Pela terceira vez esta temporada, o Dragão superiorizou-se ao Leão, desta vez no clássico de Alvalade referente à 20ª jornada. Depois da primeira volta e da final da Taça da Liga, Rúben Amorim continua sem grandes explicações para mais uma derrota que voltou a afastar a equipa dos lugares de Champions.
O FC Porto só tem a agradecer o facto de ainda se manter bem vivo na luta pelo título, a cinco pontos do líder Benfica.
No terceiro jogo, Alvalade coroou o Dragão com golos de Uribe e Pepê já na segunda parte. Ainda assim, o reino do Leão viu nascer um menino: Chermiti é neste momento um nome incontestável na equipa e estreou-se a marcar em clássicos, estabelecendo o 2-1 final.
De resto, deu para de tudo um pouco: o tributo às vítimas do sismo na Turquia e Síria, o protesto silencioso das claques, as revoluções nas escolhas iniciais, uma busca incessante pelas substituições e até um jogador que esteve cerca de 15 minutos em campo desde que entrou e saiu nas substituições. Até ao segundo tempo, parecia haver cerimónia na procura do 1-0, mas o intervalo trouxe o verdadeiro clássico que todos esperavam.
O jogo: Bastou Uribe marcar e aí começou a emoção do clássico
Amorim e Conceição foram fiéis aos seus esquemas táticos, mas nem tanto às habituais opções iniciais. No Sporting, Fatawu e Bellerín preenchiam as laterais enquanto que Paulinho - mesmo sem o castigo - cedia o lugar a Chermiti. No FC Porto, o boletim clínico obrigou a trocas forçadas com André Franco a cumprir a segunda titularidade no campeonato, enquanto que Pepê assumia o papel de Otávio.
Não havia um 'mandão' dentro de campo e as oportunidades vinham de parte a parte. Os Leões dispuseram da primeira grande oportunidade por Edwards, mas Galeno respondeu pouco depois. Alias, foi mesmo dos pés do brasileiro que surgiu uma das grandes oportunidades da primeira parte: Galeno combinou com Taremi que atirou ao poste e Marcano (com a baliza deserta) atirou por cima.
Foi aqui que começou o festival de mexidas a partir do banco. Ainda na primeira parte, Paulinho entrou para o lugar de Trincão, mas foi Chermiti que esteve perto de marcar. Marcano redimiu-se do golo falhado ao aparecer na frente da bola. Ainda antes do intervalo, foi Diogo Costa a brilhar após livre direto de Edwards.
Na entrada para o segundo tempo já se viam mais duas substituições para a equipa da casa. Nuno Santos entrava para o lugar de Fatawu, enquanto que Esgaio rendia Bellerín (talvez um dos momentos mais caricatos do clássico).
Foi pouco depois que o FC Porto fez o 1-0 por Uribe. O médio colombiano aproveitou um ressalto numa tentativa de tabelar e só teve de encostar na cara de Adán. A ineficácia na hora de rematar à baliza deixava de ser uma questão.
Esgaio assistiu ao golo sofrido e... foi substituido cerca de 15 minutos depois de ter entrado, com Arthur Gomes a ser o eleito.
Nos minutos finais, e já com o FC Porto com uma defesa a cinco, houve tempo para três golos, mas só dois deles contaram. Chermiti começou por fazer aquele que seria o golo do empate aos 90 minutos, mas Artur Soares Dias invalidou o lance por fora de jogo. Aos 94 minutos, Pepê aproveitou o balanço ofensivo do Sporting e parecia fechar o clássico ao bater Adán para o 2-0. As bancadas de Alvalade começavam a despir-se.
A lição de que um jogo de futebol só acaba com o apito final do árbitro foi dada por um menino que começa a nascer para estas andanças em Alvalade: Chermiti reduziu aos 97 minutos e até Adán foi para a área no último suspiro do Sporting.
A vitória ficou mesmo para os azuis e brancos que, só nesta temporada, já conseguem uma hegemonia no embate direto com os Leões.
Veja o resumo do jogo
Momento do jogo: Uribe agradece o ressalto de Ugarte
Com o marcador difícil de desbloquear, o golo de Uribe acabou por ser o ponto de viragem no clássico de Alvalade. A partir daí, o Sporting perdeu o controlo das incidências e o FC Porto cresceu ainda mais no encontro. Num ressalto de Ugarte, o colombiano apareceu na cara de Adán e não tremeu na hora de fazer o 1-0.
Os melhores: Uribe, Pepê, Diogo Costa e Chermiti
Houve alguns nomes que, de parte a parte, tiveram um final de tarde especialmente feliz no clássico.
Uribe comandou o meio-campo portista e, para além de ser uma peça fulcral ao abafar a zona intermediária do Sporting, também marcou o golo inaugural do jogo.
Pepê assumiu o papel habitualmente destinado a Otávio e não se saiu nada mal... até com um golo marcado! Sempre perto de Taremi, foi o rosto da entrega e da irreverência ao longo do encontro.
Diogo Costa voltou às grandes exibições e os dois únicos remates que não conseguiu defender - um foi anulado e outro não teve influência direta no desfecho final. De mencionar a grande intervenção ao livre direto de Edwards aos 46 minutos.
Chermiti também tinha de ser inevitavelmente, Alvalade viu definitivamente nascer um menino que já está pronto para estas andanças. O cumprimento no final de Sérgio Conceição é o reconhecimento de um diamante em bruto que ainda deu esperança aos Leões noutro resultado.
Os piores: Trincão, Pedro Gonçalves e Fatawu
Houve nomes que passaram mais despercebidos em campo e não aproveitaram o clássico para se mostrar.
Trincão esteve bastante apagado e Amorim percebeu isso o quanto antes até colocar Paulinho para fazer companhia a Chermiti na frente de ataque.
Pedro Gonçalves já mostrou que é capaz do melhor e do pior neste Sporting. No jogo grande da 20ª ronda viu-se mais um exemplo disso, com o português a ser praticamente inofensivo para os Dragões.
Por fim, Fatawu acabou por ser uma aposta não muito bem conseguida. O jovem ganês, adaptado a lateral ofensivo, não conseguiu ser o desequilíbrio que os verdes e brancos procuravam, até que foi rendido por Nuno Santos.
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