Noite de 'déjà vu' em Alvalade. O Sporting repetiu o resultado que havia conseguido frente ao SC Braga em finais de dezembro, nos quartos de final da Taça da Liga, e voltou a golear com cinco golos sem resposta o conjunto minhoto, que assim se viu ultrapassado pelo FC Porto no segundo lugar, deixou fugir o Benfica no primeiro e permitiu a aproximação do Sporting, no 4.º. Uma noite para esquecer para os arsenalistas para a qual em nada contribuiu a irresponsável expulsão de Niakaté a abrir o segundo tempo, logo após o 2-0.
Já para os leões, vindos de uma amarga derrota na final da Taça da Liga e privados do contributo de Pedro Porro (vendido ao Tottenham) e Paulinho (a cumprir o primeiro de três jogos de castigo) foi uma noite para recordar, com vários jogadores a exibirem-se a um excelente nível.
Sem Porro, Amorim apostou, como seria de esperar, em Ricardo Esgaio para a ala direita e o 'camisola 47' dos verdes e brancos, tantas vezes mal amado pelos adeptos, fez esquecer o espanhol. Ao ponto de ser ovacionado pelo público da casa, que até queria que tivesse sido ele a marcar o penálti com que os leões fecharam a contagem. No meio-campo, Amorim manteve a a dupla Ugarte & Morita e o japonês bisou com aquela que terá sido a sua melhor exibição de leão ao peito até à data. E na frente, na ausência de Paulinho, Amorim lançou pela primeira vez como titular Chermiti. O jovem apresentou vontade de mostrar serviço, alguma ansiedade em alguns lances, não marcou, mas fez uma assistência.
Tudo isto, junto, resultou numa vitória categórica e inquestionável do Sporting por números expressivos. Um resultado que poderá lançar para uma segunda volta bem acima da primeira e que lança muitas dúvidas sobre se o Braga terá mesmo o que é preciso para discutir o título com o Benfica.
A história do encontro em fotos
O jogo: japonês endiabrado lançou Sporting para a goleada
O primeiro lance de perigo pertenceu ao Braga, mas depressa o Sporting respondeu. Ameaçou por Ugarte e Marcus Edwars e marcou mesmo, aos nove minutos, por Morita. Mesmo em vantagem, os leões continuaram a ser os mais perigosos até ao intervalo e estiveram perto do 2-0 por várias vezes.
O 2-0 não surgiu antes do intervalo, mas surgiu praticamente no primeiro lance do segundo tempo, outra vez assinado pelo endiabrado Morita, assistido (de calcanhar) por Chermiti. E, logo depois, a tal expulsão de Niakaté, por protestos, deixou poucas dúvidas quanto ao desfecho da partida.
Dúvidas desfeitas por Marcus Edwards, que fez o 3-0 num excelente lance individual, já depois de Morita ter ficado perto do hat-trick. Com tudo resolvido, foi tempo de os treinadores mexerem (houve até espaço para o Braga fazer entrar o regressado Pizzi) e foi um dos homens vindos do banco - Matheus Reis - a fazer o 4-0, com um remate fantástico.
O 5-0 final surgiu já nos descontos, na sequência de uma grande penalidade a castigar falta sofrida por outro recém-entrado (Fatawu), convertida de forma exemplar por Pedro Gonçalves.
O momento: início de segunda parte para esquecer do Braga
A perder por 1-0 ao intervalo, o Braga viu qualquer esperança de dar a volta aos acontecimentos esfumar-se nos minutos iniciais do segundo tempo. Não só sofreram o segundo golo praticamente no primeiro lance dos segundos 45 minutos, como ficaram reduzidos a dez jogadores pouco depois. Os minhotos tinham contestado a legalidade do lance do 2-0 e, instantes mais tarde, depois de sofrer uma falta, o já amarelado Niakaté protestou de forma mais veemente com o árbitro Nuno Almeida, aludindo ainda ao lance do golo, e acabou por receber ordem de expulsão.
O melhor: Morita brilhou no Sporting, mas não foi o único
Depois de ter regressado do Mundial 2022 lesionado, o Morita está mesmo de volta e melhor do que nunca. Não só bisou (algo que ainda nunca tinha logrado, pelo menos em Portugal) como mostrou uma disponibilidade notável para defender e, sobretudo, para receber a bola nas transições ofensivas dos leões.
Mas o japonês não foi o único em destaque num Sporting que mostrou solidez defensiva. Esgaio, na direita, surgiu 'rejuvenescido' e parece ter esquecido os maus momentos de outros jogos, Marcus Edwards marcou um bonito golo e mostrou outros pormenores de qualidade e na frente de ataque, não apenas pela assistência de calcanhar para o segundo golo de Morita, Chermiti mostrou que pode ser uma opção válida.
O pior: um Braga irreconhecível e a atitude irresponsável de Niakaté
O Braga vinha de cinco vitórias seguidas (a última derrota tinha sido...por 5-0 em Alvalade), mas esteve irreconhecível em todos os setores do terreno. A atacar, privado do contributo do capitão Ricardo Horta, o conjunto minhoto foi praticamente inoperante e só com o resultado em 3-0 conseguiu importunar realmente Adán, na baliza do Sporting. A defender, sofreu mais golos neste encontro do que os que havia sofrido nas anteriores nove jornadas da I Liga...
Para tudo isto, claro, em nada contribuiu a já referida irresponsável expulsão de Niakité, que aos 49 minutos acabou com quaisquer esperanças da equipa em inverter o resultado, que na altura era (apenas) 2-0.
As reações
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