A Associação Nacional dos Treinadores de Futebol veio a terreno defender os treinadores de futebol, alvos da crítica por parte da Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
Na passada sexta-feira, após o empate entre o FC Porto e a B-SAD, Sérgio Conceição, técnico dos azuis e brancos, insurgiu-se contra a arbitragem de Fábio Veríssimo no encontro e também contra todos os árbitros por entender que os mesmos não têm defendido os jogadores mais tecnicistas, como Corona.
Na resposta, o organismo presidido por Luciano Gonçalves criticou as palavras de Conceição e pediu ao técnico que que começasse a "medir as consequências das palavras proferidas". Ora o treinador não se ficou e falou em hipocrisia por parte da APAF, deixando novamente reparos a nomeação de Fábio Veríssimo.
"!Não é normal um árbitro, que está numa pressão enorme, envolvido numa polémica, ser nomeado para um jogo do FC Porto, um rival do Sporting. É com isso que a APAF se tem de preocupar!", disse Sérgio Conceição, na antevisão do jogo com o SC Braga.
Esta tarde, a Associação Nacional dos Treinadores de Futebol veio defender a sua classe ao lembrar que "os treinadores de futebol são humanos e, como tal, são sujeitos a sensações e emoções, principalmente, quando o resultado do seu trabalho é influenciado negativamente por erros grosseiros e 'descalibrados'".
Eis o comunicado da Associação Nacional dos Treinadores de Futebol
"Aceitamos sem qualquer tipo de preconceito, que a linguagem, seja de quem for, tem influência na nossa sociedade.
Porventura inadequada e inadmissível, mas quando a mesma se reporta, a erros grosseiros e “descalibrados”, e outras que tal, teremos de ter em consideração que estas tomadas de posição, possivelmente mais veementes, são relativas aos efeitos causados pelas mesmas e nunca de cariz pessoal e ofensivo para a pessoa.
Sem que sirva de desculpa, importa ter presente que os treinadores de futebol são humanos e, como tal, são sujeitos a sensações e emoções, principalmente, quando o resultado do seu trabalho é influenciado negativamente por erros grosseiros e “descalibrados”.
Sabem quantas chicotadas os treinadores de futebol da 1ª Liga, e outras, sofreram? Pois… Sucedem-se por via dos resultados e não da competência, ao contrário do que se verifica noutros setores.
É, pois, este o contexto que encontramos no futebol português: aqueles que, por muito que trabalhem com competência, veem muitas vezes, esses sim, o seu trabalho ferido e, muitas vezes interrompido, por erros grosseiros e “descalibrados” daqueles a quem nada lhes acontece e está sempre tudo bem!
Saibamos todos substituir a tentação do absurdo pela racionalidade do lento progresso e por soluções de competência, esvaziando os factos artificiais e a violência verbal, proporcionando uma atmosfera saudável."
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