O Sporting somou a sua quarta vitória consecutiva no conjunto de todas as competições (algo que não lograva desde dezembro), a terceira na I Liga, ao triunfar por 1-0 na visita ao terreno do Portimonense. Uma vitória conseguida com um golo já dentro do quarto de hora final, num jogo que dominou desde o apito inicial, mas que se complicou face à tremenda falta de eficácia no capítulo da finalização.
E, desta vez, até aquele que é habitualmente o jogador mais esclarecido da equipa de Rúben Amorim no que toca a meter a bola no fundo das redes, mostrou pontaria bastante desafinada: Pedro Gonçalves desperdiçou inúmeras ocasiões de golo soberanas e até atirou a bola para as nuvens ao bater uma grande penalidade à beira do intervalo.
Num jogo em que Rúben Amorim (talvez a pensar no embate de quinta-feira com o Arsenal para a Liga Europa) procedeu a várias mexidas na equipa inicial em relação à vitória da passada segunda-feira sobre o Estoril, foi um dos homens que saiu do onze a ter de saltar o banco para resolver a partida e oferecer três pontos aos leões. Tantas vezes criticados pela sua pouca rentabilidade no que a golos diz respeito, Paulinho precisou de apenas dois minutos depois de entrar em campo para marcar um golo de grande categoria, pleno de oportunismo: saltou do banco aos 75 minutos e aos 77 marcou o único golo o jogo.
O Portimonense, por seu lado, fez muito pouco (apenas um remate, a meio da primeira parte, ligeiramente ao lado, na transformação de um livre) até se ver em desvantagem no marcador. Depois até subiu no terreno e criou alguns calafrios ao Sporting na parte final da partida. Adán (misturando alguma instabilidade com algumas boas intervenções) e a defesa leonina resistiram à reação dos anfitriões e completaram mesmo o terceiro jogo seguido sem sofrer golos.
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O jogo: Tanto desperdício quase custava caro
Rúben Amorim trocou cinco peças em relação ao onze que havia começado o jogo com o Estoril (vitória por 2-0 na passada segunda-feira): saíram St.Juste, Matheus Reis, Bellerin, Paulinho e até Trincão (que havia protagonizado um momento de magia frente aos canarinhos) e entraram Diomande (excelente exibição), Gonçalo Inácio, Esgaio, Ugarte e Chermiti.
Os leões não acusaram as mexidas e foram somando oportunidades de golo ao longo dos primeiros 45 minutos, com Edwards e, sobretudo, Pedro Gonçalves entre os mais perdulários (pelo meio, apenas o tal remate relativamente perigoso, mas ao lado, do Portimonense). A ocasião mais flagrante surgiu em cima do minuto 40, quando o 'camisola 28' dos verdes e brancos falhou por completo a baliza na marcação de uma grande penalidade a castigar falta de Ouatara sobre Nuno Santos.
Como em tantos outros jogos esta época, o Sporting ia sofrendo com a falta de eficácia no ataque. A ansiedade ia crescendo e com ela veio a falta de sorte. Duas bolas nos ferros na primeira metade do segundo tempo, com várias outras oportunidades perdidas (Pedro Gonçalves falhou mais uma, isolado).
Foi então que, à entrada para o quarto de hora final e com o nulo a persistir, Rúben Amorim resolveu colocar Paulinho ao lado de um desta feita mais apagado Chermiti na frente de ataque. E em boa hora o fez. Pedro Gonçalves, depois de tanto falhar, resolveu assistir e com um excelente passe para as costas da defesa do Portimonense encontrou Paulinho. Este, mostrando excelente instinto e qualidade técnica, desviou a bola do alcance do guarda-redes da casa antes mesmo de esta tocar no chão. Estava feio o único golo da partida, numa altura em que o Sporting podia e devia ter já o jogo mais do que resolvido.
Mas, como não o fez, teve de sofrer, depois, para suster a reação do Portimonense, que partiu em busca do prejuízo. Adán teve de se aplicar para negar o empate a Pedrão e a Yoni González e, pelo meio, andou aos papéis numa saída a um pontapé de canto, mas viu Yoni González atirar para fora.
O momento: Paulinho entra...e marca
Minuto 77: Paulinho estava em campo há pouco mais de dois minutos quando resolveu o jogo: passe perfeito de Pedro Gonçalves e o avançado leonino, já em queda, mas com enorme categoria - num golo 'à ponta de lança' - desviou de primeira para o fundo das redes, batendo Kosuke e desbloqueando o marcador.
O melhor: Paulinho a mostrar o que vale num Sporting que nunca se resignou e que tem uma nova pérola na defesa
A visita do Sporting a Portimão chegou, a certa altura, a ter tudo para ser um espelho daquilo que tem sido a época leonina, face à ineficácia demonstrada no momento de meter a bola no fundo da baliza. Mas a verdade é que os leões nunca se resignaram perante tanto desperdício e até algum azar. E isso fez toda a diferença. Isso e Paulinho, que entrou em campo para mostrar que sabe marcar golos e resolver. Quem também mostrou valor, e muito, foi o reforço de inverno Ousmane Diomande: possante a defender e com qualidade e critério na altura de sair a jogar.
O pior: A ineficácia de Pote, Chermiti desaparecido e Portimonense inoperante até estar a perder
Pero Gonçalves até acabou por ser decisivo, ao fazer a assistência para o golo de Paulinho. E não realizou uma má exibição, é um facto. Mas os golos que desperdiçou (algo que não costuma fazer, pelo menos em tão grande número) quase custavam caro ao Sporting. Já Chermiti não esteve, num jogo em que o Sporting falhou tantos golos, entre os homens que os falharam...o que mostra que o jovem avançado (de regresso à titularidade) esteve desta feita mais apagado do que em outras ocasiões. Muito apagado esteve, também, o Portimonense em termos ofensivos: apenas um remate (e desenquadrado) até aos 77 minutos (momento do golo de Paulinho) é muito pouco para uma equipa que joga em casa.
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