Será o Sporting o principal candidato ao título da Liga 24/25? A consolidação do processo de Rúben Amorim, já a caminho da 5ª época no Sporting, e que de ano para ano parece reinventar a fórmula leonina, acrescentando-lhe diferentes nuance, parece apontar nesse sentido.
A média de idades decresceu substancialmente com as saídas de Paulinho e Coates, o que poderá fazer abanar a estrutura emocional da equipa em momentos de maior aperto. Mais do que isso, tratam-se de jogadores fulcrais na manobra do Sporting campeão, e cuja substituição não parece ainda bem assegurada.
Estará o Sporting no mercado por um central? Debast não convenceu na Supertaça, mas além da margem de progressão que os 20 anos lhe garantem, Diomande ainda não parece estar nas melhores condições físicas, pelo que é possível que Rúben Amorim mantenha esta tripla já no jogo frente ao Rio Ave – talvez a principal dúvida no onze.
O caso de Paulinho é diferente porque parece evidente que chegará um jogador com características parecidas, que possa ser conciliado com Gyokeres, ou que o possa substituir em caso de necessidade. A novela Ioannidis parece sem fim à vista, mas caso não chegue o internacional grego, certamente outra solução estará na calha para desempenhar o papel do avançado português.
Também Kovacevic cometeu erros na Supertaça, mas não fará sentido sacrificar o internacional bósnio logo após o primeiro jogo, em especial quando parece óbvio que este chegou para ser o dono da baliza. Esta é, claro, uma grande indefinição num lugar preponderante, até porque Franco Israel não parece estar ainda capacitado para assumir a baliza leonina.
Também as dinâmicas do sistema de Amorim parecem uma incógnita nesta fase. Caso Quenda segure o lugar na direita, ao invés da entrada de um lateral direito mais convencional, como Esgaio ou Fresneda, que implicações terá isso no modelo leonino?
O que pareceu já evidente no jogo da Supertaça é que o Sporting não defende já numa linha de cinco, e que a entrada de um jogador com perfil de extremo para aquele lugar pode trazer uma capacidade diferenciada na chegada ao último terço, mas também pode trazer dores de cabeça na defesa dos corredores laterais.
Por outro lado, foram evidentes algumas novas dinâmicas com bola, que relevam o espírito inventivo de Amorim: a saída fez-se muitas vezes com Morita a baixar para perto de um dos centrais, perfazendo uma linha de 4 com os centrais das pontas à largura.
Por vezes, construiu também a 3, com os três centrais perfilados para a saída de bola, projectando Quenda e Catamo, e colocando Trincão e Pote entrelinhas e/ou mais próximos de Gyokeres. Esta variabilidade permite adaptação a diferentes contextos, tornando mais complicado prever e controlar o comportamento da equipa por parte do adversário.
No fundo, com o mercado em aberto, e com tanto por definir em tantas equipas ainda nesta fase, é muito difícil fazer previsões acertadas em relação ao campeonato.
Seja qual for o desfecho, o natural é que o Sporting esteja na luta pelo título. Resta saber se estará ao nível do ano passado, até porque há sete anos que não nenhum clube consegue alcançar o bicampeonato.
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