Atualmente ao serviço do Paços de Ferreira, Vitorino Antunes deu uma entrevista ao jornal desportivo Record em que fala sobre a mudança para a Capital do Móvel, a época passada - na qual se sagrou campeão com a camisola do Sporting - e Nuno Mendes.

"Depois da lesão que tive no joelho, passei um ano com menos tempo de jogo no Sporting, no qual me deram um papel importante, sem dúvida, mas um jogador vive de jogar futebol. Quero sentir-me útil dentro de campo e fora dele. Precisava de sentir isso outra vez. Custava chegar a casa, ou na rua, e ouvir amigos a dizer que se calhar eu já tinha acabado para o futebol. Queria demonstrar que ainda estava vivo. Surgiu esta oportunidade de regressar ao Paços de Ferreira", começou por explicar.

Em grande parte da época passada, na qual somou apenas 13 jogos, Antunes viu o seu lugar em campo ser ocupado pelo jovem Nuno Mendes. No entanto, o lateral admitiu que era um situação compreensível pelo valor da concorrência.

"Podia treinar a 200 por cento e fazer um grande treino mas no fim-de-semana ia jogar o Nuno Mendes. Era essa a realidade do clube. Era um grande ativo do clube, um enorme jogador, isso está fora de questão, mas eu precisava de sentir outra vez isto: treinar bem sem saber que não vou jogar e não acabar o jogo e saber que no seguinte já não jogava. Consegui ter um ano assim, sabendo que não ia jogar no fim-de-semana a seguir e mesmo assim chegar ao treino e ser o melhor a treinar. Não é para todos. Fui muito feliz no Sporting, mas não estou arrependido por sair porque também sou muito feliz aqui no Paços", acrescentou.

Apesar de tudo, Antunes não poupa nos elogios a Nuno Mendes. "Tem um futuro incrível pela frente. Margem de progressão enorme, tem 19 anos, já joga no Paris Saint-Germain e é titular na seleção. Está à vista de todos e para mim não é vergonha nenhuma ter passado um ano inteiro como suplente de um menino que está nomeado para melhor sub-21 do mundo. Depois do último ano com ele não me surpreende em nada vê-lo na situação em que está, assim como não me vai surpreender daqui a 5 ou 10 anos quando ele for mesmo o melhor lateral-esquerdo do mundo. Não me vai surpreender nada porque a margem de progressão que ele tem é enorme e vai ter um futuro incrível", salientou.

Por fim, Antunes destacou que a saída do Sporting foi pacífica. "Nunca ninguém me pôs do Sporting para fora. Ninguém chegou ao pé de mim e disse 'Antunes, tens de sair daqui'. Não. O que me disseram é que, provavelmente, iria ter menos tempo de jogo do que desejava. Sabiam que no meu sangue estava o bichinho para jogar sempre e que se quisesse sair eles iam entender isso. A minha decisão passou um bocadinho por aí quando foram buscar mais um lateral-esquerdo, sem saber se o Nuno Mendes ia ser vendido ou não. Não queria acabar a minha carreira, se ficasse mais um ano sem jogar seria o meu fim. Não vale a pena ser hipócrita. Três anos seguidos sem jogar, um por lesão, dois por falta de minutos, com 35 anos, ia ser muito difícil encontrar um clube para voltar a jogar", esclareceu Antunes.

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