O regresso do FC Porto à vice-liderança da Primeira Liga foi conseguida com uma exibição pouco convincente, numa equipa que ainda procura ganhar os índices de confiança após uma série de maus resultados. A escalada até ao 2.º lugar (34 pontos) a dois do Sporting e dois a mais que o Benfica, foi conseguida com golos a abrir (12 minutos, Nico González) e a fechar (Gonçalo Borges, 90+3), numa noite onde valeu a eficácia e solidez defensiva.
Os dragões voltam aos triunfos na I Liga após empate em Famalicão e aproveitam da melhor forma a escorregadela do Benfica na Vila das Aves. Até ao final de 2024 há dérbi entre Benfica e Sporting em Alvalade, pelo que os Dragões até podem acabar o ano na liderança da I Liga.
O Estádio do Dragão continua a ser talismã para a equipa de Vítor Bruno: 11 vitórias em 11 jogos, e só triunfos para a I Liga.
FOTOS: as melhores imagens do FC Porto-Estrela da Amadora
O Jogo: Lar, doce lar
O FC Porto continua a fazer da sua casa uma fortaleza quase impenetrável, numa época de altos e baixos. Os dragões têm sofrido e muito fora de portas, onde venceram apenas quatro dos 11 jogos disputados (cinco derrotas e dois empates), mas em casa a história tem sido diferente.
Na segunda-feira, diante do Estrela da Amadora, mais um triunfo, embora que sofrido, em mais um jogo com a baliza a zeros. A equipa de Vítor Bruno tem aproveitado o factor-casa para se manter na luta pelos principais troféus (I Liga e Liga Europa), num ano em que vencer longe do Dragão está mais difícil do que se imaginava.
A formação nortenha tarda em fazer exibições de encher o olho, mas vai amealhando os pontos necessários para estar colado a Sporting e Benfica, numa liga onde quatro pontos separam os três primeiros.
Dos 12 jogos disputados esta época em casa para todas as provas, só o Manchester United logrou não perder, muito por culpa dos pupilos de Vítor Bruno. O jogo parecia perdido para os azuis e brancos quando os ingleses fizeram o 2-0 aos 20 minutos, mas o Dragão empurrou a equipa para uma recuperação épica, de 0-2 para 3-2. A vitória era quase certa, até porque o United jogava com menos um desde os 81 minutos, mas uma bola parada - o calcanhar de Aquiles dos azuis e brancos em 2024/25 - fez voar os três pontos nos descontos.
Na I Liga, nenhuma equipa tem um aproveitamento caseiro melhor que o FC Porto. Só o Benfica iguala a marca do Dragão, mas com sete vitórias em sete jogos.
No Dragão, apenas Farense e SC Braga conseguiram marcar e perder pela margem mínima. Na noite de segunda-feira, o Estrela juntou-se a Gil Vicente, Braga, Farense, Rio Ave, Arouca, Estoril e Casa Pia na lista de vítimas dos Dragões. É verdade que o público não está tão entusiasmado como outrora, mas vai sendo suficiente para empurrar a equipa. São 11 vitórias em 12 possíveis, 30 golos marcados e apenas cinco sofridos.
O objetivo do Estrela da Amadora, de ser a primeira equipa a roubar pontos ao FC Porto no Dragão teve bases tremidas. Os 34 por cento de posse de bola são números normais, a falta de remates à baliza já é algo anormal, muito por culpa da solidez defensiva do FC Porto, mas também da pouca ambição da equipa lisboeta. A expulsão de Danilo Veiga aos 74 minutos deixou tudo mais difícil.
Apesar do domínio, azuis e brancos marcaram a abrir, por Nico González (12 minutos), mas só voltariam a faturar nos descontos, com Gonçalo Borges (90+3).
Momento do jogo: A quase traição de Martim
Numa altura em que FC Porto ainda a está a recuperar os índices de confiança, sofrer o golo do empate em casa aos 86 poderia resultar em mais uma desilusão. Os lisboetas, mesmo com menos um, apostaram tudo no ataque e foram à procura da felicidade, num lance em que o jovem defesa direito portista quase fazia autogolo. O Dragão gelou, Martim Fernandes respirou de alívio: o corte de cabeça saiu para fora. Diogo Costa estava batido.
Os Melhores: Brídigo evitou o inevitável enquanto pode
Bruno Brígido voltou a rubricar uma bela exibição, com grandes defesas que foram mantendo o Estrela da Amadora em jogo. No segundo tempo, negou dois golos cantados a Fábio Vieira e Nehuen Pérez, com defesas fantásticas.
Nico González regressou ao onze portista após castigo e voltou a mostrar porque é um dos jogadores mais importantes dos azuis e brancos. Além de ter marcado, esteve no início dos principais de ataque portista. Defende como poucos, pela quantidade de duelos que ganha, ataca com assertividade, sempre a tentar ajudar a equipa.
Um elogio a solidez defensiva do FC Porto, que não permitiu qualquer remate à sua baliza. Os Dragões controlaram o jogo ofensivo do Estrela, numa defesa onde Otávio vai crescendo ao lado Nehuén Pérez, sempre muito sólido.
Em noite 'não': Para ganhar é preciso acertar com a baliza
Apesar do atrevimento do Estrela da Amadora, muito por culpa do momento menos bom do FC Porto, a equipa de José Faria não fez qualquer remate enquadrado com a baliza de Diogo Costa. Dos três que tentou, todos saíram para fora. Pouco para quem queria pontos.
O forte domínio do FC Porto, que acabou com 66 por cento de posse de bola, não foi traduzido em qualidade futebolística. Os Dragões só fizeram quatro remates enquadrados, mas tiveram eficácia de 50 por cento. A jogar em casa e com mais um desde os 74 minutos, esperava-se mais em termos de produção ofensiva (12 remates no total).
Reações
Bruno Brígido e Luís Silva dizem que a expulsão e o primeiro golo foram determinantes
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