Minuto 90 da partida: Momento da substituição da Seferovic. O avançado é ovacionado de pé pelos adeptos do Benfica. Quem diria que o avançado suíço, - que ano passado esteve praticamente proscrito da equipa encarnada - passasse de vilão a herói e fosse o responsável pelo quebra do jejum encarnado. É que o Benfica não vencia o FC Porto para o campeonato desde novembro de 2014. Se lhe contassem este desfecho há um ano, acreditava que isso pudesse acontecer? Duvidamos.
Equipas
A aposta em Soares na frente de ataque foi a única alteração que o técnico portista efetuou no seu xadrez. No Benfica, Rui Vitória apostou em Lema no centro da defesa, preferindo a experiência de Gabriel, à irreverência e juventude de Gedson que foi para o banco.
O Jogo
Mas vamos ao jogo: Num clássico prematuro no calendário, ao contrário do que tem sucedido nas épocas anteriores em que aparece em alturas bem mais decisivas, espera-se que tanto Rui Vitória como Sérgio Conceição pudessem arriscar: Esperava-se, mas acabou por não acontecer. Um receita com 90 minutos de mau futebol só poderia resultar num nulo ou num triunfo pela margem mínima.
O clássico até começou de forma frenética, mas isso não se traduziu em risco e vertigem por parte das duas equipas. Na primeira parte, o Benfica entrou forte, tentando 'esticar' o jogo por intermédio dos extremos Cervi e Salvio. O FC Porto tentou responder através de um jogo de posse, envolvimento e circulação a meio campo, mas ineficaz para chegar a zonas mais avançadas do terreno. Faltava definição à equipa portista.
Dado o demasiado 'trânsito' a meio campo com o encaixe dos dois esquemas táticos, no jogo de xadrez ninguém queria fazer uma jogada em falso. Dada a escassez de remates - quando mais oportunidades -, no segundo tempo, com o desgaste físico a tomar conta começaram a abrir-se brechas nas defesas.
O Benfica acentuou a pressão, aumentou o ritmo e começou a assolar-se da baliza adversária. Ao minuto 60, Gabriel deu o primeiro sinal de perigo. Excelente pontapé para uma defesa para a fotografia de Casillas. Nessa fase do jogo, os dragões começaram a acumular demasiadas perdas de bola no início da construção. Até que o Benfica chegou ao golo, à passagem do minuto 62. Seferovic correspondeu da melhor forma a solicitação de Pizzi.
O FC Porto precisava de um pronto socorro para voltar ao jogo, Entraram André Pereira e Corona para o último assalto à baliza de Odysseas. E o que é certo é que os dragões tiveram ocasiões suficientes para empatar. Danilo aos 74´ e 90´ de cabeça, Brahimi num remate em arco e Militão de cabeça não tiveram arte e engenho para acertar com a baliza de guardião do Benfica. A falta de eficácia ditou a segunda derrota da temporada para a turma de Sérgio Conceição. Já o Benfica assume a liderança isolada do Campeonato.
Momento
O golo de Seferovic. Num jogo em que os dois treinadores tiveram mais medo de perder do que tentar a vitória, sabia-se que quem marcasse provavelmente venceria o jogo. O tento do avançado suíço acabou por ter esse condão.
Figura: Seferovic
Até estava a ser dos mais assobiados... Falhou uma grande oportunidade na primeira parte na cara de Casillas, embora o lance tenha sido anulado. Falhou alguns passes. Mas trabalhou muito e acabou por ser premiado com um golo que ditou um triunfo num clássico.
Melhores
Pizzi
Agarrou no jogo quando a equipa precisou dele e fez uma assistência para o golo de Seferovic.
Gabriel
Teve bons apontamentos, justificando a aposta de Rui Vitória. Está envolvido no lance do golo, já que é de uma recuperação sua que nasce o golo de Seferovic. Endossa depois a bola a Pizzi, que fez a assistência para o tento do dianteiro suíço.
Militão
Foi o elo mais forte na defesa azul e branca. Não permitiu veleidades aos jogadores encarnados, ao contrário do seu colega na defesa. Acabou por falhar no lance do golo, não conseguindo dobrar Seferovic.
Marega
Foi muitas vezes um homem só contra o mundo vermelho, mas fartou-se de lutar e ganhar faltas. Arrancou cartões a Grimaldo e a Lema.
Piores
Lema
Demasiado impetuoso e com pouca precaução na abordagem aos lances, acabou por receber o segundo amarelo ao minuto 82, depois de falta sobre André Pereira. É a terceira vez consecutiva que o Benfica vê um central seu ser expulso.
Otávio
Acumulou demasiadas faltas e nunca se conseguiu encontrar no jogo. Acabou substituído na segunda parte.
Herrera
Perdeu muitas bolas e não foi o dínamo que normalmente é a meio campo.
Felipe - Acumulou erros e perdas de bolas na zona de construção. Esteve muito abaixo do seu nível habitual.
Reações
Sérgio Conceição: "Talvez esta seja a nossa última derrota no campeonato"
Comentários