As alegações finais do julgamento de Vale e Azevedo, indiciado por alegada apropriação de mais de quatro milhões do Benfica resultantes de transferências de futebolistas, foram adiadas para 4 de junho devido à ausência de duas testemunhas de defesa.
A advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, justificou a ausência de Alexandre Correia Leal por uma lesão sofrida numa queda e de Álvaro Braga Júnior por dificuldades de comunicação.
O pedido para adiar as alegações finais previstas para hoje foi aceite pelo coletivo de juízes, presidido por José Manuel Barata.
As duas testemunhas de defesa - a mandatária do presidente do Benfica de 1997 a 2000 prescindiu de outras quatro - serão ouvidas às 09h30 da primeira terça-feira de junho, após o qual serão produzidas as alegações finais.
O coletivo de juízes da 3.ª Vara Criminal de Lisboa comunicou também que António Leitão, diretor financeiro do Benfica na altura dos factos, não prestará declarações na qualidade de testemunha de acusação.
António Leitão, radicado em Moçambique, escreveu ao tribunal, para dizer que não deslocará a Portugal e o procurador da República neste processo prescindiu da testemunha.
Extraditado para Portugal a 12 de novembro de 2012, Vale e Azevedo usou a prerrogativa da lei no âmbito de extradição para Portugal (princípio da especialidade) para não estar presente no julgamento.
Neste julgamento, Vale e Azevedo apenas esteve presente na sessão de 20 de novembro de 2011, tendo estado somente 15 minutos perante o coletivo de juízes, presidido por José Manuel Barata.
Vale e Azevedo alegou que «não pode ser sujeito a procedimento penal por infração praticada em momento anterior» à sua extradição, ao abrigo do mandado de detenção emitido após fixado o cúmulo jurídico de 11 anos e meio no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria.
Por isso, pediu que cessassem as sessões e que o juiz presidente fosse afastado, mas o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou.
Nesta ação, estão em causa as transferências dos futebolistas britânicos Scott Minto e Gary Charles, do brasileiro Amaral e do marroquino Tahar El Khalej.
A aguardar a decisão do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa sobre o pedido de liberdade condicional, uma vez que considera ter cumprido cinco sextos da pena de 11 anos e meio de prisão efetiva, Vale e Azevedo está preso no Estabelecimento Prisional da Carregueira, em Sintra.
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