O treinador Artur Jorge frisou, este sábado, a importância do Sporting de Braga ganhar ao Farense, no domingo, em casa, na 22.ª jornada da I Liga de futebol, depois de dois resultados negativos muito pesados.
Os bracarenses foram goleados por 5-0 na jornada anterior, com o Sporting, em Lisboa, e voltaram a perder por números pesados, agora em casa, diante do Qarabag, do Azerbaijão, por 4-2, na quinta-feira, na primeira mão do play-off de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa.
Frisando que, “mais do que uma resposta” aos recentes maus resultados, a equipa “precisa de ganhar este jogo” para “aumentar os índices de confiança”.
“Os resultados deixam mossa e é preciso duas vitórias seguidas boas para ajudar a equipa a voltar a estar como há uns tempos atrás, porque o treinador não mudou e os jogadores também não”, disse na antevisão da partida com os algarvios.
O treinador foi questionado sobre Álvaro Djaló, que ainda não voltou ao nível que mostrou antes da lesão, e Artur Jorge reconhece o período menos bom do extremo espanhol, tendo revelado que o próprio jogador e os colegas também o sentem.
“É inegável isso e ele é capaz de admiti-lo, tenho tentado perceber com ele o que se passa. Os jogadores são os primeiros a serem muito exigentes com eles e alguns cobram-se mais que outros e são mais críticos para eles próprios. Ele tem perfeita consciência que não tem sido o mesmo Álvaro desde que veio de lesão, já fez sete ou oito jogos, não é falta de ritmo ou de condição”, disse.
O treinador particularizou: “tenho tentado perceber junto dele se é por estar vendido para [o clube] A ou B, se é por o mercado já estar feito e se a cabeça dele continua aqui totalmente comprometida. A quebra de rendimento é por mais evidente e, além do treinador e dele, os próprios colegas sentem isso, que ele pode dar mais do que tem dado porque tem acrescentado pouco, na verdade”, disse.
Quanto a Ronny Lopes, internacional AA que chegou esta época a Braga e que pouco tem jogado, o treinador frisou apenas que “as opções são sempre tomadas em função do desempenho nos treinos e as apostas nos que treinam, que lutam, que se esforçam e que querem fazer parte das primeiras opções, essa justiça é inegociável para mim”, disse.
No mercado de inverno saíram três jogadores (Castro, André Horta e Al Musrati) e a equipa ainda ficou sem Niakaté e Banza cerca de um mês meio pela participação na CAN2023, tendo apenas entrado um jogador, por empréstimo, o jovem médio Cher Ndour, sendo que Artur Jorge revelou hoje que o clube tentou contratar um ponta de lança, “mas não conseguiu chegar a quem queria”.
Questionado se essas foram decisões da direção liderada por António Salvador ou também de Artur Jorge, o treinador confirmou ter participado nelas.
“Nunca será só uma decisão do presidente, tudo o que é feito aqui dentro é em função de um bem comum e depois há um decisor final, o presidente, mas eu também faço parte da mesa onde estas questões se discutem, eu incluo-me nas decisões também. Sensação de desinvestimento do plantel? É importante perceber o contexto e a envolvência em que estamos para perceber porque saíram mais jogadores do que tem entrado, mas isso não justifica o que quer que seja e muito menos os resultados”, disse.
O técnico aludiu à intranquilidade da equipa após a derrota de quinta-feira considerando hoje que, mais do que a idade dos jogadores, importa a personalidade.
“Porque a intranquilidade não se justifica com maturidade. Podia lembrar [jogadores como] Victor Gómez, Niakaté, Vítor Carvalho, Zalazar, Abel Ruiz ou Álvaro Djaló. O facto de haver vários jogadores experientes não significa que não haja algum desequilíbrio emocional, porque, por exemplo, o desempenho do Abel Ruiz, em janeiro, quando não estava cá o Banza, não me venham dizer que é por falta de qualidade, é porque emocionalmente estava perturbado, porque é um jogador que tem muita mais qualidade do que a deu. A segurança tem mais a ver com personalidade do que com maturidade ou idade, posso ter um jogador de 30 ou 40 anos que acuse alguma instabilidade”, disse.
O capitão Ricardo Horta, que falhou o jogo ‘europeu’ devido a lesão, continua em dúvida, ainda que hoje já tenha estado em campo com a equipa.
“Temos 24 horas para tomar uma decisão, mas com a noção de que queremos que a utilização não comprometa o Ricardo [Horta] para os jogos seguintes”, notou.
Adrián Marín e Bruma continuam de fora, lesionados.
Sporting de Braga, quinto classificado, com 40 pontos (e menos um jogo que o Vitória de Guimarães, quarto), e Farense, oitavo, com 30, defrontam-se no domingo, a partir das 20:30, no Estádio Municipal de Braga, num jogo que será arbitrado por André Narciso, da associação de Setúbal.
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