Em declarações ao SAPO Desporto, António Simões não deixou de recordar a memória de Fernando Peres, antigo médio esquerdo do Sporting, que foi colega do 'magriço' na Seleção Nacional.

O antigo extremo fala de "uma ligação muito forte" com Fernando Peres e revelou que o desaparecimento de jogadores e companheiros da sua geração acabam por tirar um bocadinho da sua própria essência.

"Um grande jogador, que foi campeão em Portugal e foi campeão no Brasil. Fomos colegas no serviço militar. Uma ligação e uma relação sempre forte. Isto vai-nos enchendo de tristeza quando vejo a minha geração desaparecer e ainda jovem. Tínhamos seis meses de diferença. Cada vez que desaparece alguém que foi meu companheiro e foi meu adversário, eu perco um bocadinho de mim, também. Foi o caso do falecimento do [Fernando Peres]. Infelizmente já não foi uma surpresa, já que eu fui sempre tomando conhecimento da sua doença, do seu internamento. Mesmo há poucos dias tive a oportunidade de gravar para alguém muito perto da sua família, uma pequena opinião, uma pequena palavra para com ele. Todos sabemos que terminamos, mas cada vez que acontece dói muito e tira-nos um bocadinho aquilo que nos pertence".

António Simões ficou ainda emocionado com a homenagem a Fernando Chalana no dia do 60.º aniversário do 'pequeno genial' antes do início da partida entre o Benfica e o Nacional. O antigo extremo recorda "um jogador extraordinário" e um "exemplo de simplicidade".

"Gostei imenso de ouvir. Temos que ter essa atitude generosa para um homem que foi um jogador extraordinário. Foi o exemplo da simplicidade exagerada que até nem é particularmente apreciada. Hoje o que vende é o combate, é a vaidade pessoal, é o elogio próprio e a arrogância. Tudo isso é que o dá audiências. Eu nunca percebi 'se o Chalana percebeu o que é que foi'. Não foi um 'pequeno genial' foi um 'grande genial'. Eu sempre tive grande admiração e afeto pelo Chalana porque foi sempre um exemplo de como se consegue ser vedeta, sendo decreto. Eu fico contente quando há a vontade do reconhecimento. Foi isso que aconteceu no estádio da Luz. Eu falei com Chalana não há muito tempo e quero que o Chalana se mantenha connosco. Quero vê-lo, quero abraça-lo porque nós queremos mais pessoas como o Chalana. Fiquei muito contente porque o clube, justamente, não se esqueceu daquele que será sempre uma grande referência do futebol do Benfica", concluiu.