O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) disse hoje que está “completamente” fora de hipótese a implementação de um novo modelo de gestão da arbitragem na presente temporada.
“Uma coisa é certa: deve ser sempre algo para acrescentar valor. Se for algo para ser igual ao que temos e só mudamos o nome, mais vale melhorar o que temos”, disse Luciano Gonçalves em declarações à imprensa, à margem do lançamento do livro “Talentos Desportivos - Da Identificação ao Pleno Desenvolvimento”, que teve lugar no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria.
Em 02 de novembro, o Conselho de Arbitragem (CA) apresentou o projeto de criação de uma entidade externa para gestão da arbitragem nas competições profissionais, na senda de um desafio da FPF, em junho, e da criação do grupo de trabalho que une o CA, a LPFP e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
No seguimento do dossiê, fonte do CA disse hoje à Lusa que o órgão entendeu ser oportuno iniciar a discussão sobre o modelo de arbitragem das competições profissionais, face ao debate sobre alterações à Lei de bases e ao Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), desencadeado pela Secretaria de Estado da Juventude e Desporto.
Instado a pronunciar-se sobre o tema, o líder da APAF afirma tratar-se de um projeto que “está a ser trabalhado”, mas que “não é nenhum projeto da APAF, mas sim do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol”, considerando prematuro abordar “as variantes, desde a sua constituição, as condições que têm de ser garantidas, quem irá coordenar ou não".
“Ainda é muito cedo para estarmos a dizer que irá ser formatado de uma forma ou de outra”, analisou.
Questionado também sobre a visita do líder Sporting ao terreno do vice-líder Benfica, no dia 12, às 20:30 horas, em partida referente à 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, Luciano Gonçalves antecipou um “grande jogo, com três grandes equipas”.
E perspetivou também uma excelente arbitragem, independentemente da equipa que venha a ser nomeada para o dérbi.
“Temos os árbitros preparados para que possam estar a esse nível. As equipas também estão focadíssimas, está a ser um campeonato muito disputado e é de esperar, naturalmente, que sejam três grandes equipas e um bom espetáculo desportivo”, disse, considerando que, no futebol profissional, os árbitros estão “obrigados a estarem preparadíssimos para este tipo de jogos”.
Sobre as arbitragens nas primeiras dez jornadas do campeonato, Luciano Gonçalves disse não ter “o entendimento de que houve algum erro do VAR que tivesse colocado em causa a verdade desportiva”.
“Os erros que aconteceram têm que ver com erros humanos e não com erros técnicos”, asseverou, depois de sublinhar que “era impensável há dez anos pensar em videoarbitragem” e que a mesma “vai ter de criar ferramentas que sejam cada vez mais fidedignas nas análises aos lances”.
Todavia, repisou, “os erros são humanos e vão sempre existir, com ou sem VAR”.
No desenvolvimento das capacitações dos árbitros, o dirigente referiu também que o trabalho tem sido realizado de forma contínua, apostando “na formação, na análise cada vez mais exaustiva aos jogos e na comparação de lances de uma semana para a outra”.
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