O FC Porto somou o 19.º sem perder na Primeira Liga, ao visitar e vencer o Portimonense por 2-1 em jogo da 24.ª jornada. Os golos portistas surgiram através de autogolos dos algarvios, num jogo em que o FC Porto foi dono e senhor da posse de bola.
O resultado mantêm a equipa portista a 10 pontos do Sporting, que venceu horas depois, e pode ficar mais folgado na segunda posição da Liga, de acesso direto à Champions, dependendo do que acontecer esta noite no jogo entre SC Braga e Benfica.
O Jogo: Autogolos e tensão nos bancos
Em equipa que ganha, não se mexe e Sérgio Conceição apostou no mesmo onze que na jornada passada bateu o Paços de Ferreira, no Estádio do Dragão por 2-0.
Do outro lado, Paulo Sérgio alterou três peças, em comparação com a equipa que tinha perdido na jornada passada, frente ao Santa Clara, com as saídas de Ewerton (suspenso por completar série de amarelos), Poha e Anderson para as entradas de Possignolo, Pedro Sá e Candé.
O jogo começou com um FC Porto que tinha mais bola, mas sem criar grandes calafrios à equipa algarvia, que foi dona do primeiro lance de perigo do jogo quando, aos três minutos, Anzai apareceu sozinho pelo corredor direito e viu-se frente a frente com Marchesín. O japonês tentou o chapéu, mas saiu torto e muito ao lado da baliza portista.
O jogo não contava com grandes oportunidades de golo de parte a parte, com nenhuma das equipas a conseguir chegar à grande área adversária com verdadeiro perigo. Sérgio Conceição não escondia a sua insatisfação e o FC Porto sofreu o primeiro revés aos 24 minutos.
Pepe caiu no relvado lesionado, obrigando o técnico dos azuis e brancos a mexer cedo na partida, para tirar um dos jogadores indiscutíveis deste FC Porto. Diogo Leite entrou para o lugar do capitão portista aos 24’.
De seguida, mais um susto para Sérgio Conceição com Otávio a ficar maltratado num lance com Moufi, quando travou o jogador do Portimonense aos 28’. O portista ficou a coxear, mas acabou por regressar a relvado aos 30 minutos.
A primeira jogada de perigo dos portistas surgiu aos 31 minutos, mas Sérgio Oliveira, após passe de Corona, tentou o remate de primeira e atirou muito por cima da baliza de Samuel.
O FC Porto continuava com mais bola, contra um Portimonense que aguardava e se remetia na quase totalidade à defesa, uma estratégia que teve o efeito desejado até aos 45+1’.
Numa altura em que o empate ao intervalo parecia quase certo, tendo em conta as poucas oportunidades que se viram até então, um cruzamento de Corona chegou a Sérgio Oliveira e que, após o médio falhar o remate, provocou grande confusão na grande área e Possignolo, na tentativa de limpar o perigo após remate de Marega, acabou por colocar a bola na própria baliza aos 45+1’.
O Portimonense ficou a pedir mão na bola de Sérgio Oliveira no lance, mas Rui Costa nada assinalou e o golo subiu ao marcador.
Os algarvios tentaram o empate logo de seguida, com Beto a ficar frente-a-frente com Marchesín, mas a ver o argentino a defender o seu remate aos 45+3’.
O intervalo chegava, com uma vantagem portista que se justificava, apesar de ter surgido com alguma sorte. Os portistas dominaram o primeiro tempo, com uma posse de bola muito superior à dos algarvios, ainda que as oportunidades não tenham sido muitas.
O segundo tempo começou, à semelhança do primeiro, com um aviso do Portimonense que viu Beto chegar com perigo ao interior da grande área do FC Porto, mas o avançado adiantou demasiado o esférico e permitiu que Marchesín recolhesse, aos 53 minutos.
Depois de um início semelhante ao da primeira parte, o FC Porto começou a chegar com mais perigo à baliza de Samuel, com Marega, aos 60’, e Taremi, aos 61’, a terem nos pés duas boas oportunidades para aumentarem a vantagem.
Sem chegar ao segundo, foi o Portimonense a chegar ao empate aos 64 minutos. Jogada de ataque dos algarvios, com Dener a desmarcar Candé que entra no interior da grande área e, pressionado por Marchesín, cruza para Beto que vê Diogo Leite bloquear o seu remate. A bola acabou por sobrar para Candé que de cabeça atirou para o 1-1 aos 64 minutos.
O empate, contudo, foi sol de pouca dura. Anzai cometeu falta sobre Otávio à entrada da área, com Rui Costa a dar livre direto favorável aos portistas. Na conversão, Sérgio Oliveira acertou no poste, mas a bola acabou por embater nas costas de Samuel e dirigir-se para o fundo da baliza aos 67 minutos, colocando o dragão de novo em vantagem.
E foi na sequência deste golo que se deu início ao momento marcante da partida, pelo menos no que a fora do campo diz respeito. Sérgio Conceição e Paulo Sérgio já tinham visto cartões amarelos aos 64 minutos, por estarem a discutir e com o segundo golo do FC Porto as coisas atingiram outro nível.
Com o golo de Sérgio Oliveira, os dois treinadores iniciaram uma acesa discussão, que levou jogadores, equipas técnicas e delegados a meterem-se no meio para evitar que os dois entrassem em confronto.
Uma troca de palavras menos simpáticas que levou a uma interrupção de três minutos na partida, com a maioria dos jogadores a sair do relvado para o túnel de forma a evitar que os dois técnicos se aproximassem, enquanto o árbitro Rui Costa, já depois de ter expulso os dois treinadores, tentava que os jogadores regressassem para que o jogo retomasse.
Uma cena, no mínimo, lamentável, que em nada ajuda à imagem do futebol português e que acabou por ofuscar o golo da vantagem portista, mas esse, com ou sem confusão fora das quatro linhas, subiu ao marcador e fez a diferença no final.
Nos últimos minutos de jogo, o Portimonense mostrou-se mais atacante, tentando conquistar um ponto frente ao FC Porto, mas sem sucesso, com os portistas a controlarem o resultado e sem sofrerem grandes sustos.
Um resultado merecido para o controlo e bola que o FC Porto teve durante toda a partida. É verdade que o Portimonense até contou com um maior número de grandes oportunidades ao longo da partida, mas os dragões foram a equipa que mais procurou o golo e a sorte do jogo, que acabou por ter com os dois autogolos.
Momento: Min. 68 - Confusão entre treinadores
Melhor: Sérgio Oliveira
É um dos elementos em destaque no FC Porto 20/21 e o jogo de hoje não foi exceção. Jogou e fez jogar, tomou as rédeas da equipa, envergando a braçadeira de capitão depois da saída de Pepe e marcou o livre que acabou com a bola no fundo das redes, dando mais três pontos aos dragões.
Pior: Sérgio Conceição e Paulo Sérgio
O futebol é um jogo de emoções. Nisso, todos os que acompanham o desporto-rei concordam, mas o coração não pode levar a melhor sobre a razão da maneira que se viu em Portimão, principalmente quando falamos de dois treinadores, que têm o dever de dar o exemplo. As cenas entre os dois técnicos foram, no mínimo, lamentáveis, ofuscaram o golo que tinha acabado de ser marcado e mancharam a partida.
Reações
Samuel: "Empate seria mais justo"
Sérgio Oliveira: "Sabíamos que ia ser um jogo bastante complicado"
Paulo Sérgio e a confusão com Conceição: "Quero pedir desculpa aos meus jogadores"
Comentários