O Sporting teve de suar, mas conseguiu uma vitória que acabou por fazer por merecer e da qual tanto precisava para serenar as hostes leoninas.

Na visita ao terreno de um até aqui invicto Estoril Praia, os campeões nacionais interromperam a sua pior série de resultados desde o final da época de 2019/20, mas não tiveram vida fácil no António Coimbra da Mota: o golo da vitória, pela margem mínima, surgiu apenas a meio da segunda parte, na transformação de uma grande penalidade.

O jogo: Um início titubeante, uma vitória merecida e a importância de Paulinho, mesmo sem marcar

Vindo de dois empates para a I Liga (um na visita ao Famalicão e outro na receção ao FC Porto) e da decepcionante e copiosa derrota em casa frente ao Ajax, para a Liga dos Campeões, foi notório nos minutos iniciais que o momento do Sporting não é o melhor. E as ausências não ajudam: na defesa, Gonçalo Inácio voltou a lesionar-se e, no ataque, Pedro Gonçalves continua de fora (e a fazer muita falta). Rúben Amorim apostou no espanhol Pablo Sarabia para a frente, mas este esteve longe de fazer a diferença, e só a partir de meio do primeiro tempo os 'verdes e brancos' começaram a pegar no jogo.

Antes, até podiam ter-se visto a perder. É que o Estoril - equipa sensação da I Liga até ao momento e que até entrou em campo à frente do Sporting na classificação - começou o jogo de forma mais e só não ganhou vantagem no quarto de hora inicial porque Adán, com uma defesa fantástica. Foi a partir daí que o Sporting começou a crescer no jogo. E aí veio ao de cima outro dos problemas deste início de temporada: os golos de Paulinho que não aparecem (marcou contra o Ajax, não nos esquecemos, mas de aí não serviu de muito...).

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Ñote-se, porém, que isso não significa que o avançado esteja a jogar mal. É inegável o quanto ele é importante na manobra dos 'leões', pelo que joga de costas pela baliza, pelo que se dá ao jogo, sempre pronto para tabelar com um colega, para ganhar um lance nas alturas, para pressionar ou para oferecer uma linha de passe. Mas o golo não aparece com a frequência que o Sporting precisa, por culpa de um misto de falta de sorte e de confiança, talvez.

No António Coimbra da Mota, isso foi evidente. Paulinho esteve à beira de marcar aos 27 minutos (viu o guarda-redes do Estoril - Dani Pinheiro - lhe o golo com uma defesa fantástica), aos 28 (viu Joãozinho cortar sobre a linha de golo) e aos 48 (num remate em arco, de pé esquerdo - seria um golaço - acertou no poste). Não marcou, mas foi determinante: foi ele que, numa das suas muitas desmarcações, acabou derrubado por Dani Pinheiro num erro do guardião estorilista que acabou por ser decisivo.

Pedro Porro não tremeu na hora de converter a consequente grande penalidade e deu ao Sporting uma vantagem que, na altura, já merecia e que depois conservou de forma relativamente segura, sem permitir grandes oportunidades ao adversário (a fazer lembrar o que tantas vezes fez na temporada passada, mas - ainda? - sem a mesma imponência).

O momento: Dani Pinheiro errou e Porro não tremeu

Minuto 67: O Sporting entrou na segunda parte a dominar por completo, remetendo o Estoril ao seu meio-campo. Mas o golo teimava em não aparecer e os minutos iam passando. Até que, num passe rasteiro que nem parecia levar muito perigo a desmarcar Paulinho, Dani Pinheiro, guarda-redes da casa, falhou a bola e acabou por derrubar o avançado. Grande penalidade a beneficiar os 'leões' e golo de Pedro Porro na conversão da consequente grande penalidade. O único do encontro.

Os melhores: João Palhinha, Paulinho e Adán

Palhinha está, definitivamente, em grande forma e realizou mais uma excelente exibição no meio-campo do Sporting. No capítulo defensivo, foram inúmeras as recuperações de bola e vários os desarmes importantes. Mas não se ficou por aí e, tal como tantas vezes vem fazendo esta época, empurrou também a equipa para o ataque (ainda para mais numa noite menos inspirada de Matheus Nunes) transportando a bola pelo meio-campo contrário e estando na base da criação de alguns dos lances mais perigosos que o Sporting criou.

De Paulinho já falámos o suficiente acima e merece também destaque o guarda-redes António Adán, que disse presente (e de que maneira) nos quinze minutos iniciais, com uma dupla intervenção fantástica, quando o Estoril esteve mais perigoso no jogo.

Os piores: Matheus Nunes e Pablo Sarabia

Tal como Palhinha, também Matheus Nunes se tem (ou tinha) mostrado em grande forma nesta temporada. Mas na Amoreira não esteve nos seus dias. Perdeu várias bolas e não desequilibrou nas transições como vinha sendo hábito nos últimos tempos.

Sarabia foi, pela primeira vez titular, mas está ainda longe de ser o jogador que os adeptos do Sporting esperam que ele venha a ser nesta equipa de Rúben Amorim. Até esteve nalguns bons lances de ataque dos 'leões', sobretudo na primeira parte, mas mostrou ainda muita falta de entrosamento com os colegas e esteve nunca perto de fazer a diferença

As reações

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O resumo