Quem dá 75 milhões, quem dá 100 milhões por João Félix? Essa parece ser umas das grandes preocupações do país, ultimamente.
Bruno Lage lembrou, e bem, na conferência de imprensa após a partida - e não foi a primeira vez que o fez – que os craques não nascem de uma hora para a outra. É necessária consistência. A imprensa bem tenta a cavalgar a onda, questionando se ele já parece saber tudo aos 19 anos.
Para aparecer João Félix há um Pizzi, de entrega total, que com a sua visão de jogo descobre linhas de passe que mais ninguém vê. Há um Rafa, incansável, que com a sua velocidade, entorpece os defesas e lê com as palmas da mão as deambulações do companheiro de equipa.
O endeusamento precoce pode ser prejudicial para as carreiras destes jovens jogadores, e por isso, e muito bem, Bruno Lage pede tempo e espaço para João Félix.
Mas o avançado do Benfica tem sido, nos últimos de jogos, cada vez mais influente. O próprio treinador tem-lhe incutido essa pressão de marcar golos e assistir, em todos os jogos, e isso voltou a acontecer frente ao V. Setúbal.
O encontro começou de feição para o Benfica. Com o regresso dos titulares para o objetivo maior, que passa pela conquista do título, Bruno Lage mudou cinco pedras, com destaque para a titularidade de Florentino.
Logo aos 2´, surgiu o golo, num grito de revolta dos encarnados, que não se mostravam incomodados com a vitória na véspera do FC Porto.
Cheirava a goleada, mas o cheiro não acabou por retumbar na realidade. O V. Setúbal apareceu impetuoso na Luz, num 4-4-2, a querer dar o peito às balas e a discutir o jogo e o resultado. Qual autocarro, qual quê. Com Rúben Micael e Éber Bessa a distribuir e Berto e Cadiz, na frente, a darem muitas dores de cabeça à defesa do Benfica.
Perante a entrada esmagadora do Benfica, o Vitória aparou os golpes e através de boa organização ofensiva foi-se aproximando da baliza dos donos da casa, tentando explorar inicialmente os lances de bola parada, dado o poderio físico dos sadinos nessa vertente do jogo.
Contra a corrente, o Benfica teve à disposição uma grande penalidade travada com mestria por Makaridze, depois da transformação de Pizzi. Pouco depois, os mesmos protagonistas do primeiro golo na Luz ampliaram o placar: Félix a assistir e Rafa a marcar.
Mesmo com o golo sofrido, os sadinos não se vergaram e continuaram lestos na construção, sob a batuta de Éder Bessa. Antes do intervalo, o Vitória acabou por reduzir num pontapé de Nuno Valente, após excelente jogada de Berto sobre Ferro.
O segundo tempo começou da forma como terminou o primeiro. Com um Vitória forte na posse, e paciente na tentativa de encontrar linhas de passe.
Mas o Benfica, à equipa grande, mesmo sem trabalhar para isso, voltava a encontrar as redes dos forasteiros. Félix marcou o golo e cortou de raiz as tentativas de recuperação da equipa de Sandro Mendes.
Até final, ainda se marcaram mais dois golos, que coloriram o guião da partida: Um de Seferovic e outro de Cadiz, na transformação de uma grande penalidade. Vitória do coletivo encarnado, numa prova de força da equipa de Bruno Lage para os desafios que avizinham.
Momento - Golo de João Félix. Após duas assistências para o golo de Rafa, o jogador das águias apareceu aos 56´, para fazer o gosto ao pé e colocar o resultado em 3-1.
Melhores
Rafa
Incansável. Correu do primeiro ao último minuto. Marcou dois golos e ainda ofereceu o golo a Seferovic.
João Félix
Mais um golo e duas assistências para o currículo. Tem revelado grande consistência nos últimos jogos.
Éber Bessa
Um farol na equipa do Vitória. A bola que saia dos seus pés era quase sempre endossada com requinte. Toda a dinâmica dos visitantes passou por si.
Berto
Está na jogada do golo, depois de ter tirado Ferro do caminho numa boa jogada individual. Causou problemas à defensiva encarnada com a sua velocidade.
Reações
Sandro Mendes: "Não trouxe nenhum autocarro, a não ser o que nos trouxe aqui ao estádio"
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