar ganhar cada jogo, seja contra o primeiro ou o último”, frisou.

O Boavista, 12.º classificado, com 10 pontos, dois acima da zona de descida, recebe o Farense, 18.º e último, com oito, no domingo, às 15:30, no Estádio do Bessa, no Porto, em encontro da 13.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de David Rafael Silva, da associação do Porto.