Guarda-redes: Aquele que tenta impedir que a bola entre na baliza. É esta a definição da posição que é das mais ingratas em campo. Os 'guardadores das balizas' são muitas vezes heróis, mas também podem ser vilões num segundo e deitar por terra os objetivos e os resultados de uma determinada equipa. Não foi o caso de Rui Patrício. O Sporting, já em tempo de compensação, dificilmente venceria o encontro frente o Marítimo. Mas o golo sofrido pelo guarda-redes dos leões, depois de um remate de Ghazaryan, após má abordagem ao lance, foi um epílogo infeliz num campeonato em que o número 1 de Alvalade foi um dos grandes protagonistas.
"Há dias assim". Pode ser um expressão que designa aqueles dias em que mais vale não sair de casa. Foi o caso da equipa do Sporting, que não podia permitir ter um dia tão mau nos Barreiros. Acabou por viver uma tarde/noite de pesadelo. Eram conhecidas as dificuldades que os verdes e brancos iam enfrentar perante uma equipa que sofre muitos poucos golos em casa e que ainda recentemente tinha quase parado o então 'quase campeão' FC Porto. Os dragões só passaram o exame da Madeira, com um golo perto do fim, de Marega. O Sporting patenteou exibição muito cinzenta.
Sem garra, sem chama e sem fio de jogo, foi assim a equipa de Jorge Jesus durante praticamente todo o encontro. Se o futebol se medisse em sumo, são poucas as gotas de futebol que se podem extrair do relvado dos Barreiros, por parte dos leões.
O início até pareceu promissor, com Bruno Fernandes a ter nos pés a primeira oportunidade de golo. Mas do Sporting, pouco mais se viu ao longo do encontro. Com o golo de Joel (31´) soaram os alarmes, mas a reação no minuto a seguir (golo do Bas Dost), fazia prever que a turma de Alvalade pusesse definitivamente o pé no acelerador, à procura do único resultado que lhe interessava: O triunfo para assegurar os milhões da Champions.
A equipa era praticamente a mesma. Jorge Jesus apenas lançou Acuña para o lugar de Bryan Ruiz. O costariquenho viria a entrar na segunda parte. No segundo tempo, Jesus apostou todas as cartas. Colocou Montero e Doumbia em campo. Mas o leão não conseguiu desmontar a defesa maritimista, nem tão pouco criar oportunidades.
Nem com a possibilidade de ter o destino nas mãos, o Sporting conseguiu confirmar e impor o seu favoritismo. Com vários dos seus jogadores nucleares muito abaixo do que podem fazer, o Sporting, à medida que o tempo lhe fugia, tentou sufocar o Marítimo. Mas foi o conjunto insular, que num lance fortuito, acabou por vencer o jogo e levar os três pontos.
Momento
Minuto 92. O leão tentava em desespero ir à procura do golo. Ghazaryan entra na grande área e remata à baliza. Rui Patrício tenta defender a bola mas acaba por deixá-la entrar. O Sporting viu aí selado o seu destino. 'Bye Bye' Champions.
Melhores
Ghazaryan
Foi à procura da felicidade e teve-a. O arménio foi um poço de força e já numa altura em que o Sporting desesperava à procura do golo, rematou. Patrício colaborou e o jogador do Marítimo foi feliz.
Dupla de centrais do Marítimo
Impecáveis nos duelo individuais, não permitiram veleidades ao ataque do Sporting que foi praticamente inoperante. Pablo e Zainadine só por uma vez estiveram aos 'papeis', no golo de Bas Dost.
Piores
Fábio Coentrão
Esteve completamente desconcentrado o defesa leonino. Foi de uma falta desnecessária do lateral, diga-se, que surgiu o golo do Marítimo. Acabou por sair nos minutos iniciais da segunda parte.
William
Pouco dinâmico, não foi o médio basculante que costuma ser e de que a equipa necessita. Somou muitas perdas de bola e teve exibição para esquecer.
Atitude do Sporting
Faltou criatividade, sangue frio, querer. Faltou tudo a este leão. Quando se pedia clarividência para ao Sporting para assegurar os três pontos na Madeira, a equipa esteve demasiado desligada e acabou por pagar o preço.
Reações
Bruno Fernandes: "O Rui Patrício salvou-nos um monte de vezes"
Jorge Jesus: "Sinto-me chateado e desmoralizado por não ter atingido o objetivo"
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