Nem 45 minutos em superioridade numérica chegaram para que o FC Porto conseguisse quebrar, no Estádio do Jamor, a resistência da equipa sensação da I Liga.
Frente a um Casa Pia que tem a terceira melhor defesa da prova, com apenas 11 golos sofridos (só o próprio FC Porto e o líder Benfica sofreram menos), os dragões não fizeram o suficiente para marcar. Tardaram em criar lances de real perigo, só no segundo tempo, já a jogar contra dez, 'sufocaram' o adversário e quando, enfim, começaram a criar algumas oportunidades de golo dignas desse nome, viram Ricardo Batista, guarda-redes do Casa Pia, segurar o nulo.
Um nulo que, num dia de tanta chuva e inundações na cidade invicta e um pouco por todo o país, acaba por deitar (quase) por completo por água abaixo a recuperação que o FC Porto havia iniciado na jornada passada em relação ao rival Benfica. Há uma semana, os dragões, com uma goleada de 5-1 ao Arouca, aproveitaram o deslize das águias em Braga e reduziram de oito para cinco a desvantagem para o topo da tabela. Agora, não só vêm essa desvantagem subir para os sete pontos como caem mesmo para o 3.º lugar da tabela, ultrapassados pelo Braga.
Quanto ao Casa Pia, continua a provar por que razão é a equipa-sensação desta I Liga: depois de ter ficado muito perto de travar o Benfica e de ter mesmo derrotado o Braga, empatou com o FC Porto e segue firme no 5.º lugar. Nada mau para um clube promovido esta época ao escalão principal, no qual não figurava há 83 anos.
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O jogo
Sérgio Conceição apostou exatamente no mesmo onze que havia vencido o Arouca e o FC Porto até entrou bem, a encostar o Casa Pia à sua área e com dois remates fortes que contudo saíram à figura de Ricardo Batista. E aos poucos esse ímpeto inicial perdeu-se. De tal forma que o Casa Pia até conseguiu equilibrar as operações e passar algum tempo no meio-campo contrário, rondado a baliza de Diogo Costa.
Só perto do intervalo o FC Porto voltou a crescer, e foi já nos descontos que viu o adversário ficar reduzido a dez elementos: Lucas Soares já tinha visto um cartão amarelo, teve uma entrada dura a meio-campo sobre Galeno e viu nova cartolina amarela, acabando expulso.
Sérgio Conceição, descontente com o desempenho da equipa, mexeu ao intervalo e lançou Pepê. O FC Porto voltou a acelerar, mas nem assim conseguia criar muito perigo. Só perto da hora de jogo Galeno e Taremi ameaçaram, com cabeceamentos perto do alvo.
Foi a partir daí que os azuis e brancos se mostraram mais perigosos, embora o número de lances em que verdadeiramente estiveram perto do golo tenham sido escassos: Ricardo Batista defendeu, em grande estilo dois deles (impedindo que Toni Martínez, primeiro, e Taremi, depois, marcassem) e o encontro terminou mesmo sem golos.
O momento
Minuto 70: um lance de insistência, o FC Porto cria aquela que foi, talvez, a sua melhor jogada e a sua melhor oportunidade para marcar no jogo. Galeno cruzou rasteiro da linha de fundo, Toni Martínez rematou e Ricardo Batista evitou o golo com os pés. Os dragões não voltariam a ter uma ocasião de golo tão clara.
O melhor
A consistência e coesão defensiva do Casa Pia foram notáveis. A equipa de Filipe Martins continua a mostrar uma organização assinalável e não foi por acaso que, mesmo jogando mais de 45 minutos com menos um homem, conseguiu manter o FC Porto a zeros e evitar mesmo que, apesar da pressão exercida, os dragões criassem um grande volume de lances de perigo.
O pior
O FC Porto não mostrou a intensidade necessária num jogo que a exigia, não só pelo que o adversário tem demonstrado esta época (Sérgio Conceição tinha alertado para as dificuldades que esperariam a sua equipa), mas também pelas condições difíceis em que o encontro se disputou: debaixo de muita chuva. Os dragões tinham de ter sido bem mais intensos no sufocar do adversário ao longo de todo o jogo e só o conseguiram fazer a espaços.
As reações
Filipe Martins diz que empate "sabe a três pontos" e admite: "Na 2.ª parte apelámos ao sofrimento"
Conceição avisa jogadores: "É preciso respeitar quem faz 300 quilómetros para nos ver jogar"
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