Crise? Qual crise? Quem olhar para o resultado final da receção do Benfica ao Sporting de Braga, que terminou com uma goleada de 6-1 das 'águias' aos minhotos, dificilmente acreditará que o conjunto da Luz vinha de uma série de três jogos sem ganhar e de apenas duas vitórias (bem suadas - uma nos descontos, outra no prolongamento) nos últimos sete jogos.
Efetivamente, o Benfica deu uma resposta categórica naquele que muitos viam como um jogo que podia definir muito do que seria o futuro da equipa...novo jogo sem ganhar e a contestação iria subir ainda mais de tom, as notícias negativas sobre a equipa iriam continuar a acumular-se e as críticas dos adeptos iriam acentuarem-se. Mas, com uma autêntica noite de gala na Luz, as 'águias' colocaram tudo isso para trás das costas e, apesar de seguirem no terceiro lugar, atrás dos rivais, partem para a interrupção competitiva (vêm aí mais jogos de seleções) com uma imagem positiva.
E tudo isso graças à eficácia demonstrada até o jogo ficar decidido. Ao contrário do que fez em muitos dos jogos da tal crise que atravessava, frente ao Braga o Benfica concretizou praticamente em todas as oportunidades que criou até chegar ao sexto golo (na primeira parte, por exemplo, fez seis remates enquadrados e marcou quatro golos, sendo que um dos remates que não entrou permitiu a Darwin Nuñez marcar na recarga).
Para essa eficácia, claro, contribuiu a grande exibição de vários jogadores, com destaque para Everton Cebolinha. Alvo de uma contestação cada vez mais crescente por parte dos adeptos, o brasileiro foi aposta do Jorge Jesus para o ataque e respondeu com dois golos e duas assistências, naquela que terá sido a sua melhor exibição desde que chegou a Portugal.Mau para o Benfica, na noite de domingo, só mesmo as lesões de João Mário (bem substituído pelo jovem Paulo Bernardo) e Lucas Veríssimo.
Quanto ao Sporting de Braga, vindo de um jogo que tinha terminado menos de 72 horas antes, deu um ar da sua graça e chegou a parecer capaz de poder prolongar a tal crise do Benfica, mas a partir do momento em que as 'águias' fizeram o 2-1 os minhotos desmoronaram por completo, com o desgaste anímico do avolumar do resultado a trazer ao de cima o cansaço físico do jogo da passada quinta-feira, em que Carlos Carvalhal tinha usado praticamente o mesmo 'onze' que lançou, três dias depois, na Luz.
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O jogo: Benfica marcou cedo, Braga ainda reagiu...mas a 'águia' estava imparável
Grimaldo marcou cedo, logo aos dois minutos, a passe de Darwin, com o Benfica a mostrar desde logo que estava determinado a colocar para trás das costas a série de maus resultados que atravessava e, ao mesmo tempo, desforrar-se de um Braga que tantas dores de cabeça lhe deu na época passada.
Mas o Braga não se deixou - pelo menos de início - amedrontar e não tardou a chegar ao empate, com Ricardo Horta a restabelecer a igualdade à passagem do minuto 12. E o jogo até seguiu equilibrado, numa toada de parada e resposta, até ao momento do segundo golo do Benfica. Só que, quando Darwin fez esse segundo golo e colocou o resultado em 2-1, na recarga a um remate de Grimaldo, num lance em que também participou Everton, o Braga não mais se encontrou.
Rafa, em ambas as ocasiões servido por Everton, mostrou muita classe e capacidade de finalização para bisar ainda antes do intervalo e, depois, com o Braga totalmente de rastos - quer física, quer animicamente - os papeis inverteram-se e Everton passou de homem das assistências a goleador. Fez o 5-1 a passe de Rafa logo a abrir a segunda parte e fechou o marcador em 6-1 a passe de Darwin, pouco depois. A partir daí o Benfica baixou um pouco a intensidade do seu jogo, embora tenha continuado a somar ocasiões de golo...a eficácia é que já não foi a mesma, mas também já não era preciso...
O momento: Darwin no sítio certo recolocou o Benfica na frente e as 'águias' embalaram para a vitória
Minuto 37: O resultado estava em 1-1 e o Braga até estava a conseguir equilibrar a contenda, ameaçado poder vir a ser um osso duro de roer. Mas o golo de Darwin ia deitar tudo isso por terra e permitir ao Benfica arrancar em definitivo para uma vitória que se transformaria em goleada e numa exibição de encher o olho para os adeptos 'encarnados', que saíram da Luz 'de barriga cheia'. Everton desmarcou Grimaldo na esquerda e o espanhol, que já tinha marcado o primeiro golo, rematou forte e cruzado. O disparo saiu prensado, Matheus defendeu para o lado e Darwin estava no sítio certo para, oportuno, colocar a bola no fundo das redes e começar a ditar a história do jogo.
O melhor: Enfim o Everton Cebolinha que todos queriam ver, mas houve outros jogadores em grande
A sua presença no 'onze' do Benfica terá, talvez, surpreendido (e desagradado) a alguns adeptos, com o brasileiro a teimar em não mostrar as qualidades que evidenciava no seu país. Mas, frente ao Braga, tudo foi diferente. Everton até começou por ouvir alguns assobios, nos minutos iniciais, quando deixou fugir uma bola fácil na direita com o resultado em 1-1, mas acabou o jogo ovacionado e aplaudido de pé quando foi substituído. Esteve no lance do segundo golo ao desmarcar Grimaldo na esquerda, assistiu Rafa para o terceiro e para o quarto golos e assinou ele mesmo o quinto e o sexto. Notável!
Mas não foi o único jogador do Benfica a ter papel determinante na goleada. Grimaldo marcou o primeiro e fez o remate que deu origem ao segundo, Rafa bisou e ainda fez uma assistência, Darwin marcou um golo e bisou nas assistências. Ou seja, quatro jogadores do Benfica dividiram entre eles os golos e as assistências...
O pior: dupla de centrais do Braga com noite para esquecer
Um dos problemas do Braga esta temporada tem sido a instabilidade do seu sector defensivo, desfalcado pela lesão de nomes como David Carmo ou Vitor Tormena, que provavelmente seria os donos dos dois lugares no centro da defesa se estivessem aptos. Na sua ausência, Carlos Carvalhal tem apostado na dupla formada por Diogo Leite e Paulo Oliveira que, na Luz, viveu uma noite de autêntico pesadelo. Na retina fica a forma como Diogo Leite se deixou enganar por Rafa no lance do terceiro golo e como Paulo Oliveira fez o mesmo perante Everton no lance do quinto golo.
As reações
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