O FC Porto foi ao Estádio José Alvalade vencer por 2-1, mantendo assim a desvantagem de quatro pontos para o Benfica, que na véspera havia triunfado em Guimarães. Já os 'verdes-e-brancos' ficam, ao fim de 15 jornadas, a uns bem distantes 16 pontos da liderança e definitivamente fora da luta pelo título...se é que ainda não o estavam.
Os 'onzes' iniciais: Com Danilo recuperado, houve poucas surpresas
Silas não apresentou qualquer surpresa no Sporting. Com Bolasie despenalizado e disponível para jogar, o técnico dos 'leões' - a disputar o seu primeiro clássico como treinador - apostou no seu 'onze' habitual, deixando no banco Rafael Camacho e Gonzalo Plata, jogadores que tinham sido decisivos no (impressionante) triunfo somado no último jogo, antes da paragem natalícia.
Já no FC Porto, Sérgio Conceição acabou mesmo por poder contar com Danilo (e que diferença fez tê-lo em campo), depois de o médio ter treinado condicionado nos dias que antecederam esta deslocação a Alvalade. Nakajima também voltou a ser opção inicial e o 'sacrificado' foi Luis Díaz, que começou no banco.
O Jogo: 'Leão' pagou caro 'adormecimentos' defensivos e falta de pontaria
Sporting e FC Porto entraram em campo proibidos de perder pontos, sob pena de verem o Benfica, primeiro classificado, distanciar-se ainda mais no topo da tabela, depois de as 'águias' terem, na véspera, vencido por 1-0 no terreno do Vitória de Guimarães.
Sporting começa encontro a pressionar alto...e paga por isso
Os 'azuis-e-brancos' não ganhavam em Alvalade desde 2008 e não tinham marcado qualquer golo nas últimas três deslocações ao terreno do Sporting, mas desta feita precisaram de apenas sete minutos para chegar ao golo. Os homens da casa entraram a pressionar alto, tentando não deixar o FC Porto jogar com a bola no pé e obrigá-lo a bater a bola para a frente, mas não tardou a que o feitiço se virasse contra o feiticeiro.
Corona - uma vez mais a atuar como lateral-direito - fez um passe longo ainda antes da linha de meio-campo para as costas da defesa do Sporting, Coates e Ristovski ficaram 'a dormir', esqueceram-se e Marega e este, quase sem querer, marcou ao tentar dominar a bola, com um toque que traiu Maximinano, que terá saido da baliza de forma algo extemporânea.
O Sporting acusou o golo e os adeptos, que até tentaram animar a equipa após esse tento madrugador, começaram a perder a paciência...um passe despropositado de Doumbia para Mathieu deu o mote para os primeiros assobios à equipa.
Pepe lesiona-se e o jogo muda
Aos 24 minutos dá-se um ponto de viragem no encontro. Pepe lesiona-se e tem de ser substituído por Mbemba. Coincidência, ou não, foi a partir daí que o Sporting pareceu despertar. Não sem que antes os ânimos se começassem a exaltar dentro e fora do relvado. Jorge Sousa, árbitro da partida, começou a 'disparar' cartões amarelos para os dois lados da barricada e, nas bancadas, as claques do Sporting iam acendendo e atirando uma ou outra tocha para junto da baliza defendida por Max na primeira parte.
Dentro das quatro linhas os da casa estavam, inegavelmente, a crescer. Bruno Fernandes deixou um primeiro aviso e Coates cabeceou ligeiramente ao lado na sequência de um canto. Nakajima ainda tentou responder do outro lado, com um remate perigoso, mas o golo do Sporting, que se adivinhava (e que já se justificava), acabou mesmo por aparecer. Acuña - que grande exibição fez o argentino - recuperou a bola, combinou com Vietto, isolou-se e, na cara de Marchesín, não perdoou. O empate surgia mesmo em cima do intervalo.
Sporting reentra com tudo, mas tudo falha e é o Porto que volta a marcar
Motivado pelo golo, o Sporting entrou com tudo no segundo tempo e as ocasiões para a 'cambalhota' no marcador sucederam-se a um ritmo alucinante.
Remate de Vietto ao poste aos 49 minutos, cabeçada ao lado de Luiz Phellype a rasar o alvo aos 54', desvio de Bruno Fernandes ligeiramente ao lado aos 57' (em lances sempre pela esquerda e, quase sempre, com Acuña na jogada), Vieto a falhar por mais duas vezes quando tinha tudo para marcar...
Mas a bola não entrou. Começou, então, o 'jogo dos bancos'. E, aí, ficou claro o que já toda a gente sabia: o FC Porto tinha mais e melhores soluções. Sérgio Conceição, a ver o jogo a fugir-lhe das mãos, lançou Luís Diaz para o lugar de Nakajima, fez Marega descair para a direita para desencorajar as investidas de Acuña e a partida voltou a mudar.
O Sporting abrandou o ritmo e o FC Porto voltou a aproveitar mais um 'adormecimento' da defesa 'verde-e-branca' para se recolocar - agora em definitivo - na frente do marcador. Um autêntico soco no estômago para o Sporting.
Os 'leões' apenas num cabeceamento de Coates a roçar a barra conseguiram voltar a criar perigo - apesar de Silas ter feito entrar as (débeis) armas que tinha no banco - e só duas enormíssimas defesas de Max (que assim de redimiu do lance do primeiro golo) evitaram o avolumar do resultado. Mas não evitaram que os 'azuis-e-brancos' matassem um borrego já com 11 anos, voltando aos triunfos no Estádio José Alvalade. Quanto ao Sporting, somou o sexto jogo seguido sem ganhar aos 'azuis-e-brancos' para a I Liga portuguesa.
Os melhores: Acuña a milhas dos colegas no Sporting, Danilo e Tiquinho em grande no Porto
Marcou, lutou, atacou, defendeu, cruzou, criou oportunidades para os colegas (e, claro, também se desentendeu com os adversários). Acuña foi, de longe, o melhor homem em campo do lado dos homens da casa e mais do que ninguém merecia outro resultado. Tivessem mais colegas estado ao seu nível e talvez o desfecho tivesse mesmo sido outro.
Em dia de aniversário, porém, o jovem guarda-redes Luís Maximiano também merece palavras positivas. Ter-se-á precipitado a sair da baliza no lance do primeiro golo do Porto (embora a responsabilidade esteja longe de ser só sua), mas com duas defesas incríveis nos minutos finais mostrou que o Sporting tem, de facto, um talento na baliza. Rui Patrício também errou muito antes de ser o que é hoje...
Danilo esteve em dúvida até à hora do jogo, mas quem não o soubesse não desconfiaria. O médio internacional português foi gigante no meio-campo do azul-e-branco, recuperando bolas decisivas e empurrando a equipa para a frente com impressionantes cavalgadas que conjugavam na perfeição força e técnica.
Mas quem fez a diferença acabou por ser Tiquinho Soares. Não se viu muito até ao lance do golo decisivo, mas é isso que se pede a um ponta-de-lança: concretizar as oportunidades. E este parece ter um jeito especial para as concretizar contra o Sporting: foi o seu sexto aos 'leões' com a camisola dos 'dragões'.
Os piores: Vietto perdulário, Bruno Fernandes e Mbemba fez Porto tremer
No Sporting, Vietto dispôs de três ocasiões para marcar a abrir o segundo tempo. Não marcou nenhuma e isso acabou por custar caro à sua equipa. Uma equipa onde Bruno Fernandes esteve uns furos abaixo daquilo a que já nos habituou.
Foi após a entrada de Mbemba para o lugar do lesionado Pepe que o FC Porto sentiu mais dificuldades. O Sporting começou a penetrar com maior facilidade na defesa azul-e-branca a partir do momento que o defesa congolês entrou em campo e só por acaso (ou por ineficácia 'verde-e-branca') o resultado não foi outro.
As reações
Sérgio Conceição: "Os campeões também se fazem com sorte"
"Não festejamos vitórias, festejamos títulos", diz Sérgio Conceição
Silas: "Sporting fora da luta pelo segundo lugar? Não disse nada disso"
Silas 'irritado' com o primeiro golo do FC Porto
Soares destaca "segunda parte de grande nível" do FC Porto
Maximiano: "Não fomos inferiores ao FC Porto"
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