O goleador-mor da Primeira Liga voltou a atacar em força, em mais uma exibição sólida e de muita eficácia, perante um Belenenses SAD que deu boa réplica, principalmente na primeira parte. Num jogo onde Nélson Veríssimo descansou vários titulares, já a pensar no embate com o Liverpool da próxima quarta-feira, Darwin voltou a ser o salvador das Águias, neste regresso aos triunfos após duas derrotas seguidas.
Darwin reforça a liderança dos melhores marcadores da prova, com 24 golos, e só uma hecatombe poderá roubar-lhe o título de Homem do Golo da edição 2021/22 da I Liga. O uruguaio chegou aos oito golos diante da Belenenses SAD, a sua 'vítima' preferida desde que chegou a Portugal.
À 29.ª jornada, o Benfica chega aos 64 pontos, a Belenenses SAD volta a cair para o último lugar da I Liga de Futebol.
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O Jogo: Não passou de um susto
Duas derrotas seguidas nunca são uma boa base para construir o que quer que seja no futebol. O Benfica tinha-se mostrado inferior em Braga no último jogo da I Liga onde perdeu por 3-2, e não tinha mostrado muitos argumentos diante do Liverpool, quando foi batido por 3-1 em casa na passada terça-feira, para a Champions.
Pedia-se uma reação diante do último classificado, até para ajudar os adeptos a suportarem uma época muito aquém do esperado. As mexidas operadas por Nélson Veríssimo eram esperadas, embora o treinador talvez tivesse dado a titularidade a jovens como Tomás Araújo, Gonçalo Ramos ou Paulo Bernardo.
Ora, com Darwin em campo, há sempre esperanças de golo. Mesmo que a Belenenses SAD tenha assustado quando marcou logo aos três minutos, cedo se percebeu que seria uma questão de tempo até o Benfica marcar. O uruguaio esteve em quase todas as ações atacantes do Benfica até ser substituído aos 72 minutos.
Começou com um cabeceamento torto aos seis, seguiu-se uma aceleração pela direita onde definiu mal já na área, esteve no remate de Everton ao poste aos 26, serviu Diogo Gonçalves para golo aos 40 (remate contra um contrário), tentou de bicicleta aos 41. Pelo meio, assinou um hat-trick pleno de oportunidade, já que todos os remates que fez a baliza, terminaram em golo.
A sua influência no ataque das Águias é visível nos números que apresenta e isso também explica o porquê de ter vários 'tubarões europeus' à perna. O atacante marcou um terço dos golos do Benfica no campeonato (24 de 73).
E para falar dos números dos goleador uruguaio, nada melhor do que socorrer-nos da estatística providenciada pelo 'Playmakerstats'.
Este foi o 5.º hat-trick na carreira de Darwin, o quarto com a camisola do Benfica, o terceiro esta época (dois a Belenenses SAD, um ao Famalicão). Desde 2017/2018 que um jogador não fazia três hat-tricks na mesma época (Bas Dost foi o último a consegui-lo); e desde 2009/10 que um jogador do Benfica não fazia três hat-tricks na I Liga na mesma época (nessa época Oscar Cardozo fez quatro hat-tricks e foi o melhor marcador da prova).
Os 24 golos que leva na I Liga é o melhor registo de um jogador na prova, desde 2017/2018, quando Jonas chegou aos 34 e Bas Dost aos 27. E este registo já é melhor que o alcançado pelo artilheiro da prova na época passada (Pedro Gonçalves, do Sporting, com 23 golos).
Darwin Nuñes leva 31 golos marcados esta época em todas as provas (24 na I Liga, cinco na Champions e dois na Taça da Liga).
Além de Darwin, elogiar a forma como a Belenenses SAD tentou jogar de forma positiva, a tentar sair com critério, mesmo estando em último e a precisar de pontos urgentemente. A equipa não se fechou atrás e criou três oportunidades flagrantes, todas finalizadas por Afonso Sousa (um deu golo). A falta de qualidade dos médios explica também a derrota: os três golos do Benfica nascem de perdas de bola dos azuis a meio-campo, bem aproveitadas pelos Encarnados.
Do lado do Benfica, se calhar Nélson Veríssimo devia experimentar mais vezes este 4-3-3, com João Mário e Taarabt mais subidos e um médio de cobertura. O Benfica ganha critério com bola e capacidade de decisão no último terço, ganha equilíbrio com a presença de um terceiro elemento na zona média.
Momento-chave: Tranquilo, há Darwin
A entrada do Benfica na segunda parte foi demolidora. Em pouco mais de 15 minutos, os Encarnados resolveram a contenda. A reviravolta de Darwin aos 54 dava descanso mas foi o 3-1 aos 58 que deixou tudo muito claro: o Benfica não perderia o jogo. Mais uma perda de bola da Belenenses SAD no meio-campo, João Mário a acelerar pelo meio e a deixar no espaço onde Darwin irrompeu que nem uma gazela para receber e atirar de pé esquerdo para o 24.º golo na I Liga.
Os Melhores: Darwin e não só
Já se falhou muito de Darwin e do hat-trick assinado. O uruguaio fez sete remates em todo o jogo, três deles enquadrados para golo. Além disso, tentou associar-se mais com os colegas, como quando deixou Diogo Gonçalves na 'cara do golo' no primeiro tempo.
Taarabt pode ter 'borrado a pintura' ao perder a bola que resultou no golo dos Azuis mas melhorou muito, com duas assistências (primeira vez no mesmo jogo deste que está no Benfica) e muita clarividência na hora de decidir no último terço. Jogar numa linha de três no meio-campo favorece o marroquino.
Nos azuis, destacou-se Afonso Sousa com o golo e duas oportunidades falhadas, e ainda Rafael Camacho, autor de uma assistência e uma sólida exibição.
Em 'noite não': Meité não convence
Com Weigl poupado, o jogador ex-Torino foi a aposta para o meio-campo. Meité somou 14 perdas de bola (12 passes falhados e dois desarmes sofridos, um deles quase a dar golo de Afonso Sousa), mostrou lentidão na construção e só se safou na forma como impos o físico para ganhar bolas no meio-campo. Curto para uma equipa como o Benfica. Os adeptos não gostaram e deixam isso claro com assobios.
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