O FC Porto selou no passado sábado a conquista do seu 30.º título de campeão nacional de futebol, o terceiro êxito em cinco anos, desempenho que já havia experimentado nos anos 80 e 90 do século passado e entre as últimas duas décadas.
A uma jornada do fim do campeonato, o FC Porto destronou o Sporting, que tinham cessado uma ‘seca’ de 19 anos em 2020/21, solidificando o seu domínio no novo milénio, com o 12.º cetro.
No ‘ranking’ global do campeonato, o 30.º título reforça o segundo lugar dos nortenhos, a sete do Benfica, vencedor pela última vez em 2018/19, e com mais 11 do que o Sporting, que festejou apenas duas vezes no século XXI e viu escapar o primeiro ‘bi’ em 68 anos.
O êxito do FC Porto voltou a ser cunhado pelo treinador Sérgio Conceição, tal como em 2017/18 e 2019/20, numa época em que assumiu em definitivo a liderança isolada à 17.ª ronda e estabeleceu um recorde de invencibilidade de 58 partidas no escalão principal.
Sob alçada do ex-avançado internacional português, os ‘dragões’ já tinham inviabilizado há quatro anos o ‘penta’ do Benfica, cuja ameaça de nova hegemonia interna tornaria a ser estancada duas épocas depois, quando foi negado o sexto cetro em sete possíveis.
Essa foi a terceira de quatro séries do FC Porto com três troféus conquistados em cinco anos, registo principiado nos anos 80 do século XX, com o seu terceiro ‘bi’ (1984/85 e 1985/86), com Artur Jorge, antes de intercalar o 10.º dos 30 campeonatos (1987/88), já sob orientação do croata Tomislav Ivic, com dois do clube da Luz (1986/87 e 1988/89).
Os dois rivais replicaram essa fasquia imediatamente nas cinco épocas seguintes, tendo os ‘azuis e brancos’ arrebatado êxitos com Artur Jorge (1989/90) e o brasileiro Carlos Alberto Silva (1991/92 e 1992/93), face a um par dos ‘encarnados’ (1990/91 e 1993/94).
Volvida a sexta conquista em 10 anos, o FC Porto arrancou para um inédito ‘penta’ (de 1994/95 a 1998/99) e entrou no novo milénio com um ‘tetra’ (de 2005/06 a 2008/09) e um ‘tri’ (de 2010/11 a 2012/13), por entre dois triunfos do Sporting, dois do Benfica e um do Boavista, eternizado em 2000/01 como o quinto campeão da história do futebol nacional.
Numa competição que, em 18 épocas (de 2002/03 a 2019/20), teve só dois vencedores, as vitórias dos ‘dragões’ em 2010/11, com André Villas-Boas, e em 2011/12 e 2012/13, ambas com Vítor Pereira, voltaram a divergir de duas das ‘águias’ (2009/10 e 2013/14).
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Os portistas apenas sofreram uma derrota em 90 duelos (1-3 na visita ao Gil Vicente, em 2011/12) e acabaram invictos 2010/11 e 2012/13, época em que Kelvin, com um golo ao Benfica no Dragão (2-1), já nos descontos, encaminhou o último ‘tri’ a uma ronda do fim.
Essas quatro séries de três campeonatos em cinco anos ajudaram o FC Porto a cimentar um clube redimensionado sob a presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, eleito pela primeira vez há quatro décadas, em 17 de abril de 1982, para suceder a Américo de Sá.
Até então, os ‘azuis e brancos’ tinham conquistado sete dos primeiros 47 campeonatos, incluindo a edição inaugural (1934/35), um inédito ‘bis’ (1938/39 e 1939/40), um par de êxitos isolados (1955/56 e 1958/59) e o fim do ‘jejum’ de 19 anos (1977/78 e 1978/79).
Nas 41 edições seguintes, Pinto da Costa praticamente quadruplicar os sucessos do FC Porto na divisão maior do futebol nacional, ao contabilizar 23, contra 13 do Benfica - chegou a ter uma década sem qualquer troféu (de 1994/95 a 2003/04) e ficou-se por um em 15 anos (de 1994/95 a 2008/09) - e ‘residuais’ quatro do Sporting e um do Boavista.
Consumada a conquista do campeonato, no horizonte do segundo clube mais titulado de Portugal (80, contra 83 das ‘águias’) surge agora a final da Taça de Portugal frente ao Tondela, em 22 de maio, no Estádio Nacional, em Oeiras, que pode possibilitar a sua nona ‘dobradinha’, depois de 1955/56, 1987/88, 1997/98, 2002/03, 2005/06, 2008/09, 2010/11 e 2019/20.
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