64 centímetros. Foi essa distância que separou o Rio Ave do empate, aos 63 minutos, no melhor período dos vila-condenses no jogo frente ao FC Porto. Taremi partiu numa posição que parecia regular (sem repetições de TV) e marcou, mas o VAR mostrou que o iraniano estava 64 centímetros adiantado em relação ao último homem do FC Porto. É verdade que o 'Dragão' acabou lá atrás a defender a magra vantagem mas, nestes jogos, mais importante que a exibição são os três pontos. A primeira parte do FC Porto foi muito melhor que a segunda, embora não tenha sido tão mau como em Portimão. Kieszek e os ferros impediram outro resultado.
À sétima jornada da I Liga 2019/2020, o FC Porto tem mais três pontos em relação à época passada, somou o sexto triunfo seguido, apanhou o Benfica no segundo lugar e voltou a não sofrer golos. Na próxima ronda, 27 de outubro, recebe o líder Famalicão no Dragão.
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O Jogo: Duas partes distintas até terminar com uma defesa... a seis
Os 'fantasmas' do passado recente, onde o FC Porto terá deixado fugir o campeonato com o empate em Vila do Conde (estava a vencer por 2-0 e permitiu o 2-2 do Rio Ave) terão tido alguma influência na forma como a equipa de Sérgio Conceição encarou o segundo tempo. Quando viu o Rio Ave apostar muito no ataque, com dois homens na frente para os duelos e para explorar a profundidade mas também para se associar com os médios, Conceição pensou nos pontos e colocou Mbemba em campo para se juntar a Danilo e Uribe, embora o congolês funcionasse mais como um terceiro central.
Mas aí, se calhar, já era tarde para o Rio Ave, embora no futebol não haja jogos controlados com o resultado em 1-0. Se os de Carvalhal tentassem o jogo direto, os 'dragões' estavam precavidos com o seu poderio no jogo aéreo. Pelo chão, era difícil porque a pressão intensa (até um determinado momento do segundo tempo) não permitia ao Rio Ave sair com bola como gosta, para tirar partido da mais valia técnica dos seus jogadores.
Ao FC Porto valeu o golo cedo, marcado por Marega aos 12 minutos, depois de o maliano ter desperdiçado uma soberana oportunidade logo aos dois minutos.
Se é verdade que o segundo tempo do Rio Ave é muito melhor que o primeiro, também não é menos verdade que continuava a pertencer ao FC Porto as melhores oportunidades de golo. Os homens de Carvalhal apenas fizeram um remate enquadrado com a baliza (contra cinco do adversário, dos oito que durante todo o jogo (FC Porto fez 13), de acordo com os dados do 'Goalpoint'.
A equipa de Sérgio Conceição terminou o jogo com uma linha de seis homens atrás, defendendo o resultado como podia, muito por culpa própria, de Kieszek e dos ferros. O polaco negou o golo a Zé Luís aos 73, desviou um livre de Alex Telles para a barra aos 55 e viu a barra travar novo remate do lateral esquerdo, agora aos 77 minutos. Antes, tinha brilhado aos dois minutos, negando o golo a Marega.
Esta foi a oitava vitória seguida da época para o FC Porto, num jogo resolvido novamente de bola parada, onde os 'dragões' mandam na Liga: 9.º golo de bola parada, o quinto através de um canto.
Momento-chave: VAR 'trava' crescimento do Rio Ave
Corria o minuto 63 quando Tarantini lançou, de forma brilhante, o iraniano Taremi em velocidade. O avançado encarou Marchesín, 'picou-lhe' a bola por cima e fez um golaço. Após muita conversa entre o árbitro Nuno Almeida e o vídeo-árbitro Jorge Sousa, veio a confirmação do que o árbitro assistente já tinha assinalado: fora-de-jogo de Taremi por... 64 centímetros.
Os Melhores: Corona e Uribe mandaram nos 'dragões', Kieszek foi gigante
Até sair aos 60 minutos, com queixas, Corona estava a ser o melhor em campo. Ao intervalo, o mexicano apresentava números assombrosos, de acordo com dados do 'Playmakerstats': era o jogador com mais ações com bola (47), tinha feito um passe para oportunidade de golo, apresentava eficácia de passe de 97 por cento (33 passes) e 100 por (16 passes) no meio campo adversário. Dinamizou o corredor direito.
A sua exibição teve paralelo com o que fez o colombiano Uribe, sempre muito atento nas compensações, sempre a antecipar-se aos adversários, a ler bem o jogo e a não deixar o Rio Ave sair em contra-ataque.
Kieszek negou o golo em três ocasiões a Marega, Zé Luís e Alex Telles, com três defesas fantásticas. Foi mantendo o Rio Ave no jogo.
Os Piores: Rio Ave de duas caras
Foi o próprio Carlos Carvalhal a reconhecer que o primeiro tempo do Rio Ave ficou longe do desejado: "Não tivemos qualidade a sair, fomos precipitados e o nosso meio-campo só viu a bola no ar. Não estivemos bem", disse o técnico, na conferência de imprensa após o encontro. Os vila-condenses 'acordaram' no segundo tempo mas sem criar muito perigo, já que o FC Porto defendeu bem e nunca foi apanhado desorganizado.
Reações: Conceição elogia... Famalicão, Carvalhal recusa falar em sorte
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