O Benfica empatou com o Marítimo na 8ª jornada da Primeira Liga e perdeu a oportunidade de se colar ao Sporting no segundo lugar do campeonato. No Estádio dos Barreiros, os ‘encarnados’ estiveram a vencer, mas viram os insulares empatar e ‘roubar’ dois pontos.

Frente ao quarto classificado da liga, o clube da Luz fez o que teoricamente é mais complicado num encontro e colocou-se em vantagem ainda antes dos primeiros cinco minutos. A entrada forte sob a batuta de Jonas mostrava indícios de um Benfica forte e dominador que procurava a ‘revolta’ que Rui Vitória tinha anunciado na antevisão do encontro após um descalabro na Suíça frente ao Basileia.

De facto o Benfica entrou bem, mas a ‘força’ dos ‘encarnados’ foi-se desvanecendo ao longo do encontro. Entre questões de fadiga após uma jornada europeia e um oponente que cresceu sobretudo no segundo tempo.

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Uma coisa parece certa, se a vantagem chegou de forma rápida, mantê-la mostrou ser uma tarefa bastante mais ardilosa. A perder o Marítimo foi atrás do resultado perante um conjunto do Benfica que não conseguiu ‘matar’ o encontro

Segurar a vantagem continua a ser uma questão

O encontro com o Marítimo mostrou uma tendência preocupante  nesta temporada do Benfica. Já por mais de uma ocasião o clube da Luz vê-se na frente do marcador, mas acaba por a perder cedendo pontos.

Nos últimos seis encontros, o Benfica desperdiçou uma vantagem em quatro deles. Para além de ter permitido o empate no encontro de ontem frente ao Marítimo (1-1), o clube da Luz viu o Boavista (2-1) e o CSKA (2-1) virarem resultados que deram origem a derrotas. Frente ao SC Braga na Taça da Liga, novo empate depois de terem estado a vencer no Estádio da Luz.

A estes quatro jogos soma-se a derrota por 5-0 com o Basileia para a Liga dos Campeões e o triunfo sobre o Paços de Ferreira por 2-0 para o campeonato.

Nervos e clarividência: Questões importantes para Vitória com 15 dias fechado no horizonte

O treinador do Benfica admitiu, após o jogo, que houve muito nervosismo e falta de clarividência durante o jogo. O técnico adiantou que é apenas uma fase e que noutra alturas não se falaria disso porque as bolas entravam na baliza com mais naturalidade.

A questão sobre se o Benfica atravessa uma crise ou está num mau momento tem sido recorrente nos últimos tempos e os resultados dos ‘encarnados’ continuam a alimentar o tema na comunicação social. Perante este cenário, Rui Vitória reiterou a necessidade de trabalhar.

Neste sentido, os trabalhos de seleção são importantes para o Benfica que vai ter 15 dias para fazer o trabalho que Rui Vitória deseja. Durante 15 dias o Seixal torna-se num retiro espiritual e de trabalho para o conjunto de Rui Vitória. O próprio treinador disse isso mesmo na conferência de imprensa após o encontro.

Rivais continuam à mesma distância

A melhor parte do empate com o Marítimo acaba por ser o facto de o Benfica não ter perdido mais pontos para os dois rivais que seguem à frente. Sporting e FC Porto empataram no Estádio de Alvalade e perderam dois pontos cada um. Apesar de ter perdido uma chance de se aproximar, Rui Vitória não se afastou ainda mais dos lugares cimeiros.

O campeonato ainda só vai na 8ª jornada, mas as vantagens adquiridas cedo podem ser decisivas numa fase posterior do campeonato. O Benfica entrou decidido a mostrar uma face renovada depois de Basileia, mas acabou por se perder a si no relvado e dois pontos na classificação.

Têm a palavra os treinadores:

Rui Vitória, treinador do Benfica:

"Não mostramos aquela que é a nossa imagem. Tínhamos uma oportunidade de mostra aquilo que esta equipa vale. Não nos aproximados, mas desistir não entra no nosso vocabulário".

Daniel Ramos, treinador do Marítimo:

"A entrada forte do Benfica era esperada, mas conseguimos ganhar ascendente e que íamos ter as nossas possibilidades. O intervalo serviu para retificar alguns aspetos. O Marítimo, na segunda parte, foi sempre acutilante. Não é fácil jogar contra nós. Estamos de parabéns pela forma como chegámos ao empate".

Apontamentos

Homenagem a José Pratas

Antes de a bola começar a rolar no Estádio dos Barreiros houve uma homenagem a José Pratas, antigo árbitro, que faleceu domingo passado aos 59 anos. Jorge Sousa, juiz encarregue do encontro na Madeira, era uma dos mais emotivos durante o minuto de silêncio.

Relvado em mau estado, mas não foi um factor decisivo

Muito se falou sobre o relvado do Estádio dos Barreiros e a verdade é que se apresentou abaixo do ‘par’. Com vários buracos e zonas onde a relva não era uniforme prejudicou a prática de futebol embora não possa ser desculpa para qualquer uma das equipas. É importante destacar ainda que melhorou bastante durante a semana para receber o encontro.

Maus momentos de Pizzi notam-se demasiado no Benfica

Pizzi é um dos jogadores nucleares do Benfica e é certo que quando o médio está inspirado os ‘encarnados’ jogam com outro ‘perfume’ no seu futebol. No domingo passado, frente ao Marítimo, ficou patente que a formação de Rui Vitória se ressente demasiado quando o médio não está num dia bom.

Entre assobios e aplausos após os 90 minutos

Após mais um ‘desaire’, os jogadores do Benfica tiveram uma reação mista por parte das bancadas do Estádio dos Barreiros que encheram para ver o jogo. O ultimo apito de Jorge Sousa foi complementado por contestação e apoio para os jogadores de Rui Vitória. Enquanto uns assobiavam, outros aplaudiam o esforço da equipa. No entanto, ouviu-se mais assobios do que palmas.