Apenas três dias depois de ter vencido o Midtjylland por 4-1 no primeiro jogo oficial da época, na 1.ª mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o Benfica voltou à Luz, agora para o arranque da I Liga, com a receção a um Arouca que se mostrou demasiado frágil para conseguir fazer frente a umas águias extremamente motivadas e que continuam a empolgar neste início de temporada.
Prova disso, os quase 54 mil espetadores que estiveram no estádio (mais três mil do que na terça-feira) e que desde o primeiro minuto não esconderam o seu entusiasmo, a cada finta, a cada remate, a cada transição ofensiva ou a cada recuperação defensiva.
E têm, de facto, razões para estar entusiasmados: este Benfica de Roger Schmidt voltou a marcar quatro golos e, desta vez, até nem sofreu nenhum. Leva oito golos marcados em dois jogos oficiais e as indicações da pré-época também já eram positivas. Ao todo, entre jogos a valer e jogos de preparação, o técnico alemão orientou o Benfica em oito partidas e ganhou...oito. Nesses oito jogos, as águias marcaram 28 golos e sofreram sete.
A época ainda está no começo e é verdade que os sorteios (quer na Champions, quer na Liga, onde se segue uma visita ao Casa Pia, em Leria) foram 'amigos' dos encarnados neste começo de temporada. Mas não há como negar que os indicadores são, para já, bastante positivos.
Veja as imagens que marcaram a história do encontro
O jogo: Cavalgar na onda da euforia para entrar com tudo, resolver cedo e relaxar
Certamente agradado com o que viu no embate com o Midtjylland, Roger Schmidt apostou extamente no mesmo 'onze' e o Benfica entrou com tudo na partida. Logo na primeira jornada conquistou um livre perigoso e o tento inaugural surgiu estavam decorridos oito minutos de jogo.
De novo nas boas graças dos adeptos, depois de um final de temporada 21/22 conturbado, Grimaldo correu a uma bola que muitos davam por perdida na esquerda, junto à linha de fundo, e desferiu um espetacular cruzamento para a grande área do Arouca, onde Gilberto surgiu de rompante a cabecear de forma fulgurante para o fundo das redes. Um golo de belo efeito a abrir o ativo.
As águias relaxaram um pouco e o Arouca conseguiu subir no terreno nos minutos seguintes, mas mostrou-se pouco capaz de incomodar o Benfica mesmo quando este era apanhado em contra-pé e parecia dar espaço em demasia na transição defensiva. Acabou, pois, por ser o Benfica a voltar a marcar, mesmo baixando a intensidade. Rafa teve uma das suas arrancadas, o lance até parecia não ir dar em nada, mas acabou com Gonçalo Ramos a cabecear à trave e o mesmo Rafa a marcar de cabeça, na recarga.
De mal a pior, o Arouca viu-se instantes antes do intervalo reduzido a dez jogadores por expulsão de Mateus Quaresma (ver mais à frente) e ainda houve tempo para o Benfica voltar a marcar antes de as equipas recolherem aos balneários. Autor do golo? Outra vez o reforço Enzo Fernández (que já tinha marcado ao Midtjylland), novamente com um remate fulminante, de primeira.
Com três golos de vantagem, o Benfica desacelerou mais um pouco no segundo tempo, mas já depois de várias substituições e com o minuto 90 a aproximar-se ainda voltou a marcar. Outro reforço, Alexander Bah, que saltou do banco a meio da segunda parte, cruzou atrasado e Rafa bisou na partida, concluindo mais uma bonita jogada dos encarnados, para euforia dos adeptos.
O momento: Gilberto marca o primeiro golo da I Liga 22/23
Minuto 8: João Mário a trabalhar bem junto à linha lateral, a combinar com Rafa e este a meter para Grimaldo, com o espanhol a cruzar em esforço, junto à linha de fundo, mas com muita qualidade para o centro da área do Arouca, onde quem apareceu foi Gilberto a cabecear para o fundo da baliza adversária. Estava feito o primeiro golo do jogo e o primeiro golo da I Liga 22/23.
A polémica: Expulsão exagerada de Mateus Quaresma?
Minuto 45+2': Cartão vermelho! Quaresma é expulso. Rafa é derrubado em falta à entrada da área por Quaresma. Inicialmente Manuel Mota exibe o amarelo, mas alertado pelo VAR vai visionar as imagens e acaba por mudar a cor do cartão para vermelho, expulsando o jogador arouquense. No final da partida, Armando Evangelista, treinador do Arouca, considerou a expulsão exagerada, salientando que havia pelo menos mais um jogador da sua equipa entre Rafa e a baliza.
Os melhores: Rafa ligado ao turbo, laterais projetados no ataque e Enzo a voltar a dar cartas
Se terça-feira os grandes destaques tinham sido David Neres (duas assistências) e Gonçalo Ramos (três golos), esta sexta-feira os dois viram-se ofuscados por outros nomes. Rafa bisou na partida e teve mais uma série de arrancadas ao seu estilo, estando também no lance da expulsão de Quaresma. Os laterais Grimaldo e Gilberto estiveram no primeiro golo e mostraram grande envolvimento ofensivo em inúmeras jogadas, o mesmo sucendendo com Bah quando entrou. Por fim, o reforço argentino Enzo Fernández voltou a marcar e a encantar.
O pior: Arouca demasiado frágil para um Benfica com outro andamento
O golo sofrido cedo, o empolgamento que o Benfica vive neste início de época e a expulsão não terão ajudado, mas o Arouca esteve muito longe de ser capaz de fazer frente ao Benfica. Frágil em demasia a defender, mostrou também falta de discernimento na frente, mesmo quando encontro algum espaço, com a turma de Roger Schmidt a mostrar algumas dificuldades no reposionamento defensivo após a perda de bola.
As declarações
Schmidt destacou exibição mas diz que nem tudo foi perfeito, Enzo feliz por ter ajudado a equipa
Schmidt falou sobre Pizzi e elogiou Enzo
Comentários