103 golos na época. Mais uma goleada. Reposta vantagem de cinco pontos, ao cabo de 24 jornadas. No Algarve, o FC Porto deu seguimento ao bom momento que atravessa em Portugal e mantém-se invicto em Portugal, aumentando para 33 o número de jogos sem perder. Uma entrada forte resolveu cedo o jogo, que teve Marega e Dalot em bom plano.
O jogo: Depressa e bem até para lá dos 100
O FC Porto já tinha deixado no ar o que podia apresentar frente ao Portimonense, depois dos 45 minutos que fez no Estoril, na outra metade do jogo da 18.ª jornada que faltava disputar. Em pouco mais de 18 minutos passou de 0-1 para 1-3, numa exibição assente numa entrada forte, com muita intensidade e pressão no meio-campo contrário. A receita era a mesma do início de época, mas faltava saber se haveria pernas para a pôr em prática, numa equipa muito carregada de jogos e com vários jogadores de baixa.
Conceição não se desculpou em ausências e estreou o jovem Dalot, de 18 anos, na lateral esquerda, ele que é lateral direito. No 4-4-2 habitual, Otávio ficou com a vaga do lesionado Corona, numa equipa que explora e bem os flancos. No primeiro tempo, foi do lado direito onde surgiram os principais desequilíbrios, com Maxi, Otávio e Sérgio Oliveira a pisar esses terrenos, assim como Marega, criando muita confusão aos homens de Portimão.
Vítor Oliveira tinha a estratégia montada e esperava que a mesma funcionasse: linha defensiva ligeiramente subida, recuperação rápida da bola e verticalidade no ataque, a explorar a velocidade de Fabrício, Tabata e Nakajima. Mas para isso era preciso atacar nos momentos certos, só que o FC Porto quase nunca perdeu o desequilíbrio defensivo. Ao invés, sempre que os homens de Portimão tinham a bola, sofriam uma pressão intensa dos jogadores do FC Porto que rapidamente a recuperavam, lançando venenosos contra-ataques. Foi o que aconteceu nos dois primeiros golos dos azuis-e-brancos: primeiro Otávio a lançar Soares que meteu em Marega para o 1-0. Depois Marega a receber de Soares e centrar para Otávio fazer o 2-0. Aos 16 minutos, o FC Porto resolvia praticamente o jogo e chega aos 100 golos na época.
Os números finais podem enganar quem não viu o jogo e apenas olhar para o resultado. Porque o Portimonense, com a sua qualidade, criou perigo. O problema estava na eficácia. O FC Porto tinha feito quatro remates enquadrados ao intervalo e marcado três golos (Marega bisou aos 44, a passe de Maxi) enquanto o Portimonense até tinha mais remates nos primeiros 45 minutos.
Alem de ter de lidar com a eficácia azul-e-branca, o Portimonense tentava contrariar o jogo do FC Porto. Mas era difícil. Os extremos, Brahimi e Otávio, apareciam muitas vezes pelo meio, ficando os corredores entregues aos laterais Maxi e Layun. Com superioridade sempre pelo meio, e Marega a alternar com Soares na saída para se encostar nos médios, o FC Porto não dava espaço ao Portimonense. Quer a defender, quer a atacar, havia sempre superioridade dos homens de Conceição.
Os golos de Soares e Brahimi no segundo tempo deram volume ao domínio portista, num jogo em que até deu para fazer gestão do plantel, com Herrera, Marega e Soares a serem poupados. Lucas fez o golo de honra dos algarvios nos descontos.
Esta foi a quarta goleada fora na I Liga, a segunda maior, depois dos 5-0 ao Setúbal no Bonfim. Na semana em que vão receber o Sporting, os 'dragões' dão mostras de grande vitalidade e pujança, mesmo com vários jogadores nucleares lesionados. Alex Telles, Ricardo Pereira, Danilo e Aboubakar estão lesionados e não puderam jogar.
A equipa de Conceição chega aos 103 golos esta época em jogos oficiais e passa a deter o melhor ataque (66 golos marcados) e a melhor defesa (12 golos sofridos) da I Liga, mantendo também os cinco pontos de vantagem sobre o 2.º colocado, o Benfica. Na próxima ronda recebe o Sporting em Alvalade e uma vitória poderá afastar os 'leões' da corrida ao título.
Momento do jogo: 3-0 aos 44 acabou com as dúvidas
Quando Otávio fez o 2-0 logo aos 16 minutos, o Portimonense sabia que sabia que tinha uma 'montanha' muito grande para escalar. Mas o 3-0 por Marega aos 44 minutos dissipou as dúvidas e deu tranquilidade aos homens de Conceição para encarar a segunda parte com menos pressão
Os melhores: Marega e Dalot numa ala direita diabólica
Marega continua a sua época de sonho e já vai nos 20 golos na Primeira Liga. Bisou e ainda assistiu Otávio, num jogo onde deu muitas dores de cabeça a defensiva algarvia, com as suas arrancadas, ora pela direita, ora pelo meio. Destaque também para Dalot que se estreou a titular aos 18 anos e logo com duas assistências.
Ataque do FC Porto: marcou cinco golos, mas podia ter feito mais, já que houve ainda algumas oportunidades claras no segundo tempo. A equipa de Conceição é a terceira com mais golos marcados na Europa, apenas batido pelo Manchester City e PSG. Tem a mesma média de golos dos ‘citizens’: 2,6 golos por jogo.
Os piores: Portimonense volta a sofrer uma 'manita' dos 'dragões'
Tal como tinha acontecido na Primeira Volta no Dragão, o Portimonense voltou a ter dificuldades para travar o ataque do FC Porto e sofreu cinco golos. Se no primeiro jogo até atenuou a goleada com dois golos marcados, desta vez só fez um, apesar de ter voltado a criar algumas oportunidades.
Reações: Conceição manda 'recado', Vítor Oliveira pede desculpas
Sérgio Conceição: "Não jogamos para demonstrar nada aos outros"
Otávio: "Não há titulares, quem entra dá conta do recado"
Ewerton: "Saímos com sentimento de vergonha"
Vítor Oliveira pede desculpas aos adeptos: "Não fomos a equipa que costumamos ser"
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