Há noites assim. Tudo correu mal ao Benfica num terreno onde os encarnados nunca tinham perdido - Tratou-se da primeira derrota da história das águias frente ao Portimonense.
Rui Vitória falou no final da partida, na flash, de uma noite atípica. Se foi... O Portimonense de António Folha, ao cabo de 41 jogos logrou a primeira vitória frente ao Benfica. O jogo acabou por ficar marcado por dois golos inusitados: O de Rúben Dias e de Jardel. Há 72 anos que o clube da Luz não sofria dois autogolos.
Mas a partida dos encarnados no Algarve não se explica apenas na equação que resultou no 'azar' dos seus jogadores terem marcado na própria baliza. O Benfica vinha de sete vitórias consecutivas, mas sem convencer verdadeiramente, com excepção da goleada ao SC Braga. Rui Vitória repetiu o alinhamento procurando reencontrar a equipa com a fórmula que resultou em goleada.
Acabou por resultar em desastre. A inoperância encarnada em todos os sectores - com excepção da baliza - e a incapacidade do Benfica para criar situações de perigo nunca colocaram verdadeiramente em causa a equipa orientada por António Folha. As melhores oportunidades da partida pertenceram mesmo aos algarvios.
Os últimos triunfos permitiam à equipa de Rui Vitória encarar a partida com alguma dose de confiança na entrada do novo ano. Mas o terreno dos algarvios tem sido território macabro para os 'Grandes'. Que o diga o Sporting. O Benfica também iria deixar os três pontos a sul.
As circunstâncias, é certo, acabaram por condicionar o emblema encarnado. Dois autogolos abanam qualquer estrutura. A reação até foi positiva: Depois do autogolo de Rúben Dias (12´), Jonas primeiro, e Jardel num grande cabeceamento estiveram perto de empatar a partida, valendo a intervenção do guardião Ricardo Ferreira.
Com o balanceamento do Benfica, o Portimonense fez-se valer do mesmo veneno que já tinha utilizado contra o Sporting. Numa rápida transição, Nakajima colocou a bola em Jackson, o dianteiro picou a bola por cima de Vlachodimos, mas Jardel com todo o tempo do mundo para limpar a jogada, enviou a bola para dentro das redes. Tratou-se de um dos lances mais caricatos do campeonato.
Atordoado, mas não ainda vencido, o Benfica tentou responder na segunda parte. Rui Vitória alterou a equipa em termos táticos, colocando mais um avançado, juntando Seferovic a Jonas. Salvio também saltou do banco. O arranque foi prometedor. Grimaldo esteve perto de reduzir ao minuto 54´, mas a equipa perdeu o equilíbrio. Só Vlachodimos impediu que o Benfica saísse de Portimão com uma derrota mais pesada. Em caso de vitória do FC Porto, os encarnados podem ficar a sete pontos do primeiro lugar.
Momento: Autogolo de Jardel! Não há equipa que resista
Depois de ter sofrido o primeiro golo, o Benfica encetava a recuperação, e até estava por cima de jogo, mas num lance inusitado, Jardel acabou por colocar a bola dentro da baliza. O Benfica foi para o intervalo a perder por 2-0.
Melhores
Manafá
Este extremo adaptado a lateral causou muitos problemas a André Almeida. Foi também pelo lado esquerdo que o Portimonense conseguiu desequilibrar. O primeiro golo nasce de uma jogada de Manafá. Chegou a aparecer na cara de Vlachodimos, mas o guardião grego impediu-o de ser feliz.
Nakajima
Com recortes técnicos de encher o olho, espalhou classe dentro de campo. Isolou Jackson Martínez no lance que haveria de resultar no golo do Portimonense.
Vlachodimos
Foi o melhor do Benfica, o que ilustra bem a exibição do Benfica em Portimão. O guardião grego, com um punhado de defesas, impediu os encarnados de saírem goleados.
Piores
Centrais do Benfica
O que dizer dos autogolos apontados por Rúben Dias e Jardel. Há 62 anos que os encarnados não marcavam dois golos na própria baliza. Estes dois lances acabaram por condicionar e contribuir de forma decisiva para a derrota encarnada.
Reações
Folha: "É este o nosso jogo, jogamos para ganhar e não mudamos por nada"
Rui Vitória e a contestação: "As emoções falam mais alto e nós percebemos isso"
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