Pela sétima vez nas últimas 11 épocas, Sporting e FC Porto empataram em Alvalade para a I Liga. O desfecho do embate entre 'leões' e 'dragões' não poderá, pois, surpreender muitos, mas a verdade é que o encontro poderia muito bem ter sido resolvido a favor dos 'verdes e brancos' nos primeiros 45 minutos.
Num jogo marcado por muitas faltas (foram 39, ao todo) e muitos cartões (foram 12 amarelos e um vermelho, ao todo, e aos três minutos Nuno Almeida, árbitro do encontro, já tinha tirado a cartolina amarelo do bolso por...três vezes), a superioridade do Sporting foi evidente na primeira parte. Mesmo desfalcada com as ausências de Gonçalo Inácio na defesa e de Pedro Gonçalves no ataque, a equipa de Rúben Amorim soube explorar os pontos fracos do FC Porto para marcar por uma vez e criar mais duas claras ocasiões de golo, sempre em jogadas que pareciam tiradas a papel químico umas das outras, nascidas do flanco direito (o esquerdo da defesa azul e branca).
Valeu, aos azuis e brancos, o jovem guarda-redes Diogo Costa (será que Marchesín recuperará a titularidade quando estiver recuperado?), que com duas intervenções fantásticas impediu que Nuno Santos marcasse mais dois golos para além daquele com que abriu o ativo. Depois, na segunda parte, aos poucos, o FC Porto foi surgindo mais vezes junto da área adversária, até que, num momento de inspiração de um jogador que menos de 48 horas antes tinha jogador (e marcado) pelo seu país, chegou à igualdade.
Sporting e FC Porto somaram, então, o tal empate a que tanto nos têm habituado nos últimos tempos na casa do leão e quem se ficou a rir foi o seu grande rival, Benfica, que soma agora quatro pontos de avanço em relação a leões e dragões no topo da tabela.
O jogo: Sporting foi superior, mas duas individualidades valeram porto ao FC Porto
Depois dos tais três cartões mostrados pelo árbitro nos primeiros três minutos de jogo, o Sporting cedo mostrou que trazia a lição bem estudada, explorando as lacunas conhecidas do adversário. sobretudo no lado esquerdo da defesa. E foi por aí que, aos 16 minutos, nasceu o 1-0.
Pedro Porro, titular pela primeira vez esta época, arrancou pela direita, cruzou rasteiro para a grande área do FC Porto e Nuno Santos, completamente solto de marcação, esticou-se para desviar para o fundo das redes. Os 'dragões' tentaram reagir, mas foi o Sporting que continuou a criar perigo, com dois lances tirados a papel químico que só fruto da inspiração de Diogo Costa na baliza azul e branca não resultaram em golo.
A superioridade do Sporting no encontro era notória e o próprio Sérgio Conceição o reconheceu, mexendo na equipa ainda antes do intervalo, tirando os amarelados Marcano e Bruno Costa para fazer entrar Manafá e Sérgio Oliveira. Os frutos dessas mexidas foram-se vendo, aos poucos, na segunda parte, sobretudo à medida que alguns jogadores do Sporting, como Porro e Nuno Santos, começaram a evidenciar algum cansaço.
O empate surgiu aos 71 minutos e com um golaço, fabricado por dois jogadores que bem pouco tempo antes estavam pelas Américas a representar as suas seleções. Regressado à titularidade, Corona cruzou largo, a bola chegou a Luiz Diáz (que tinha aterrado em Lisboa - sem passar pelo Porto - há menos de 24 horas) e este fez magia: dominou com classe, bailou sobre Porro, fletiu para dentro e atirou a contar, com um imparável remate em arco.
Foi o único remate do FC Porto na direção do alvo durante todo o encontro, mas valeu um ponto. Até ao final, Diogo Costa ainda voltou a brilhar para negar o golo a Paulinho (que voltou a ficar em branco) e continuaram os desentendimentos entre jogadores os os cartões amarelos. Toní Martínez, que entrou a meio do segundo tempo, viu dois e até acabou expulso.
O momento: Diogo Costa nega o bis a Nuno Santos
Minuto 31: O Sporting já vencia por 1-0 e continua a ser a equipa mais perigosa em campo, explorando o lado esquerdo da defesa do FC Porto e as costas da linha defensiva dos dragões. Nuno Santos voltou a aparecer em zona frontal, isolado, com tudo para bisar. Atirou de pé esquerdo, rasteiro, mas o guarda-redes portista respondeu com uma enorme defesa, também com o pé esquerdo. Uma defesa fantástica a manter os 'dragões' no jogo (e que repetiria, pouco depois, novamente face a Nuno Santos).
Os melhores: Nuno Santos e Pedro Porro embalaram o Sporting, Diogo Costa e Luis Diáz salvaram o FC Porto
Nuno Santos: Voltou a marcar ao FC Porto, como já havia feito na época passada, e até podia ter marcado mais (terá sido esse o seu único pecado...não ter aproveitado as outras duas situações de golo de que dispôs). A sua velocidade e o seu espírito de luta foram uma enorme dor de cabeça para a defesa contrária. Foi ele quem mais agitou o ataque do Sporting até, aos poucos, começara mostrar sinais de algum (natural) cansaço.
Pedro Porro: O lateral direito espanhol lesionou-se na pré-época e o titular na ala direita do Sporting vinha sendo Ricardo Esgaio. Os mais esquecidos até já se podiam ter esquecido das qualidades de Porro, mas este fez questão de as lembrar com uma exibição notável, em que não parou de correr para trás e para a frente pelo seu corredor. Fez a assistência para o golo da sua equipa, criou outros desequilíbrios e até ameaçou o golo num livre às malhas laterais. Tal como Nuno Santos, porém, começou a acusar cansaço mais à frente no jogo e até foi ele a não conseguir parar Luis Diáz no lance do empate.
Diogo Costa: Sem culpas no golo sofrido, o jovem guarda-redes luso, que assumiu a titularidade na ausência de Marchesín, foi a razão pela qual o FC Porto se manteve na discussão do resultado para, depois, chegar ao empate na segunda parte. Foram notáveis as duas defesas que fez quando Nuno Santos lhe surgiu isolado pela frente (uma com a perna esquerda, outra com as mãos, a mergulhar para a direita) e logo depois do 1-1 voltou a brilhar, então após cabeceamento de Paulinho.
Luis Diáz: O extremo colombiano continua a atravessar um momento de forma assombroso e que teima em não acabar. Foi uma das figuras do FC Porto na época passada, brilhou a grande altura na Copa América e voltou a ser decisivo para os azuis e brancos. Foram deles os principais lances de desequilíbrio da sua equipa e mostrou toda a sua qualidade no lance do (grande) golo que marcou. Tudo isto, depois de ter na noite de quinta-feira ter alinhado os 90 minutos (e até marcado um golo) pela seleção do seu país.
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