Mais um jogo, mais vitória, mais uma goleada. Quem conseguirá parar este Benfica? São 23 jogos disputados esta temporada, com 19 vitórias, 4 empates e 0 derrotas. São 63 golos marcados e apenas 16 sofridos! São 34 pontos em 36 possíveis na I Liga e, (dada a inesperada derrota caseira do Braga com o Casa Pia), 8 pontos de vantagem sobre o mais direto perseguidor (agora o FC Porto) ao fim de apenas 12 jornadas.
Não há como o negar: este Benfica de Roger Schmidt é, cada vez mais, um autêntico rolo compressor. E se alturas houve - como por exemplo nas vitórias sobre o Casa Pia (1-0) ou Vizela (2-1), à 2.ª e à 5.ª jornada - em que alguns triunfos pareceram suados, agora as vitórias parecem surgir com cada vez maior naturalidade: nos últimos três jogos as águias somaram outras tantas goleadas (5-0 ao Chaves, 6-1 ao Maccabi Haifa, 5-1 ao Estoril) e, se juntarmos o triunfo (4-3) sobre a Juventus, nos últimos quatro jogo marcaram 20 golos!
A confiança é, neste momento, tal que na noite deste domingo, na Amoreira, o jovem António Silva estreou-se a marcar na I Liga...de calcanhar e até bisou no encontro. A confiança é tal que Schmidt se pode ver privado de dois jogadores determinantes nos jogo mais recentes - Gonçalo Ramos e Fredrik Aursnes - e ver a equipa manter o mesmo rendimento, com os seus substitutos (Petar Musa até voltou a marcar) a responderem à altura.
E toda esta essa confiança emana para os adeptos, que pintaram de vermelho as bancadas do António Coimbra da Mota e espelharam a (cada vez mais justificada) confiança que reina, neste momento, para os lados da Luz.
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O jogo: Benfica sempre a abrir a partir do primeiro golo
Moralizado pelos resultados, o Benfica entrou a pressionar e criou perigo bem cedo, com Musa a falhar por pouco. A intensidade do jogo das águias, porém, até baixou um pouco a partir e o Estoril aproveitou para ameaçar. Valeu, então, Vlachodimos a dizer presente e a negar, com uma excelente defesa com o pé direito, o golo à turma da casa.
Não marcou o Estoril, marcou mesmo o Benfica, por Musa, com um cabeceamento perfeito após cruzamento irrepreensível de Grimaldo. Estava aberto o caminho para mais uma vitória tranquila e que iria acabar em goleada, com os encarnados a marcarem por mais duas vezes antes do intervalo (os tais dois golos de António Silva, ambos na sequência de pontapés de canto), num final de primeira parte frenético em que Enzo Fernandéz também ficou muito perto de marcar e em que o Estoril enviou uma bola à trave.
Com 3-0 ao intervalo - e com novo duelo entre as duas equipas marcado para quarta-feira, para a Taça - o ritmo do encontro baixou um pouco no segundo tempo, mas o Benfica continuou a criar oportunidades e a marcar. Musa viu o poste da baliza negar-lhe o bis e, já depois de Roger Schmidt ter procedido a vária alterações, João Mário elevou para 4-0, a passe do recém-entrado David Neres. O médio internacional português já vai em nove golos esta época. Henrique Araújo (outro dos homens que entrou no segundo tempo) viu um golo anulado e foi outro suplente, Mihailo Ristic, a fazer o 5-0 com um fantástico remate de longe (foi o primeiro golo do sérvio de águia ao peito).
Mas ainda houve tempo para o Estoril também marcar, à entrada para o período de descontos: Serginho bateu Vlachodimos e fixou o resultado final em 1-5. Foi o primeiro golo sofrido pelo Benfica fora de portas na presente edição da I Liga...
O momento: António Silva de calcanhar
O Benfica já vencia por 1-0 quando, em cima da meia hora, beneficiou de um pontapé de canto. Enzo Fernández bateu para o segundo poste, a bola chegou a Chiquinho e este, de calcanhar, tocou na direção de António Silva que, na pequena área, também de calcanhar, com enorme classe, fez o 2-0, lançando em definitivo as águias para uma vitória tranquila.
A polémica: Rodrigo Martins cai na área do Benfica em lance com Florentino
Aos 21 minutos, com o resultado ainda em 0-0, Rodrigo Martins entra na grande área do Benfica pela direita, tenta ultrapassar Florentino Luís e acaba por cair. O Estoril pediu penálti, o árbitro fez um compasso de espera para ouvir o VAR e mandou seguir.
O melhor: A afirmação definitiva de António Silva e Petar Musa a dizer presente
Tem sido uma época de sonho para o jovem defesa central António Silva. Beneficiou, é certo, de uma onda de lesões para chegar, com alguma surpresa, à titularidade, mas já ninguém se lembra que inicialmente aquele lugar não era dele. E, para além da segurança defensiva que mostra na dupla que tem formado com Otamendi, com os dois golos que marcou ante o Estoril já leva três pela primeira equipa das águias.
Quem também marcou foi Petar Musa, que na ausência de Gonçalo Ramos disse 'presente' na frente de ataque, voltando a confirmar o faro pelo golo que vem demonstrando: chegou aos cinco golos de águia ao peito...e só foi titular duas vezes. Marcou nos últimos três jogos.
O pior: Estoril não teve pedalada
O Estoril até podia ter marcado primeiro do que o Benfica, mas acabou goleado. Os canarinhos concederam muitos espaços, sofreram dois golos de bola parada e, sobretudo a defender, não tiveram capacidade para travar o adversário. No ataque, ainda assim, ainda enviaram uma bola à trave e acabaram por marcar, à beira do fim.
As reações
- Schmidt comenta António Silva no Mundial2022 e explica qual o segredo para a grande época do Benfica
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