O primeiro Clássico da época terminou como começou. Divisão de pontos entre ´leões` e ´dragões` em Alvalade que deixa tudo na mesma na frente da I Liga. Equipa de Conceição dominou, mas Patrício manteve a sua baliza intacta. FC Porto vê interrompida série de sete vitórias seguidas na prova. Sporting não ganha há quatro jogos.
O jogo: FC Porto dominou maior parte do jogo mas faltou o essencial
O primeiro remate enquadrado do Sporting apareceu aos 41 minutos, num canto que William cabeceou para defesa de Casillas. Até lá, era um Dragão ´mandão` aquele que se exibia no ´covil do ´leão`, dominando as operações a meio-campo, jogando no último terço do adversário, criando perigo e lances de golo. O líder mostrava argumentos perante um Sporting que poderá ter acusado o jogo de quarta-feira frente ao Barcelona, onde esteve a maior parte do tempo a correr atrás do adversário.
Primeiro, as equipas. Os dois técnicos não puderam apresentar todos os recursos disponíveis. Ricardo Pereira teve queixas musculares na véspera e foi substituído no onze do FC Porto por Layún. De resto, esta era a única mudança em relação a equipa que na terça-feira passada tinha vencido no Mónaco por 3-0 para a Champions. Sérgio Oliveira manteve-se meio-campo, num 4-3-3 que parece ter ´pegado de estaca`. No lado leonino, Jonathan Silva foi a novidade, no lugar de Coentrão que não recuperou. Doumbia, lesionado, também não foi a jogo.
A jogar em casa, com um apoio fantástico de um público incansável nas bancadas, sempre a puxar pela equipa, o Sporting não consegui imprimir ritmo que lhe permitisse ter as ´rédeas` do encontro. E não conseguiu porque encontrou um adversário superior, mais organizado, que ganhou quase todos os duelos, que teve um Brahimi inspirado, um Herrera em bom plano e uma defesa que foi ´limpando` tudo o que era tentativa leonina. Mas muito do domínio azul-e-branco foi também culpa do Sporting. Os comandados de Jesus cometiam demasiados erros técnicos na saída para o ataque, com muitos passes falhados e muitas perdas de bola, algumas em zonas proibitivas.
Com mais critério no meio, mais posse de bola, a ganhar a maior parte dos duelos na zona central e com Brahimi e Alex Telles a ´mandarem` no corredor esquerdo, o FC Porto terminava a primeira parte dono e senhor do jogo. Aos 19, Aboubakar rodou sobre Mathieu na área e rematou pouco ao lado. Aos 20, Herrera desperdiçou um contra-ataque de 3-2 para dois com remate para fora. Aos 23, 31 e 41 é Patrício a intervir, negando o golo a Aboubakar, por duas vezes e a Brahimi. A primeira parte fechava com Marega a rematar à barra e William a fazer o primeiro remate do Sporting. Muito pouco para quem jogava em casa e estava pressionado a vencer.
No segundo tempo o Sporting conseguiu que o jogo não fosse tão desequilibrado, chegou mais vezes à baliza de Casillas. E muito por causa da mudança introduzida por Jesus, que colocou Acuña a aparecer mais na zona central quando a equipa atacava. Isso baralhou um pouco os ´dragões` e permitiu que o Sporting criasse perigo, principalmente quando a bola chegava à direita, onde estavam Gelson e Jonathan Silva. Apesar dessa melhoria, a única oportunidade de golo do Sporting é um remate de Bruno Fernandes por cima, após perda de bola de Danilo.
E num jogo em que Patrício já estava a ser um dos protagonistas, o número 1 da baliza leonina voltou a mostrar argumentos, mantendo a sua baliza a zeros, com duas defesas cruciais no segundo tempo. Aos 71 deu o corpo ao ´manifesto` num remate à queima-roupa de Marega. E aos 91 travou um livre direto de Layún.
Divisão de pontos num clássico bem jogado, de muita intensidade, em que o FC Porto podia ter saído vencedor, caso tivesse tido outro critério no último terço, e se não tivesse encontrado pela frente um grande Patrício. Na frente, tudo na mesma até porque o Benfica empatou na Madeira. Na luta entre Sérgio Conceição e Jorge Jesus, o ´aluno´ levou a melhor sobre o ´mestre`.
(Veja o resumo)
Momento-chave: Patrício leva a melhor sobre Marega
Corria o minuto 79 quando Otávio (entrou para o lugar de Herrera), recebeu um lançamento lateral executado rapidamente, entrou na área pela esquerda, centrou para Marega marcar. Mas o remate do maliano encontrou o corpo de Patrício que assim manteve o 0-0.
Os melhores: Brahimi ´abriu o livro`, mas Patrício tinha outros planos
Brahimi foi o melhor em campo. O argelino fez uma grande exibição, ganhou quase todos os duelos com Piccini, quase sempre com o mesmo movimento: receber, rodar sobre si próprio e embalar, com o italiano sempre a correr atrás. Por ele passou quase todo o jogo ofensivo dos azuis-e-brancos. Viu Patrício negar-lhe o golo em duas ocasiões. Saiu perto do final.
Alvalade não viu golos porque Patrício assim não quis. O internacional português fez uma grande exibição e negou o golo a Aboubakar, aos 23 e 31, a Marega aos 79 e a Layún aos 91 minutos. Esteve sempre atento e evitou a derrota da sua equipa.
Os piores: Meio-campo do Sporting andou perdido, laterais sofreram
Num jogo decisivo, o meio-campo do Sporting perdeu claramente para o do FC Porto. Bruno Fernandes foi uma sombra de si mesmo, não conseguiu chegar perto da área contrária para testar o seu forte pontapé nem conseguiu ter bola para lançar os colegas. Battaglia e William estiveram mais tempo preocupados em tentar anular as jogadas de ataque do FC Porto do que propriamente a construir para a sua equipa.
Piccini e Jonathan Silva passaram a maior parte do tempo com preocupações defensivas e raramente conseguiram ajudar no ataque. O italiano teve muito trabalho com Brahimi e raramente ganhou uma bola ao argelino, que passava por ele com muita facilidade. Do outro lado, Jonathan Silva ia-se entretendo com Marega mas quase sempre em dificuldades. Uma noite difícil para os laterais do Sporting.
Reações: Jesus viu equilíbrio, Conceição aceitaria um 3-1 para o FC Porto
Jesus: "Com todo o respeito, nós não jogamos contra o Mónaco, foi contra o Barcelona"
Jesus: "Compreendo que alguns jogadores não tenham estado ao seu nível"
Coates: "Não sei se o empate é o melhor resultado para nós"
Conceição: "Disse aos meus jogadores que vamos ser campeões"
Conceição: "Tenho passado vários testes e tenho sido um bom aluno"
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