O Benfica somou na noite deste sábado uma muito sofrida vitória na Amoreira, sobre o último classificado Estoril Praia. As águias viram o adversário enviar uma bola ao poste no arranque do segundo tempo, tiveram dificuldades em criar lances de real perigo e só para lá do minuto 90 chegaram ao golo, por António Silva, jovem defesa que parece em definitivo gostar dos ares do António Coimbra da Mota.
Com esta vitória, a sétima consecutiva na Primeira Liga em oito jornadas, o Benfica ultrapassa no topo da tabela, pelo menos por uma noite, o Sporting, que apenas domingo recebe, em Alvalade, o Arouca. Quanto ao Estoril, somou o sexto jogo seguido sem ganhar, nos quais somou cinco derrotas, e vai terminar a jornada na cauda da classificação.
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Primeiros minutos lentos e sem oportunidades
Com Alexander Bah e Angél Di María lesionados, Roger Schmidt não se ficou por aí no que toca a mudanças e procedeu, ao todo, a seis alterações em relação ao onze que havia entrado em campo a meio da semana em Milão, na derrota por 1-0 com o Inter para a Liga dos Campeões.
Florentino foi titular no meio-campo, enquanto na frente o técnico alemão apostou, desta feita, no jovem Tengstedt como homem mais adiantado. Os primeiros minutos foram de domínio territorial das águias, mas registo de lances de perigo, com o Estoril a procurar sair rápido em contra-ataque pelas alas.
Lances de perigo, porém, nem vê-los de parte a parte. Aos dez minutos o Estoril surgiu em superioridade numérica perto da grande área encarnada, mas Neres surgiu vindo de trás a recuperar a interceptar o remate de Rodrigo Gomes. Na outra área, Marcelo Carné sacudiu para a frente um cruzamento de Tengstedt e Rafa na cara do golo atirou para grande defesa do guardião, mas o lance não valeu. Havia posição irregular no início da jogada.
Domínio encarnado acentua-se, Tengstedt e Neres ameaçam, mas nulo persiste
A partir de meio do primeiro tempo o Benfica começou a acentuar a pressão e a primeira verdadeira ocasião de golo surgiu: passe fantástico de Chiquinho (outra das novidades no onze) a desmarcar Tengstedt, o dinamarquês isolou-se e à saída de Marcelo Carné, atirou rasteiro, milímetro ao lado.
O Estoril tentou responder, num contra-ataque rápido pela esquerda, mas era o Benfica que mandava no jogo e nova oportunidades de golo surgiu pouco depois da meia hora: Neres trabalhou bem na grande área do Estoril, atirou rasteiro e em arco de pé esquerdo, mas viu Carné responder com uma extraordinária defesa. Na recarga, Jurásek atirou muito por cima.
Tengstedt - que instantes antes tinha ficado a pedir uma grande penalidade - voltou a dispor de uma boa oportunidade aos 37 minutos, mas atirou às malhas laterais e o intervalo chegou mesmo sem golos
Estoril entra melhor na segunda parte e acerta no poste
O segundo tempo começou sem alterações nas duas equipas, mas com o Benfica adormecido e o Estoril a entrar bem melhor, ficando muito perto de abrir o marcador.
Aos 50 minutos Trubin segurou bem um livre de Volnei, logo a seguir Tiago Araújo rematou forte, mas ligeiramente ao lado, e aos 54 minutos Rafik Guitane abriu para Rodrigo Gomes, este cruzou para o lado contrário e Heri apareceu a rematar, acertando no poste esquerdo da baliza das águias.
Benfica desperta, VAR reverte penálti
Depois do susto, o Benfica percebeu o aviso e voltou a crescer no jogo, ameaçando também o golo, perto da hora de jogo. Otamendi rematou forte, de longe, no seguimento de um canto, Marcelo Carné defendeu para a frente, mas fez depois bem a mancha para defender também a recarga de João Mário.
Poucos minutos mais tarde, as águias viram o árbitro André Narciso começar por assinalar uma grande penalidade por falta de Koindredi sobre Chiquinho mas, alertado pelo VAR, o juiz da partida foi rever o lance e concluiu que o defesa estorilista tinha, afinal, tocado primeiro na bola.
O Benfica continuou a carregar e o Estoril a demonstrar cada vez mais dificuldades em sair para o ataque, mas conseguia pelo menos evitar que o domínio do adversário se traduzisse em grandes lances de perigo. E mesmo depois das primeiras mexidas de Roger Schmidt o Benfica continuou a não conseguir criar grandes oportunidades, com os minutos a passarem.
António Silva garante triunfo nos descontos...à frente e atrás
Do banco saltaram João Neves, Musa, Bernat e até Gonçalo Guedes, mas só ao minuto 87 o Benfica voltou a ficar perto de marcar. Em excelente posição e com tudo para fazer o golo, Otamendi acertou mal na bola, rematando fraco e para fora.
E foi já para lá do minuto 90, no terceiro minuto do período de compensação, que o Benfica acabou por chegar ao golo que seria o da vitória. Neres bateu um pontapé de canto, Musa ganhou nas alturas, e quem marcou foi António Silva, que à boca da baliza, também de cabeça, desfez o nulo.
E, no último lance do jogo, o jovem defesa central voltaria a ser decisivo, cortando quase em cima da linha de golo um remate de que tinha tudo para dar o empate ao Estoril.
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