O Sporting venceu ontem à noite o Boavista no Estádio do Bessa por 0-2 em partida que encerrou a nona jornada da Primeira Liga. Os golos de Geny Catamo na primeira parte, e Pedro Gonçalves na segunda, deram um importante triunfo aos leões que assim regressam ao primeiro lugar isolado do campeonato, agora com três pontos de vantagem sobre os mais diretos rivais.
Por seu lado, e tal como se esperava, o Boavista procurou sempre equilibrar o encontro e também a baliza adversária. A derrota, a primeira em casa este ano, impede os axadrezados de ultrapassarem o SC Braga na classificação, mantendo-se assim no sexto lugar com os mesmos quinze pontos.
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O jogo: Intensidade esperada, eficácia determinante e um Pote de ouro
Rúben Amorim fez apenas duas alterações no onze inicial relativamente ao jogo diante do Raków. Adán e Geny Catamo entraram de início para os lugares de Franco Israel e Ricardo Esgaio. Já Petit fez três mexidas em comparação com o último jogo do campeonato; Bruno Onyemaechi, Vukotic e Bruno Lourenço foram substituídos por Filipe Ferreira, Masa e Tiago Morais.
O Boavista entrou pressionante mas rapidamente o Sporting conseguiu ganhar o controlo da partida, muito graças ao seu meio campo, quando Edwards fletia para o meio e acompanhava Hjulmand e Morita na luta no miolo. Contudo, a primeira grande oportunidade foi da pantera quando Bozenik, lançado pela esquerda, rematou torto quando estava à frente de Adán. Já Pedro Gonçalves não lhe quis ficar atrás e também falhou o primeiro da partida na cara do guarda-redes axadrezado à passagem da meia-hora de jogo.
Perante a ineficácia dos 'especialistas', teve de ser o jovem Geny Catamo a mostrar como se faz; 37 minutos e após cruzamento na esquerda de Matheus Reis, o ala moçambicano surgiu completamente sozinho para fazer o 0-1.
Na segunda parte os axadrezados entraram a pressionar mais alto, apertando logo desde a zona defensiva dos leões, que agora tinham mais dificuldades em sair a jogar. Apesar da pressão, as panteras não conseguiam criar oportunidades de golo. Com efeito, foi o Sporting a estar mais perto do segundo mas Marcus Edwards, completamente isolado, não conseguiu finalizar.
Foi preciso esperar até aos 77 minutos para ver uma oportunidade para o Boavista, e que terminou mesmo no fundo das redes de Adán; Bozeník concluiu da melhor maneira um cruzamento de Bruno Lourenço mas o golo foi anulado pelo vídeo-árbitro por fora-de-jogo do avançado eslovaco.
Apesar do golo invalidado, as panteras continuavam a acreditar no empate, contudo, as pretensões da equipa da casa caíram já perto do final. 85 minutos de jogo e Pedro Gonçalves a ser lançado pela meia esquerda, e depois de alguma atrapalhação com Chidozie, o '8' leonino acabou por atirar, mas ao poste; a bola foi recuperada pelos leões e Esgaio cruzou rasteiro para uma segunda oportunidade do avançado português que, com um toque mágico de calcanhar, fez o 0-2.
O golo deitou por terra os níveis anímicos dos axadrezados, permitindo assim ao Sporting controlar a partida até final, colecionando até boas oportunidades para aumentar a vantagem no marcador.
O momento do jogo: Pote mágico
Poucos minutos tinham passado desde o susto causado pelo golo anulado de Bozenik. Numa rápida transição, Pedro Gonçalves atirou ao poste em primeira instância mas, numa segunda vaga, correspondeu de calcanhar ao cruzamento de Esgaio para matar a partida a cinco minutos do final.
O melhor: O imprevisível Catamo
Perante um adversário que se esperava agressivo e pressionante, Rúben Amorim surpreendeu ao fazer alinhar Geny Catamo de início no corredor direito, em detrimento de Ricardo Esgaio. A verdade é que desde cedo o ala moçambicano mostrou ser o principal desequilibrador dos leões, e o único para o qual o Boavista parecia não ter solução.
Gozando de total liberdade para atacar, graças ao recuo de Matheus Reis no outro lado, que assim formava uma linha de quatro defesas, Catamo procurou muitas vezes romper pela direita, aproveitando para inaugurar o marcador ainda na primeira parte. Na segunda parte teve menos peso na partida, e acabou o jogo a formar o tridente de ataque após a entrada de Esgaio.
O pior: Masa foi presa fácil
Foi o menos ativo do trio ofensivo do Boavista. Quer na primeira parte pela direita, quer na segunda pela esquerda, Masa nunca foi capaz de causar problemas a defensiva dos leões, sendo facilmente anulado. Habitualmente um verdadeiro 'abre-latas' das defesas, o jogador japonês esteve muito abaixo do que tem vindo a mostrar esta temporada. Foi sem surpresa que Petit o fez sair aos 75 minutos, entrando Martim Tavares para o seu lugar.
O que disseram os treinadores
Agra lamenta empate negado "por poucos centímetros", Petit só não gostou "dos últimos cinco minutos"
Rúben Amorim realça a maturidade da sua equipa, Pedro Gonçalves explica o golo de calcanhar
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