Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.

Meia-hora depois dos incidentes, alguns elementos deixaram as instalações, mas “6 ou 7” ficaram dentro da Academia.

"Vamos matar-vos!", ouviram os jogadores durante as agressões em Alcochete
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“Alguns minutos após a fuga da maioria, o segurança que se encontrava na portaria recebeu uma chamada de Ricardo Vaz, elemento do Gabinete de Apoio aos jogadores, dizendo-lhe para deixar entrar nas instalações um veículo de marca BMW de cor azul(…), sendo que essa viatura foi buscar os líderes das claques”, escreve, esta sexta-feira, a edição online da revista Sábado, que teve acesso ao depoimento prestado pelo segurança da empresa 2045.

De acordo com outro depoimento, o do diretor de operações da Academia de Alcochete, Ricardo Gonçalves, os tais líderes a que o segurança se referia eram "Fernando Mendes e o BA, que não estariam integrados no grupo de indivíduos, mas supostamente estariam na retaguarda”. Tal como a SÁBADO já tinha adiantado, os tais líderes da invasão à Academia não foram detidos.

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Porém, existe outra revelação: “O diretor da Academia de Alcochete foi avisado pelas 16h55 de terça-feira por Bruno Jacinto, oficial de ligação entre o clube e as claques, que a Juve Leo ia a caminho da Academia para falar com a equipa. Ao ser informado da situação e por terem existido antecedentes no final do jogo com o Marítimo, Bruno Jacinto afirmou ter contatado o comandante do posto da GNR de Alcochete. Bruno Jacinto declarou ter reconhecido, além dos já mencionados Fernando Mendes e B.A, o ‘Bocas’, ‘Alan’, ‘Valter’ e o ‘Ucraniano’.

Ricardo Gonçalves explicou à GNR que "muitas vezes nestas situações é usual elementos de claques adversárias juntarem-se à claque rival, não pela cor clubística, mas por serem do mesmo bairro". O diretor operacional da Academia revelou ainda ter presenciado uma agressão ao treinador Jorge Jesus.