Quatro dias depois de vencer em Arouca por 3-0, o Benfica repetiu a dose na receção ao Casa Pia. João Mário repetiu o bis, voltando a marcar os dois primeiros golos das águias no jogo, e Chiquinho, o eleito de Roger Schmidt para suceder ao agora mal-amado para os lados da Luz Enzo Fernández, repetiu a boa exibição que havia rubricado ante os arouquenses, fazendo esquecer o argentino.
"Quem é o Enzo? Je ne sais pas... Chiquinho!", cantam já os adeptos 'encarnados'.
Para João Mário foi o terceiro jogo seguido a marcar. E para o Benfica foi a quarta vitória seguida e o quarto jogo consecutivo sem sofrer golos. Desde a derrota com o SC Braga (a única da temporada até agora), o Benfica disputou sete jogos: ganhou seis e só sofreu golos no único que não venceu (o empate 2-2 na receção ao Sporting). Ao todo, a equipa de Roger Schmidt marcou 16 golos e só sofreu dois nessas sete partidas. As águias parecem outra vez imparáveis...antes de nova visita a Braga, agora para a Taça de Portugal.
Quanto ao Casa Pia, os gansos, definitivamente, já viveram melhores dias. A equipa sensação da prova raramente causou problemas à defesa do Benfica, pareceu render-se a partir do momento em que sofreu o primeiro golo e somou a terceira vitória nos últimos quatro jogos.
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O jogo: Eficácia de João Mário valeu vitória tranquila ao Benfica
Roger Schmidt não mexeu na equipa em relação ao tal encontro com o Arouca, mas o Benfica só criou perigo aos 19 minutos, num habilidoso desvio de calcanhar de Gonçalo Guedes que quase valeu o 1-0. O primeiro golo, porém, apareceria depois, na ocasião de golo seguinte, com João Mário a dar o melhor seguimento a uma assistência de David Neres.
O Casa Pia, que até aí até tinha chegado algumas vezes perto da grande área do Benfica, ainda que sem nunca importunar Vlachodimos (o guarda-redes das águias não fez uma única defesa durante todo o jogo), acusou o golo e acabou por sofrer o segundo ainda antes do intervalo. Outra vez assinado pelo 'goleador' João Mário, outra vez assistido por um cruzamento vindo da esquerda (desta feita de Grimaldo).
O 2-0 parecia deixar tudo resolvido e o Benfica entrou na segunda parte a gerir a posse de bola, trocando-a entre os seus jogadores de forma a impedir que o Casa Pia a tivesse, não permitindo assim qualquer possível reação ao adversário. Mesmo sem acelerar muito, a turma da casa foi criando alguns lances de perigo e chegou mesmo aos 3-0 num rápido contra-ataque iniciado por...João Mário. O médio deixou a bola em Alexander Bah, desmarcou-se, levou consigo um defesa e abriu caminho para o lateral direito dinamarquês. Este progrediu com a bola e optou por fletir para o meio antes de atirar certeiro, de pé esquerdo, para um bonito golo. Estava feito o resultado final.
O momento: Resistência quebrada ao minuto 35
O Benfica até só tinha criado verdadeiro perigo por uma vez até aí, mas à segunda real situação de golo não perdoou, com o homem do momento a fazer o gosto ao pé pela primeira vez no encontro. Neres trabalhou bem na esquerda e junto à linha de fundo, já dentro da grande área do Casa Pia, cruzou rasteiro e recuado para a entrada de João Mário que, com classe, atirou também rasteiro e colocado para o fundo das redes. Estava aberto o caminho para mais uma vitória do Benfica.
O melhor: João Mário, o goleador
Que João Mário era um médio de grande qualidade toda a gente sabia. Que podia marcar golos com esta regularidade, ninguém acreditava. Mas a verdade é que, frente ao Casa Pia, marcou mais dois. Só em 2023 o internacional português já leva seis. Na I Liga totaliza 12 na presente época e, pasme-se, partilha a liderança dos melhores marcadores com Gonçalo Ramos e Fran Navarro. Ao todo, na temporada já leva 16 remates certeiros...nunca tinha marcado mais do que sete numa mesma época. Mas frente ao Casa Pia não se ficou pelos golos: pressionou, foi eficaz no passe e mostrou visão de jogo. Na retina fica um fantástico passe para a cabeça de Fredrik Aursnes que quase valeu o 4-0.
O pior: Casa Pia desiludiu
Depois de uma primeira volta de grande nível, em que surpreenderam muita gente e em que até tinham dado muito trabalho ao Benfica, os gansos parecem em quebra e, na Luz, foram praticamente inofensivos. Chegaram ao intervalo sem nenhum remate na direção do alvo (apenas fizeram um remate, desenquadrado) e com escassos 27 por cento do tempo de posse de bola. E terminaram o encontro sem um único disparo enquadrado (no segundo tempo fizeram seis remates para fora). Esperava-se mais da equipa sensação desta I Liga.
As reações
Schmidt fala numa "história perfeita" com golo ao minuto 34, Bah dedica vitória a André Almeida
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