O Benfica não tem guardado boas recordações das paragens competitivas que enfrentou esta época – empatou 0-0 em Guimarães, perdeu 0-3 em Braga – e este domingo, no regresso após mais uma pausa para os compromissos internacionais, a equipa de Roger Schmidt nunca se sentiu confortável perante um Rio Ave em bom plano e que causou alguns calafrios.

Só que desta vez houve o instinto matador de Gonçalo Ramos para garantir um triunfo muito suado (o 10.º consecutivo na I Liga), que permitiu aos encarnados conservar a vantagem de dez pontos para o FC Porto em vésperas de clássico na Luz.

Sem Florentino, que estava em risco de exclusão para o duelo com os dragões (entrou para os últimos 20 minutos), o Benfica conseguiu recuperar a bola no meio-campo e acelerar, mas a definição no último terço esteve longe de ser a melhor. Do outro lado, o Rio Ave jogava com uma defesa subida e sem grandes receios, e à passagem da meia-hora viu André Pereira introduzir a bola na baliza, mas em posição irregular.

Perante as más decisões dos seus jogadores (e a ameaça de novo tropeção), Roger Schmidt terá alertado para isso mesmo ao intervalo e foi uma questão de segundos para a equipa desfazer o nulo, no reatamento da segunda parte: João Mário desembaraçou-se de Patrick William com um túnel e assistiu Gonçalo Ramos, que não acertou à primeira, mas acabou por ganhar o ressalto e em zona frontal fuzilou as redes de Jhonatan - 17.º golo no campeonato para o jovem avançado.

O Rio Ave nunca deixou de procurar o empate e o Benfica foi recuando e baixando o ritmo, o que por pouco não traiu o líder do campeonato – Boateng, aos 74’, cabeceou por cima da barra quando tinha tudo para marcar. No entanto, mesmo com o Benfica encostado à sua área nos últimos minutos, Vlachodimos manteve a baliza fechada e segurou um triunfo valiosíssimo para embalar as águias para o que aí vem.

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O momento

Gonçalo Ramos desfaz o nulo: Após uma primeira parte de desacerto, o Benfica chegou à vantagem logo aos 46 minutos, mérito da sociedade entre Gonçalo Ramos e João Mário: este recebeu na direita, descobriu um túnel entre as pernas de Patrick William e cruzou atrasado para a área, com o jovem avançado a falhar à primeira, mas depois a disparar em fúria para o fundo da baliza.

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O melhor

Chiquinho: O domingo foi de Ramos, mas como não ficar rendido à classe de Chiquinho? O médio mostra-se cada vez mais confiante, tendo sido decisivo na forma como libertou o jogo encarnado a meio-campo, com grandes passes a rasgar, e depois oferecendo equilíbrio à equipa quando esta mais precisou. Nota de destaque, também, para a coragem do Rio Ave, que discutiu o resultado até ao fim.

Más decisões no ataque: Apesar das várias oportunidades acumuladas, a verdade é que os encarnados estiveram uns furos abaixo do que se esperava. As dinâmicas estavam lá, mas tanto desacerto podia ter custado novo tropeção fora da Luz. David Neres, na esquerda, foi um dos menos inspirados.

As reações

Schmidt sublinha que título "está um jogo mais perto", Chiquinho fala em "bom momento"

Luís Freire diz que Rio Ave "podia ter perfeitamente empatado o jogo", Patrick William aborda duelo perdido com João Mário no 0-1