A Autoridade para o Combate à Violência no Desporto considerou hoje que os promotores de espetáculos devem zelar pela segurança dos adeptos, e que o acesso aos recintos não pode estar condicionado ao uso de determinadas peças de vestuário.
“Devem os promotores dos espetáculos desportivos zelar pela compatibilização e equilíbrio das componentes ‘Segurança’, ‘Proteção’ e ‘Serviços’ , bem como pela facilitação de adequadas condições de hospitalidade e fruição do espetáculo desportivo no acolhimento dos adeptos visitados/locais e visitantes”, refere a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), numa nota informativa divulgada hoje.
Poucos dias depois de uma criança ter sido obrigada a despir uma camisola do Benfica, no estádio Municipal de Famalicão, a APCVD refere que “o mero envergamento de peças de vestuário, que se sublinha terem natureza diferente de meros adereços, e desde que não contenham símbolos, sinais ou mensagens ofensivas, violentas, intolerantes, de caráter racista ou xenófobo, não deverá ser condicionante ao acesso e permanência dos seus portadores”.
“De igual forma, não se considera que a sua remoção seja, por si, suficiente para garantir a segurança dos adeptos visados”, acrescenta o organismo, numa aparente reação ao facto de a criança ter sido obrigada a assistir ao Famalicão-Benfica, da I Liga de futebol, em tronco nu.
A APCVD defende que “perante a necessidade de deslocar adeptos para outras zonas ou setores por questões de segurança, deverá ser avaliada primariamente a possibilidade de acomodar tais adeptos (do clube visitado ou visitante) junto das respetivas zonas no recinto desportivo”.
O incidente, ocorrido no sábado, já foi repudiado pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, e também por Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), organismo que já fez saber que irá debater o caso.
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