Sporting, campeão em exercício, Benfica e FC Porto, os três candidatos ao título português de futebol, entraram na I Liga de 2024/25 sem contratações sonantes, ainda que os 'dragões' apresentem uma alteração significativa: o estreante treinador Vítor Bruno.

Após vários anos como adjunto de Sérgio Conceição, Vítor Bruno assume o cargo de técnico principal, colocando fim à longa série de sete temporadas do antigo chefe de equipa como treinador do FC Porto, mudança que resulta da substituição de Pinto da Costa por André Villas-Boas na presidência do clube.

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No Benfica, o presidente Rui Costa resistiu à tentação de afastar o alemão Roger Schmidt, muito contestado pelos adeptos depois de ter terminado o campeonato passado no segundo lugar, a 10 pontos do Sporting, orientado por Rúben Amorim, que viveu um defeso substancialmente mais tranquilo.

A equipa ‘leonina’ procura revalidar o título, algo que não consegue desde 1954, quando conquistou um histórico ‘tetra’, mas sem comprometer o equilibro financeiro, até porque parece preferir segurar o avançado sueco Viktor Gyökeres, melhor marcador da prova na época anterior, com 29 golos.

Sem ser um favorito claro, o Sporting partirá com a serenidade dos campeões, tendo-se limitado a substituir diretamente dois veteranos que terminaram os contratos e deixaram Alvalade: o guarda-redes espanhol Adán pelo sérvio Vladan Kovacevic e o central uruguaio Coates, histórico capitão, pelo belga Debast.

Após duas temporadas de forte investimento, o rival lisboeta, recordista de títulos na competição, com 38 troféus, também foi mais moderado no ataque ao mercado de transferências, apesar de voltar a liderar nos gastos, com a contratação do avançado grego Vangelis Pavlidis, por 18 milhões de euros (ME).

O vice-campeão nacional perdeu para o Paris Saint-Germain o jovem médio João Neves, de 19 anos, a maior revelação da época passada, compensada pelo regresso de Renato Sanches, depois de ter deixado o clube ao sagrar-se campeão europeu em 2016.

Depois de ter deixado escapar Rafa, em fim de contrato, colmatou o ataque com Pavlidis, contratando também o defesa esquerdo alemão Jan-Niklas Beste e o médio luxemburguês Leandro Barreiro.

Apesar de ter terminado o campeonato a 18 pontos de distância do Sporting, no terceiro lugar, o FC Porto foi ainda mais comedido do que os adversários na luta pelo título, consequência das dificuldades financeiras sentidas nos últimos tempos e que o mantiveram sob o jugo da UEFA.

Os ‘dragões’ recuperaram Francisco Conceição, filho do anterior treinador, e promoveram os regressos de David Carmo e Fran Navarro, ainda que tenham perdido uma das maiores referências, o defesa central Pepe, que deixou o clube e o futebol, aos 41 anos, e o influente avançado iraniano Taremi, para o Inter Milão.

A grande alteração aconteceu mesmo no banco de suplentes, com a troca de Sérgio Conceição por Vítor Bruno, que teve uma estreia auspiciosa no sábado, ao conquistar a Supertaça Cândido Oliveira, impondo-se por 4-3 ao Sporting, após prolongamento, depois de ter estado a perder por 3-0, e ainda o triunfo na ronda inaugural da prova, em casa diante do Gil Vicente.

Ao Sporting de Braga restará esperar por desempenhos mais fracos dos três ‘grandes’ para alcançar algo mais do que o quarto lugar da época passada. Os minhotos, que foram buscar Daniel Sousa ao Arouca, terão de refazer o plano para a nova época, uma vez que o novo técnico foi afastado do comando da equipa após o empate caseiro na ronda inaugural diante do Estrela da Amadora.

Já o rival dos arsenalistas, o Vitória de Guimarães, orientado por Rui Borges, não desdenhará o quinto com que terminou 2023/24.

As restantes equipas, com maior ou menor ambição (e argumentos), desejarão apenas distância dos lugares de despromoção, entre as quais as três recém-promovidas, Santa Clara, Nacional e AVS, que ocuparam os lugares de Portimonense, Vizela e Desportivo de Chaves, relegados para a II Liga.