Filme do Clássico
No jogo grande da 24.ª jornada, o melhor ataque do campeonato levou a melhor sobre a melhor defesa, num jogo que os 'encarnados', com um futebol mais fluido ao longo de quase toda a partida, acabaram reduzidos a 10 elementos, por expulsão de Gabriel, aos 77 minutos.
Adrián López, aos 19 minutos, deu vantagem ao FC Porto, mas o Benfica chegou ao empate sete minutos depois, por João Félix, logrando colocar-se em vantagem no início da segunda parte, aos 52, por Rafa, para dar continuidade ao percurso imaculado desde a chegada do treinador Bruno Lage -- nove vitórias na Liga.
Com este triunfo no Dragão, que já não acontecia para o campeonato desde o 2-0 na temporada 2014/15, o Benfica resgatou a liderança, após 16 jornadas na posse dos campeões nacionais, somando agora 59 pontos, mais dois do que o FC Porto, num duelo pelo título que promete durar até ao final.
Sérgio Conceição adivinha o 'onze' do Benfica
No FC Porto, Sérgio Conceição devolveu a titularidade a Brahimi e Marega, recuperados de lesão, e, fiel ao 4-4-2, manteve Adrián López no ataque, Manafá no lado direito da defesa, e Óliver no meio-campo, relegando Fernando Andrade e Otávio, titulares nos dois últimos encontros, para o banco de suplentes, onde também se sentaram Éder Militão e Soares.
No Benfica, Bruno Lage voltou a contar com Ferro e André Almeida, após castigo, repetindo o 'onze' dos últimos jogos, antecipado até por Sérgio Conceição, com uma linha de quatro defesas (que incluiu ainda Rúben Dias e Grimaldo), dois médios (Samaris e Gabriel), dois alas (Pizzi e Rafa) e dois avançados (João Félix e Seferovic).
'Aliviados' pelos dois técnicos do caráter decisivo do jogo, os jogadores das duas equipas entregaram-se às suas ideias, com os olhos colocados na baliza contrária, por onde andou a bola nos primeiros minutos.
FC Porto entra melhor, Benfica lê bem jogo do rival e equilibra
Telles protagonizou o primeiro remate do jogo para o FC Porto, aos 19 segundos, respondendo o Benfica por João Félix, aos três minutos, numa incursão pela esquerda apenas travada pelo corte providencial de Pepe.
Num jogo de equilíbrios, o Benfica conseguia ganhar superioridade no corredor central, capitalizando as movimentações alternadas de Pizzi e Rafa, de fora para dentro, e, com isso, tempo e espaço para construir jogadas de ataque.
Pizzi, aos 16 minutos, soltou-se na esquerda, mas perdeu-se nas pernas de Felipe, na área do Porto, onde Casillas assumiu um papel decisivo, negando por duas vezes o golo em remates de Pizzi e Seferovic, aos 22 e 45 minutos, respetivamente.
Com um meio-campo a dois, incluindo uma vigilância mais cuidada às movimentações de Herrera, e jogadores demasiado posicionais, os campeões nacionais apostavam na profundidade de Marega, mas seria numa recuperação de bola que chegou ao golo e à vantagem, após perda de Rafa e progressão de Brahimi apenas travada à entrada da área do Benfica.
Adrián marcou a falta e acertou na barreira, mas ganhou o ressalto e rematou colocado, para fora do alcance de Vlachodimos, inaugurando o marcador, num lance revisto pelo videoárbitro, por pretensa influência de Felipe, em posição duvidosa no lance.
O Benfica não se deixou afetar por este revés e continuou com um jogo mais solto, numa pressão alta e capacidade de explorar os espaços nos corredores laterais que lhe viria a valer o empate, aos 26 minutos. Gabriel recuperou a bola no meio campo ofensivo, fez chegar a bola a Seferovic, na esquerda, que cruzou para João Félix, solto na área, receber e bater Casillas.
Benfica ataca na vertical e FC Porto volta mantêm-se nas laterais
O FC Porto veio do balneário com outra determinação e agressividade, dando mostras de querer pegar no jogo, num registo que colocava mais por dentro Brahimi e Corona, longe do fulgor de outros encontros, para baralhar as marcações, mas seria o Benfica a colher os louros, aos 52 minutos, numa jogada de envolvimento coletivo, que contou com alguma apatia defensiva dos portistas.
João Félix, Rafa e Pizzi trabalharam o lance, com curtas trocas de bola à entrada da área, cabendo ao 21 do Benfica servir Rafa para um remate colocado que colocou os 'encarnados' na frente do marcador.
Em vantagem, o Benfica juntou linhas, foi recuando no terreno e fechando os caminhos da sua baliza, numa estratégia que se acentuou a partir da expulsão, por duplo amarelo no mesmo lance, de Gabriel, aos 77 minutos, após desentendimento com Otávio.
Neste período final do jogo, o FC Porto, já com Soares ao lado de Marega no ataque, criou várias situações de golo, valendo ao Benfica o 'ferro', o acerto defensivo dos seus jogadores e a falta de pontaria dos jogadores do FC Porto, que, apesar da derrota, saíram do estádio debaixo de uma forte ovação.
Benfica é o novo líder
O Benfica passou a somar 59 pontos, contra 57 do campeão nacional, cuja última derrota na I Liga tinha acontecido na Luz, perante os ‘encarnados’ (1-0), na sétima jornada. De então para cá, os ‘azuis e brancos’, acumularam 16 jogos sem perder. O SC Braga, terceiro classificado, com 49, e o Sporting, quarto, com 46, jogam no domingo, perante Rio Ave e Portimonense, respetivamente.
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