Passou, precisamente, um mês desde o Natal. Um Natal que o Benfica celebrou no topo da tabela da I Liga, como Rui Costa tinha pedido. Mas, desde aí, muito mudou. E o jogo com o Casa Pia, em Rio Maior, foi (mais uma) prova disso e da quebra que os encarnados vêm vivendo desde então. Quebra atenuada, claro, pela conquista da Taça da Liga, no início do ano, mas cada vez mais notória.

Diante de um adversário, o Casa Pia, que está a viver a sua melhor época de sempre no escalão principal (já lá vamos), o Benfica sofreu a sua terceira derrota nas últimas quatro jornadas da I Liga. A tal liderança que as águias ocupavam a 25 de dezembro está, agora, a seis pontos de distância, com o Sporting cada vez mais isolado na frente e com a equipa de Bruno Lage a poder terminar a esta jornada no terceiro posto.

Quanto ao Casa Pia, esse, merece todos os elogios. Não só pela forma como soube virar um jogo em que cedo se viu a perder, nem por ter somado a sua primeira vitória sobre o Benfica desde 1938, mas pelo campeonato que está a realizar: somou o sétimo jogo seguido sem perder na prova (5 vitórias, 2 empates), nas últimas 11 jornadas só perdeu no Estádio do Dragão, a 2 de Dezembro, e se recuarmos mais um pouco, desde meados de agosto, em 16 jogos para a I Liga só perdeu dois (2-0 em Alvalade, com o Sporting, à 8.ª jornada, para além da derrota, também por 2-0, contra o FC Porto no Dragão).

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O jogo: Benfica até entrou bem, mas de repente...

Um erro tudo mudou em Rio Maior. O Benfica, com muitas mexidas no onze em relação ao último jogo (Schjelderup, por exemplo, em grande forma, começou no banco, tal como Pavlidis, acabado de assinar o seu primeiro hat-trick de águia ao peito) até entrou bastante bem no jogo. Ameaçou marcar pelo ponta-de-lança titular, Arthur Cabral, e marcou mesmo, de penálti, por Di María, de regresso à titularidade. Depois, ainda enviou uma bola à trave por Akturkoglu.

Só que, de repente, surgiu o tal erro ia mudar por completo o jogo. Na tentativa de sair a jogar a partir de trás, António Silva (que manteve a titularidade no centro da defesa ao lado de Otamendi, ficando Tomás Araújo no banco) falhou um passe em zona proibida e a bola acabou no fundo da baliza, num bonito remate de Cassiano. E, a partir daí, foi sempre a descer para as águias.

Ainda na primeira parte tiveram novo susto, com o árbitro a assinalar uma grande penalidade por falta de Otamendi que acabou por reverter, e apesar de um remate de Kokçu à beira do intervalo ainda ter testado o guarda-redes dos anfitriões, a verdade é que o Benfica, depois do empate, praticamente não criou perigo até ao final da partida.

Aproveitou o Casa Pia, que entrou bem melhor no segundo tempo, perante um Benfica mais e mais apático, e acabou por marcar, dando a cambalhota no marcador por Nuno Moreira. Em desvantagem, Bruno Lage tentou tudo, lançou Schjelderup, Pavlidis, Amdouni e até o reforço Manu Silva, nas as águias nunca importunaram realmente a baliza contrária até ao final da partida, sendo mesmo o Casa Pia a chegar ao 3-1, no último lance da partida, por Livolant, perante muitos assobios (e até alguns lenços brancos) por parte dos adeptos encarnados.

O momento: Erro de António Silva iniciou descalabro

Minuto 32. O Benfica, a ganhar por 1-0, parecia ter a partida controlada. Mas António Silva, ao tentar lançar fazer um passe rasteiro para o meio a partir da sua defesa, permitiu a intercepção de Beni, que de pronto colocou a bola em Cassiano e este rematou para o empate. A partir daí o jogo virou por completo.

O melhor: Nuno Moreira foi dor de cabeça para o Benfica

Sempre muito em jogo, quer a defender, recuperando inúmeras bolas, quer a sair para o ataque, o jogador formado no Sporting causou inúmeras dores de cabeça ao Benfica e marcou mesmo o golo que colocou os gansos na frente do marcador, a meio do segundo tempo.

O pior: Lá se foi a confiança que António Silva vinha a recuperar

António Silva parecia estar a afirmar-se de novo na equipa do Benfica, depois de um período de menor fulgor, com vários erros (também ao serviço da seleção). Recuperou a titularidade, exibiu-se em bom plano na final four da Taça da Liga e a confiança perdida parecia estar de volta. Mas, frente ao Casa Pia, voltou a pecar. Vários passes de risco falhados, um deles determinante para o desfecho do jogo.

As reações

- “Resultado não merece contestação”, diz adjunto do Casa Pia, Nuno Moreira sublinha que gansos jogam sempre para ganhar

- Bruno Lage e a derrota do Benfica com o Casa Pia: “Demasiados erros. Infelizmente não fomos competentes”

- Otamendi: “Hoje não fomos a equipa que quer ganhar o campeonato”

O resumo