O futebol português necessita de união entre instituições e intervenientes para crescer de uma forma alinhada de patamar, reconheceu hoje Antero Henrique, diretor desportivo da Liga do Qatar, que já passou pela estrutura do FC Porto.
“O diálogo é sempre a melhor ferramenta para se chegar a conclusão. Claramente, todos achamos que o futebol português tem potencial imenso e talento incomparável. Contudo, tem de haver claramente uma visão estratégica e um caminho no qual todos se alinhem para chegarmos melhor e mais longe. A I Liga está num nível altíssimo, se for comparada com campeonatos de igual dimensão em termos populacionais. Nós é que somos muito ambiciosos, estamos a olhar para cima e queremos ser comparados ao top 5”, analisou.
Orador único da conferência denominada “Como gerir o crescimento sustentado de uma Liga de futebol? O caso da Qatar Stars League”, inserida na cimeira Thinking Football, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, o dirigente explica a ambição do futebol luso com talento.
“A I Liga é vendedora para equilibrar os seus orçamentos, mas produz um talento imenso e reúne cada vez mais condições para o desenvolver. Isso é que faz com que cresça dia após dia. Levantam-se agora questões muito importantes, que começam a ser discutidas e que têm a ver com a centralização dos direitos televisivos e, eventualmente, de outros direitos, tais como os comerciais, no sentido de se encontrar um conjunto de critérios que revertam a favor dos clubes”, enquadrou o ex-diretor geral para o futebol, vice-presidente do clube e administrador da SAD do FC Porto, clube no qual trabalhou de 1990 a 2016.
Antero Henrique, de 55 anos, encarou o aparecimento das equipas B no início do século como a “ferramenta ideal no momento ideal para que o futebol português passasse para um patamar completamente diferente a nível de qualidade ou de volume de exportação”.
“O nosso serviço pós-venda é excelente, mas, depois, existem questões complicadas de analisar. Por exemplo, os jogadores de 100 milhões de euros têm falhado quase todos, o que é, de certa forma, uma coisa assustadora. Temos de tornar o nosso mercado global realista”, defendeu, vendo Portugal como “um grande exportador de talento competente”.
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