Como se de um filme se tratasse, o encontro entre o Nacional e o FC Porto, referente à 13.ª jornada do campeonato português, teve direito a uma sequela (mais curta). Um jogo, dois dias diferentes, em ambientes distintos. Comecemos então a primeira parte deste filme realizado na Madeira.
Choupana, domingo, 18 horas, duas equipas e sem nevoeiro. Foi assim que começou este encontro. A sequência inicial foi espetacular, com três golos nos primeiros 14 minutos.
Logo aos seis minutos, após canto de Layún para o coração da área, Marcano antecipou-se ao seu adversário e desviou de pé esquerdo para o fundo das redes, abrindo o marcador.
Mas a festa da equipa visitante durou pouco, mais propriamente dois minutos. Novamente pontapé de canto, batido por Salvador Agra, com Willyan a fugir à marcação de Brahimi e a cabecear para o empate. A bola ainda bateu em Marcano antes de entrar na baliza.
Os Dragões responderam seis minutos depois. Novamente Layún, que continua em grande plano na equipa do FC Porto, cruzando da esquerda, Corona e Herrera falharam o remate, mas Brahimi, na recarga, não falhou e colocou novamente os Dragões em vantagem.
A equipa comandada por Julen Lopetegui foi para o intervalo a vencer, mas algo decidiu, uma vez mais, assombrar a Choupana, o nevoeiro. No decorrer da segunda parte, o campo começou a ser ‘engolido’ pelo névoa e a falta de visibilidade complicou o espetáculo.
Depois de ter falado com os ’staffs’ das duas equipas, o árbitro Jorge Sousa decidiu suspender o encontro, já depois de ter ordenado outras duas paragens no Estádio da Madeira, a primeira de cerca de cinco minutos, entre os 66 e 71, e a segunda, mais curta, entre os 78 e os 80, ficando por disputar cerca de 15 minutos.
Desta forma chegamos então à sequela deste jogo. Novamente Choupana, segunda-feira, 12h30. Poucos minutos antes do reatamento, o nevoeiro voltou a aparecer, deixando nova ameaça no ar. Mas não passou mesmo de uma ameaça. À hora prevista o campo reunia as condições necessárias para se jogar o resto que faltava.
Não houve golos, mas houve mais um caso polémico, envolvendo novamente o central espanhol Iván Marcano. Depois de ter tocado na bola com a mão, no dia anterior, o defesa pontapeou Luis Aurélio em falta, novamente na grande área. Jorge Sousa mandou seguir.
Este lance não passou despercebido a Manuel Machado: “O central do FC Porto, o Marcano, fecha claramente o braço para não deixar passar a bola e fica uma grande penalidade por marcar. É um momento que não é bom para o futebol, um erro gravíssimo de um dos melhores árbitros portugueses. Temos de aceitar o 1-2, mas é um jogo cheio de incidências e algumas delas que nos penalizam”, disse o técnico dos insulares, em declarações à Sport TV.
Já Julen Lopetegui mostrou-se muito satisfeito com a vitória e referiu que a verdadeira vitória foi conseguida ontem.
“O importante é vencer, e por isso estamos satisfeitos. Mas foi um jogo muito complicado. Ontem fomos claramente superiores e podíamos ter fechado o jogo mais cedo, tivemos muitas oportunidades para fazer o terceiro. Hoje foi completamente diferente, jogámos com um equipa que não tinha nada a perder. O Nacional tem muita qualidade, mas mantivemos a calma. Não é fácil ganhar aqui”, disse o técnico espanhol.
Os Dragões chegaram à Choupana desmoralizados pela eliminação da Champions, e consequente descida para a Liga Europa, mas conseguiram na Madeira um novo fôlego, principalmente para o treinador Lopetegui, ele que foi alvo de contestações à chegada da equipa ao aeroporto do Porto na madrugada de quinta-feira.
Dois pontos separam o líder Sporting e o vice-líder FC Porto.
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