O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) admitiu que pode haver um boicote ao arranque da próxima temporada da Primeira Liga. Em declarações ao jornal A Bola, Luciano Gonçalves defendeu que todas as opções estão em cima da mesa para serem ponderadas face ao cenário atual do futebol português.
“Todos os cenários estão em cima da mesa. Aquilo que foi transmitido pelos árbitros é que a falta de adequação e atualização destas molduras penais implicaria a recusa dos árbitros em iniciar os campeonatos, pelo que as propostas de alteração devem informar a liga dessa determinação”.
De acordo com o jornal A Bola, a posição da APAF vai ainda ao encontro das sugestões apresentadas pelo Benfica e Sporting no que toca a aumentar os castigos a clubes que coloquem em causa o trabalho dos árbitros. Em relação à proposta dos ‘encarnados’ de perda de três pontos por criticas à arbitragem, a APAF vai mais longe e defendem que essa seria a pena mínima.
A questão das penas mais pesadas não se cinge apenas a pessoas ligadas aos clubes em si. Para além de membros efetivos de um emblema, a APAF defende ainda que dirigente, funcionários, adeptos e comentadores possam ser responsabilizados por comentários e ações impróprias. No entanto, apesar de defender estas ideias, não há, de acordo com A Bola, nenhuma proposta concreta para apresentar. Contudo, a APAF está disposta a conversações para chegar a uma resolução sobre o tema das mudanças na disciplina com foco na proteção das equipas de arbitragens.
Recorde-se de que este tema regressou à linha da frente do futebol português depois de, na terça-feira, terem surgido sugestões de alterações na disciplina de Benfica e Sporting. Com penas mais duras, coimas mais altas e suspensões mais efetivas, ambos os clubes querem ‘mão pesada’ por parte da Primeira Liga e de quem gere o futebol português.
As alterações no código de disciplina foram um pedido da Liga e deverão ser discutidas durante a Assembleia Geral que vai decorrer durante este mês. Em cima da mesa está também um potencial boicote ao arranque da próxima temporada por parte dos árbitros. Esta ação pode manifestar-se através de uma ‘falta’ aos jogos.
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